terça-feira, 31 de julho de 2012

III Pensando Áfricas e suas Diásporas e I Encontro de Antropologia e Educação

  1. O Grupo de Estudos sobre Linguagens, Culturas e Identidades (GELCI) e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da UFOP realiza nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 2012 o III Pensando Áfricas e Suas Diásporas e o I Encontro de Antropologia e Educação, que têm como tema principal Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico. Os dois eventos concomitantes pretendem promover a discussão sobre o patrimônio afro-diaspórico em suas mais diversas dimensões, tais como, manifestações culturais, linguísticas, literárias, filosóficas, performáticas, dentre outras. O evento vem sendo pensado em conjunto com diversos grupos de pesquisa do país que têm como viés as questões étnico-raciais, de gênero e sexualidade, bem como a reflexão sobre a cultura afro-diaspórica.
  2. As inscrições para propostas Comunicação oral e pôster dentro dos eixos temáticos do evento estão abertas até o dia 10 de agosto. 
  3. Para mais informações acesse www.neabufop.blogspot.com ou mande um e-mail para neab.ufop@gmail.com.
  4. Sejam bem vindos ao evento!!! Divulguem!! Participem!! 
  5. Kassandra Muniz
  6. DELET/ICHS/UFOP
  7. Coordenadora do GELCI (Grupo de estudos sobre linguagens, culturas e identidades)
  8. Coordenadora do NEAB/UFOP (Núcleo de estudos afro brasileiros)
  9. tel. (31) 3557 9404 (secretaria DELET)
  10. tel. (31) 8550 4580
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  12. "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas)
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 Professora Dra. Beleni Grando

Grupo de Pesquisa Corpo Educação e Cultura-COEDUC/CNPq
Faculdade de Educação Física/UFMT
Docente do Mestrado em Educação/UNEMAT
Telefax(65) 3615-8838 - Resid. (65) 3644-7939 
http://lattes.cnpq.br/2322323427528838 http://www.unemat.br/pesquisa/coeduc/
"Sou guerreiro: a minha espada é o amor, o meu escudo é o humor, o meu espaço é a coerência, o meu texto é a liberdade [...] Peço-lhes perdão, mas... Declaro-me vivo!" Chamalú/Índio Quechua

Conheça o camu-camu: fruta tem mais vitamina C que a laranja

Se nos perguntarem sobre frutas com alto teor de vitamina C, certamente responderíamos laranja ou limão, não é mesmo? Mas, a novidade agora é uma frutinha da mesma família da jabuticaba, o camu-camu, pois apenas 100g da fruta tem 2% de vitamina C. É uma fruta típica da região amazônica que se reproduz uma vez por ano no leito dos rios.
 Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA aponta o camu-camu como um grande potencial para o agronegócio, diante de seu alto poder nutricional. Alguns estados do sudeste, como São Paulo, já está investindo no cultivo e na produção do camu-camu. A fruta já pode ser encontrada em feiras livres.
Outra vantagem do camu-camu é que pode ser exposto à altas temperaturas que não perde seu valor nutritivo. Isso não acontece com a laranja: a vitamina C contida na laranja se perde com o calor; ou seja, se o suco de laranja for batido no liquidificador, só se aproveita as fibras. Assim, para aproveitar a vitamina C da laranja, prefira usar espremedores manuais.
A vitamina C, chamada de ácido ascórbico, possui grande importância na defesa do organismo e ajuda a evitar gripes e resfriados.

