Foto: Luís Oliveira – ASCOM/MS
As pessoas que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidas, principalmente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS),
que também são conhecidas como postos ou centros de saúde. Essas
unidades estão perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e
vivem. Por isso, estamos investindo para que a população tenha cada vez
mais uma assistência de qualidade e humanizada nessas unidades. Nossa
meta é modernizar e qualificar o atendimento à população, com base na
construção de novas e mais amplas unidades, além de melhorar as
condições de trabalho dos profissionais de saúde.
A imagem daquele postinho acanhado, sem condições de trabalho,
desconfortável para a população e sem atração para os médicos, tem que
ser página virada no SUS. Sabemos que esse é um grande desafio. Mas o
Brasil, ao ser o único país do mundo com mais de 100 milhões de
habitantes a aceitar a tarefa de levar saúde pública universal, integral
e gratuita a toda sua população, não pode fugir desse desafio. Para
iniciar esta caminhada, o Ministério da Saúde lançou a estratégia Saúde
mais perto de você.
Estamos trabalhando em todo o país, em parceria com estados e
municípios, para mudar a cara de quase 15 mil serviços de saúde
presentes nos bairros: as novas UBS. São mais de 3 mil sendo construídas
em novos terrenos ou bairros com maior concentração de pobreza; mais de
5 mil sendo ampliadas para terem consultórios, salas de procedimentos e
recepção mais modernas e mais de 5 mil sendo totalmente reformadas para
atenderem a novos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da
Saúde.
Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde
aponta que a população já procura essas unidades nos bairros onde
moram, em mais de 81% dos casos para o seu primeiro atendimento. A
pesquisa revela também que a população aprova em 78% o atendimento
recebido. Queremos, no entanto, que essas unidades tenham estrutura para
resolver o problema de saúde das pessoas, para, com isso, reduzir o
tempo de espera para o atendimento e tratamento.
Além de modernizar a estrutura das novas UBS, o ministério também
investe em seus trabalhadores e trabalhadoras. Desde novembro do ano
passado, 71% dos municípios brasileiros aderiram ao incentivo de
qualidade do Saúde mais perto de você. O Ministério da Saúde, com
universidades, está fazendo uma avaliação in loco da qualidade do
atendimento dessas unidades. Estamos verificando a estrutura, o tempo de
atendimento e realizando pesquisas com usuários.
É preciso levar médicos para mais perto da população se quisermos
resolver, no tempo adequado, os problemas de saúde, sobretudo nas novas
unidades localizadas nos bairros mais pobres das grandes cidades e no
interior do país. Por isso, numa parceria com o Ministério da Educação,
criamos novos incentivos para os médicos. Um deles é que todo médico
que se formou, ou que tiver estudando com o empréstimo do financiamento
estudantil, terá sua dívida abatida ao trabalhar nas novas unidades do
SUS.
Outra opção para o médico que trabalhar por um ano nessas novas
unidades, sob a supervisão do Ministério da Saúde e de uma faculdade de
medicina, é ganhar pontos quando prestar a prova de especialidade
médica. Além desses incentivos, foram abertas mais de 2,4 mil vagas para
cursos de medicina, sendo a maioria no Norte e Nordeste e quase a
totalidade no interior do país. Facilitar o acesso dos jovens do
interior e dos bairros mais pobres aos cursos de medicina é um passo
estruturante para termos médicos mais perto da população.
Investir no atendimento com qualidade mais perto de onde as pessoas
vivem traz benefícios imediatos. Um exemplo é que, em 2011, com a Rede Cegonha,
reduzimos em 21% os óbitos maternos comparados a 2010, alcançando uma
marca histórica. Um dos principais motivos é porque ampliamos o acesso
das gestantes ao pré-natal.
Outro exemplo é que, em 10 anos, o Brasil reduziu em 31% a
mortalidade por doenças cardiovasculares e em 20% por doenças crônicas
não transmissíveis, e a distribuição de remédio de graça para
hipertensão e diabetes na Farmácia Popular, desde o ano passado, deverá
reduzir ainda mais esses índices. Trabalhar a promoção da saúde também
traz ótimos resultados. Até 2014, serão construídas 4 mil academias da
saúde. Estudo do Ministério da Saúde aponta que, onde existe espaço
público para prática da atividade física, as pessoas são mais ativas em
até 30%. Tudo isso ajuda a comprovar que uma boa saúde começa mais perto
de onde moramos, trabalhamos, estudamos e vivemos.
Alexandre Padilha é ministro da Saúde e presidente do Conselho Nacional de Saúde
Artigo publicado no jornal Correio Braziliense, do Distrito Federal
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