Já sabemos que mulheres seminuas são consideradas objetos pelos homens e fato de que percebemos as pessoas de modo diferente dependendo de seu gênero não é segredo. Contudo, a diferença pode ser ainda maior do que imaginávamos: segundo estudo recente, nosso cérebro (incluindo o das mulheres) tende a perceber homens como “inteiros” e mulheres como “uma soma de partes do corpo”.
Essas duas formas de percepção são chamadas de “processamento global” e “processamento local”, respectivamente. “Processamento local é a base da forma como pensamos em objetos, tais como casas ou carros”, explica a professora de psicologia Sarah Gervais, coordenadora da equipe responsável pela pesquisa. “Já o processamento global evita que façamos isso com seres humanos. Não ‘dividimos’ pessoas em partes – exceto quando se trata de mulheres, o que é impressionante. Elas são percebidas da mesma maneira que objetos”.
No estudo, os participantes viam fotos de corpo inteiro de homens e mulheres de aparência e trajes comuns. Depois, eram mostradas duas imagens: a foto original e uma versão com pequenas modificações. Em seguida, os participantes tinham que dizer qual era a imagem original.
No caso das imagens de mulheres, as diferenças eram percebidas mais facilmente quando as regiões eram mostradas isoladamente. Quando se tratava de homens, os participantes tiveram mais facilidade em diferenciar as imagens mostradas por inteiro.
Fato curioso: esse fenômeno ocorreu independentemente do gênero dos participantes. Em outras palavras, a percepção das mulheres como uma “soma de partes” não era exclusividade masculina. Os pesquisadores não souberam explicar exatamente o que havia por trás do fenômeno. “Os homens talvez façam isso porque estão interessadas em companheiras em potencial, enquanto as mulheres podem fazê-lo para se comparar com as outras”, sugere Gervais.
A equipe pretende investigar mais o fenômeno para encontrar uma possível forma de atenuá-lo – e, quem sabe, combater a “objetificação” das mulheres.[Science Daily]

Por que mulher grávida tem enjôos e náuseas?

Alguns hormônios são fundamentais para a manutenção da gravidez. O principal deles é a progesterona, substância que garante à gestante o controle de todos os recursos necessários para os nove meses de gestação. Quando a mulher fica grávida, esse hormônio é o que aparece primeiro em seu sangue. Com isso, o organismo da mulher começa a mudar e se preparar para a gravidez. Essa situação pode causar um certo “estranhamento” no corpo devido às alterações comuns da fisiologia da gravidez. Isto é, o organismo precisa se preparar para as mudanças necessárias para que a gestação ocorra normalmente.
Logo, essas mudanças são as responsáveis pelo surgimento de enjôo em quase 80% das grávidas. Geralmente, o enjôo ocorre apenas no primeiro trimestre (até o final da 6ª semana) e depois, melhora bastante ou praticamente some. Pode-se dizer que até esse período, o organismo já “se acostumou” com a progesterona e os outros hormônios da gravidez. Em geral, até a 6ª semana, as reações fisiológicas já se normalizaram. Mas, em algumas gestantes, o enjôo ainda persiste porque pode haver alguma causa, em especial, que motiva a continuidade desses enjôos.
Durante o primeiro trimestre pode surgir náuseas, vômitos, dores de cabeça, queimação no estômago (azia), queda da pressão arterial e outros sintomas. Os fatores que influenciam para o agravamento dos enjôos são gravidez de gêmeos ou mulheres que já possuíam enjôos e náuseas antes de engravidar. Mesmo sendo uma condição comum à gravidez, a mulher precisa ter alguns cuidados: é muito importante participar das consultas de pré-natal e ser acompanhada pelo profissional de saúde, já que enjôos e vômitos constantes podem causar problemas como a desidratação, situação considerada bastante delicada para a gravidez.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bolsa para professor pesquisador CÁTEDRA FULBRIGHT

Bolsa de professor/a/ pesquisador/a visitante na UMass-Amherst: CÁTEDRA FULBRIGHT EM ESTUDOS BRASILEIROS NA UNIVERSIDADE DE MASSACHUSETTS-AMHERST 

A Comissão Fulbright (Fulbright) e a Universidade de Massachusetts-Amherst (Umass-Amherst) convidam professores/as e pesquisadores/as das ciências humanas ou sociais na área de Estudos Brasileiros para apresentar proposta para bolsa de professor/a/pesquisador/a visitante na UMass-Amherst. Será dada preferência a candidatos/as com comprovada experiência em uma das seguintes áreas: relações raciais, estudos feministas/de gênero, estudos culturais, movimentos sociais, e/ou políticas sociais.

1 REQUISITOS PARA A CANDIDATURA
O candidato deverá comprovar:
• Ter concluído seu doutorado antes de 2008;
• Possuir nacionalidade brasileira e não possuir nacionalidade norte-americana;
• Ter 10 anos de experiência profissional qualificada na área de ciências humanas
ou sociais com produção intelectual compatível;
• Ter fluência em inglês, compatível com o bom desempenho nas atividades previstas; e
• Não receber bolsa ou benefício financeiro de outras agências ou entidades brasileiras para o mesmo objetivo.
O/a bolsista deverá apresentar uma proposta para ministrar um curso de 2½ h/semanais, para pós-graduação, na sua área de especialidade no departamento correspondente.
2 BENEFÍCIOS DA BOLSA
O programa prevê a concessão de uma bolsa, com as seguintes características:
• Manutenção mensal: US$ 4,000 (quatro mil dólares norte-americanos) por quatro meses, no valor total de: US$ 16.000,00 (dez e seis mil dólares norteamericanos);
• Passagem aérea de ida e volta em classe econômica promocional;
• Seguro saúde;
• Moradia, sem custos para o bolsista; e,
• Acesso às instalações e serviços da UMass-Amherst, tais como: escritório compartilhado, internet, bibliotecas e demais meios necessários à efetiva consecução das atividades de ensino e /ou pesquisas previstas pelo bolsista.
A bolsa será concedia no período correspondente ao Spring term 2013 (janeiro a maio), de acordo com calendário da UMass-Amherst.
 3 DOCUMENTOS PARA CANDIDATURA
 O candidato deve submeter sua candidatura exclusivamente via internet, constando os seguintes documentos:
• Formulário de inscrição online, integralmente preenchido em inglês, disponível no
• Plano de atividades e Syllabus do curso proposto;
• Três (3) cartas de recomendação em inglês, segundo instruções constantes do formulário de inscrição online; e
• Currículo resumido em inglês.
 4 AVALIAÇÃO
A Fulbright e UMass-Amherst avaliarão as candidaturas e procederão à seleção do bolsista. Esse processo incluirá a avaliação do perfil acadêmico e profissional do candidato, o plano de atividades proposto e, eventualmente, uma entrevista em inglês.
 5 CALENDÁRIO
 • 30 de setembro de 2012: Data limite para submissão da candidatura via internet
• Até 15 de outubro de 2012: Divulgação do resultado
• Janeiro de 2013: Início das atividades na UMass-Amherst
 6 COMUNICAÇÃO
  Mais informações sobre o Programa Fulbright poderão ser obtidas:
Comissão Fulbright
SHIS – QI 9, Conjunto 17, lote L
71625-170 – Brasília, DF
Rejânio Araújo

Cooperativas de Mulheres

A criação de cooperativas tem sido um importante sinal do aumento do empreendedorismo das mulheres. No Brasil, 52% dos cooperados são mulheres.
 Em uma comparação regional, o Norte conta com 59% de presença de mulheres em suas cooperativas contra 41% de presença de homens, de acordo com dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Essa relação mostra que as mulheres não só avançaram no mercado de trabalho, como também buscam unir-se em grupos para se desenvolverem juntas.
As atividades realizadas em cooperativas e em grupos de cooperação e ajuda mútua são mais ajustáveis à rotina das mulheres por muitas razões. Na maioria dos casos, os grupos são formados por mulheres que moram próximas e exercem atividades semelhantes.
Ao se organizarem em cooperativas, as mulheres aplicam princípios de gestão à sua produção e repartem de maneira igualitária o resultado de seu trabalho. De acordo com a OCB, a presença das mulheres é mais representativa nas cooperativas de crédito, agrícolas e têxteis.
Em regiões menos desenvolvidas, as cooperativas permitem às mulheres melhorar a qualidade de vida desenvolvendo uma atividade econômica importante que traz retorno para seu entorno.
No Brasil há cerca de sete mil cooperativas, sendo mais de mil no setor de crédito, que contam com mais de 9 milhões de cooperados. Sua principal vantagem – o propósito de desenvolvimento social – termina por ser, para alguns, também uma desvantagem. Isso ocorre porque o trabalho não é remunerado individualmente, e sim, repartido de forma igualitária entre o grupo.
Saiba como formar uma cooperativa

Fonte: MONICA AGUIAR
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SP – Organizações lançam petição pelo fim da Polícia Militar

Após atingir mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República, ao Congresso e ao STF
José Francisco Neto, da Redação
A Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado lançou uma petição pública neste domingo (29) pela desmilitarização das polícias do Brasil. Após atingir mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República, ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).  Para assinar clique aqui.
O pedido é uma reivindicação histórica dos movimentos, e a campanha é um desdobramento da audiência pública realizada na quinta-feira (26), em que entidades de direitos humanos, movimentos sociais e membros do Ministério Público Federal exigiram o fim da Polícia Militar e apoiaram o pedido do Procurador Federal da República, Matheus Baraldi, de afastamento do comando da corporação do Estado de São Paulo.
Recentemente, o Conselho de Direitos Humanos da ONU também recomendou explicitamente que o Brasil trate de “combater a atividade dos ‘esquadrões da morte’ e que trabalhe para suprimir a Polícia Militar, acusada de numerosas execuções extrajudiciais”.
Carta à Presidenta
O movimento Mães de Maio junto com a Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado protocolou na quarta-feira (25), em Brasília, uma carta à presidenta Dilma Rousseff, cobrando 15 medidas que, há seis anos, não saem do papel, dentre elas o acompanhamento federal jurídico e político do crescimento da violência no Estado.
Também pedem um parecer sobre a federalização dos crimes de maio de 2006, abolição dos registros de casos de “resistência seguida de morte” nos inquéritos policiais, tidos como inconstitucionais, e a criação de uma Comissão da Verdade para crimes policiais praticados na democracia.
Em nota, o movimento diz que aguarda a confirmação da Presidência da República sobre a data para a Rede Nacional discutir uma política nacional para os familiares de vítimas do Estado Democrático.
Aumento de homicídios
Pela quarta vez consecutiva, os homicídios aumentaram em São Paulo, contradizendo o governador Geraldo Alckmin que disse em entrevista na terça-feira (23) que os indicadores da criminalidade “iriam cair”.
De acordo com as estatísticas divulgadas na quarta-feira (24) pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o aumento foi de 22% em relação ao mesmo período de 2011. Com uma média de 14 mortes por dia, junho foi o período mais violento nos últimos 18 meses, com 134 mortes – aumento de 47% – contra 90 em junho do ano passado.
Segundo a Ouvidoria da Polícia Militar, só a Rota – Ronda Ostensiva Tobias Aguiar – matou 48 pessoas apenas no primeiro semestre na capital paulista. Em comparação com o mesmo período em 2010, os homicídios subiram mais de 100%.
Ao longo dos últimos 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram assassinadas no país. No período “democrático” brasileiro houve um aumento de 127% no número de homicídios anuais, dos quais as vítimas, em sua maioria, são jovens pobres e negros, conforme demonstram as estatísticas do Mapa da Violência 2012.
http://www.brasildefato.com.br/node/10207
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Ibama divulga lista com 35 grandes empresas autuadas por biopirataria, veja a lista!

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou o nome das 35 empresas que foram autuadas até o dia 13 de julho, na fase 2 da Operação Novos Rumos, que atua no combate a biopirataria. Atendendo ao cumprimento da Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), o Vermelho teve acesso a uma listagem em que é possível constatar que a maior parte é de multinacionais que atuam no país, na área farmacêutica e de Cosméticos. Entre as marcas mais conhecidas estão Avon Industrial, Ambev, Companhia de Bebidas das Américas, Casa Granado, L’oreal Brasil, Laboratórios Pfizer, Merck, Novartis, Unilever, Vitaderm, Weleda. Não foram localizados porta-vozes das empresas.
Diferentemente da 1ª fase, quando foram aplicadas sanções leves por se tratar de casos em que houve tentativa de regularização, agora, as empresas autuadas na 2ª fase arcarão com medidas mais rigorosas por terem ignorado a legislação vigente (Lei 5.459/05).
Após analisar detalhadamente a situação das 35 empresas em desconformidade com a norma nacional, foram lavrados 220 autos de infração, totalizando R$ 88 milhões em multa. A maior parte delas corresponde a infração ao artigo 18, que diz que constitui infração ao patrimônio genético quem “Deixar de repartir, quando existentes, os benefícios resultantes da exploração econômica de produto ou processo desenvolvido a partir do acesso a amostra do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado com quem de direito, de acordo com o disposto na Medida Provisória no 2.186-16, de 2001, ou de acordo com o Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios anuído pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.”

sábado, 28 de julho de 2012

Serviços de radioterapia são ampliados no país


O Ministério da Saúde vai ampliar os serviços de radioterapia a 80 hospitais espalhados pelo Brasil que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa beneficiará a população de 58 municípios, em 20 estados, nas cinco regiões do país. A medida aumentará em 32% a assistência aos pacientes com câncer, passando de 149 mil para 197 mil atendimentos por ano. Haverá investimento de R$ 505 milhões.
O aviso de audiência pública foi divulgado nesta quinta-feira (26), no Diário Oficial da União. Esta convocação esclarece aos interessados que a audiência pública – prevista o dia 10 de agosto – destina-se a aquisição de equipamentos para 80 hospitais que vão passar a oferecer os serviços na área oncológica. Deste total, serão criados os serviços em 48 unidades hospitalares, e outras 32 vão ampliar os serviços já ofertados. Paralelamente a esta convocação, foi divulgada nesta quinta-feira, no site do Ministério, a lista com o nome dos hospitais que serão beneficiados.
A medida faz parte do Plano de Expansão dos Serviços de Radioterapia no SUS, uma das ações do Ministério da Saúde para fortalecer a prevenção e controle do câncer na população brasileira. Serão investidos recursos de R$ 325 milhões em infraestrutura, e o restante será aplicado na compra de 80 aceleradores lineares, além de outros acessórios.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca a importância do investimento em tecnologia na área oncológica. “A assistência aos pacientes de câncer é uma das prioridades do governo federal. Neste âmbito, são medidas essenciais a criação, ampliação e a qualificação de hospitais habilitados em oncologia, em consonância com os vazios assistenciais, as demandas regionais de assistência oncológica e as necessidades tecnológicas do SUS”, declara.
Os hospitais contemplados no Plano, que hoje são habilitados em oncologia, mas que não têm estrutura para ofertar serviços de radioterapia receberão toda a infraestrutura necessária. E os hospitais habilitados (que já ofertam) vão ganhar reforço de um novo acelerador linear, equipamento de alta tecnologia usado em radioterapia.
Todos os hospitais contarão com equipamento novo, totalizando 80 aceleradores lineares. Com isso, toda a população passará a contar com 328 equipamentos, resultando na cobertura de mais 48 mil casos/ano. Cada acelerador tem capacidade de 600 atendimentos anual. A ampliação do parque de equipamentos reduzirá em 59% o déficit dos serviços de radioterapia no país.
Hoje, dos 180 serviços existentes, 148 integram o SUS, atendendo as necessidades de todo o país. E estão divididos entre 43 Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), 92 Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e 13 serviços isolados de radioterapia.
Licitação – O nome dos hospitais contemplados foi publicado paralelamente à convocação da audiência pública, que o Ministério da Saúde fará no dia 10 de agosto, em Brasília. Na audiência, os fornecedores conhecerão o edital para contratação da empresa que atuará nas duas etapas de implantação do Plano de Expansão dos Serviços de Radioterapia.
A empresa contratada nesta primeira etapa será responsável pela elaboração dos projetos básicos e executivos das obras de criação e ampliação dos serviços de radioterapia nos hospitais, fornecimento dos equipamentos, e o acompanhamento da execução das obras. Feita a audiência pública, o Ministério publicará em 15 dias úteis, o edital definitivo de contratação, dando início ao prazo de apresentação das propostas e demais trâmites.
A segunda etapa do Plano acontece no início de 2013, com a segunda licitação para contratar as empresas que irão executar as obras físicas nos 80 hospitais.
Seleção das unidades – Integram este Plano de Expansão os hospitais já habilitados no SUS para o tratamento do câncer, devido à alta complexidade dos procedimentos terapêuticos que envolvem o tratamento da doença. Para chegar aos 80 hospitais, o Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de saúde realizou três etapas (levantamento dos hospitais, pontuação e classificação), baseadas em critérios, como necessidade global de radioterapia nos estados, número estimado de casos novos anuais de câncer, oferta de serviços existentes, cobertura macrorregional (parâmetro que expressa o grau de acesso aos serviços em termos geográficos), e percentuais estaduais de cobertura do sistema de saúde suplementar.
Primeiro levantou-se, nos estados, os hospitais credenciados no SUS e habilitados na Alta Complexidade em Oncologia. Na etapa de pontuação foi levado em consideração: o déficit estadual de radioterapia; a natureza jurídica do hospital (publico/privado sem fins lucrativos); o número de leitos disponíveis, a produção cirúrgica/radioterápica/quimioterápica, além do Registro Hospitalar de Câncer. Os gestores estaduais e municipais participaram de reuniões com o Ministério para verificar a classificação dos hospitais, e se necessário, fazer ratificações.
Prevenção – Em 2011, foram realizadas 3,9 milhões de mamografias e 11,4 milhões de exames Papanicolau no país. O aumento na proporção de brasileiras que se submeteram a esses tipos de exames está condicionado à ampliação dos serviços oncológicos. O Ministério da Saúde prioriza a melhoria da assistência e prevenção do câncer de mama e, para isso, vai investir até 2014, R$ 4,5 bilhões para fortalecer o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo do Útero e de Mama.
Em 2011 houve investimento de R$ 2,1 bilhões no setor. Em 2010 este valor foi de R$ 1,9 bilhão.
Fonte: Regina Xeyla / Agência Saúde

Pesquisadores debatem Saúde da População Negra em Florianópolis

Evento visa dar mais visibilidade às discussões sobre pesquisas no campo da saúde da população negra e a implementação efetiva das políticas de saúde voltadas para negros e negras
Por Midiã Santana
As iniqüidades em saúde vivenciadas pela população negra brasileira, resultantes das desigualdades históricas do país, impactam diretamente nas condições de vida dessas pessoas que, além de morrerem mais jovens, possuem maiores taxas de mortalidade materna e infantil e apresentam mais registros de doenças crônicas e infecciosas. Para aprofundar as discussões sobre as pesquisas no campo da saúde da população negra e  debater a implementação das políticas de saúde voltadas para negros e negras será realizado o I Encontro de Pesquisadoras e Pesquisadores em Saúde da População Negra. O evento acontece nos dias 15 e 16 de julho na Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), em Florianópolis (SC).
A atividade, que antecede o VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as (COPENE), de 16 a 20 julho, é realizada pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) e pelo Programa de Anemia Falciforme, ambos do Ministério da Saúde, além da Secretaria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O evento conta ainda com apoio do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, por meio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
“Em 2004 o Comitê Técnico de Saúde da População Negra participou da Oficina de Prioridades em Pesquisa no campo da Saúde da População Negra, elaborando naquele momento os principais temas que demandavam pesquisas para o SUS. Em 2005 e 2006 o Ministério da Saúde, em parceria com o CNPq, divulgou editais de pesquisa com a temática Saúde da População Negra. Todavia, não foi realizado um encontro para discutir os resultados das pesquisas e como incorporar sugestões na gestão e/ou em novos editais. Pensando também na incorporação da pesquisa na gestão em saúde, os integrantes do Comitê sugeriram à SGEP a realização deste encontro”, explicou Luis Eduardo Batista, Coordenador da Área de Saúde da ABPN.
O evento tem como principais objetivos: proporcionar a troca de experiências entre os/as estudiosos/as que participaram de Editais do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS) e editais descentralizados do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) com a temática Saúde da População Negra; promover o encontro entre os/as pesquisadores/as que têm atuado para garantir a implementação das Políticas Nacional de Triagem Neonatal, Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias e Nacional de Saúde Integral da População Negra; pactuar prioridades em pesquisa sobre o tema e elaborar propostas e projetos entre instituições para dar respostas qualificadas no campo da saúde da população negra.
O encontro surge ainda como demanda do Grupo de Trabalho em Saúde do VI COPENE, realizado em 2010. Os/as participantes sugeriram que houvesse investimento na sistematização e difusão do conhecimento científico sobre saúde da população negra, assim como fossem realizadas reuniões entre as pesquisadoras e os pesquisadores da temática, não se restringindo apenas ao momento de debate no Congresso, que ocorre a cada dois anos. Também está programada para o final do evento a construção de uma agenda conjunta de sistematização das propostas e encaminhamentos.
Os temas das mesas de debate serão ‘Racismo e Saúde: pesquisa em Saúde da População Negra para o SUS’ e ‘Produção e incorporação do conhecimento para uma gestão mais democrática e participativa no SUS’. A atividade ainda contará com rodas de conversas ‘Resultados de pesquisas realizadas no campo da Saúde da População Negra e financiadas pelo Ministério da Saúde’, ‘Olhando para o futuro, para onde vamos?’ e ‘Produção do Conhecimento e Gestão’, sendo que esta última terá a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, da Ministra da SEPPIR, Luiza Bairros e da Presidenta da ABPN, Zélia Amador de Deus.
Estarão presentes nas discussões representantes do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas; da OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde; integrantes do Conselho Nacional de Saúde; da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR); do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT/ SCTIE) e da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), ambos do Ministério da Saúde; das Universidades Federais da Bahia (UFBA), do Pará (UFPA) e de Minas Gerais (UFMG); da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS).
Indicadores de iniqüidades
O racismo e a discriminação racial são problemas ainda presentes na sociedade brasileira e que geram injustiças sociais, especialmente no campo da saúde. Apesar dos avanços significativos no fortalecimento das políticas públicas para a população negra, pesquisas continuam a apontar a necessidade de maior integralidade e equidade nos serviços de saúde, sobretudo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), a proporção da população atendida nos sistemas de saúde pública e privada foi de 96,2%, índice que alcança 97,3% para a população branca e 95,0% quando se refere a negros e negras. No que diz respeito aos atendimentos do SUS, a população negra representa 67% do público total atendido e a branca, 47,2%. No caso dos planos de saúde, observa-se situação inversa: em 2008, 34,9% da população branca e 17,2% da população negra contavam com acesso a planos de saúde privados, percentual que, apesar de crescente nos últimos anos, tem se mantido desigual, com maior cobertura para pessoas brancas. Destaca-se ainda que esses planos tendam a ofertar maior rapidez no atendimento, mas o acesso não significa, por si só, melhor qualidade de acolhimento.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 1990 a razão de morte materna – uma das dez principais causas de óbito entre mulheres de 10 a 49 anos no Brasil – era de 140 óbitos por 100 mil nascidos vivos, caindo para 68 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2011. Apesar da redução, a chance de uma mulher negra morrer por causas relacionadas à gravidez, parto e pós-parto é 1,8 vezes maior em comparação com as mulheres brancas, sendo que as mulheres indígenas vivenciam situação ainda pior.
A população negra também é a mais vulnerável a mortes por HIV/AIDS.  De 1999 a 2004, houve crescimento anual de 4,9% entre os homens negros, enquanto os homens  brancos somaram apenas 0,2%; com as mulheres, o aumento anual foi de 6,4% entre as negras, quase o dobro das classificadas como brancas (3,8%).
Mais informações:
Equipe de Comunicação VII COPENE
Fone: (48) 3321-8525
Email: viicopene@gmail.com
Twitter: @VIICOPENE
Facebook: Copene 2012
Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA

Droga de alto custo para tratar câncer de mama será fornecida pelo SUS


Após mais de um ano de debates, Ministério da Saúde decide fornecer o remédio Trastuzumabe (Herceptin) para todas as mulheres com indicação; incorporação da droga – uma das mais modernas no tratamento da doença – custará R$ 150 milhões por ano
A artesã Maria de Fátima, de Florianópolis, conseguiu receber o medicamento por decisão judicial – Guilherme Ternes/AE
Fernanda Bassete – O Estado de S.Paulo
O Ministério da Saúde vai incorporar o medicamento Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no combate ao câncer de mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS. A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União.
O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber essa medicação – que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.
O Trastuzumabe é considerado uma das drogas mais avançadas na terapia contra o câncer de mama porque é um anticorpo monoclonal que promove uma “terapia-alvo”, já que ele tem a capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as sadias. O medicamento é fabricado pela Roche.
“Esse é um grande avanço para as mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as pacientes que são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço da doença e evitar metástases”, diz o mastologista Waldemir Rezende.
A droga será oferecida no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), criada dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por mais de um ano, colocou o assunto em consultas públicas e não levou em consideração a pressão das demandas judiciais.
“A Conitec é um aprimoramento das regras de incorporação de novas drogas no SUS. O principal critério para a tomada de decisão desse grupo é a existência de estudos que comprovem a eficácia do uso de determinado remédio”, afirmou.
Padilha acrescentou que os estudos demonstram que o uso do Trastuzumabe reduz o risco de reaparecimento da doença, além de diminuir em 22% o risco de morte. “A droga pode ser usada em casos iniciais ou avançados de câncer. Só não tem eficácia comprovada em casos de tumores com metástase”, diz.
Preço. A droga é administrada na veia e é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto custo – cada frasco custa, em média, R$ 7 mil -, ela estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais.
O Trastuzumabe é o sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011 gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões judiciais – sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe.
Neste ano, o governo federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6 milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública movida pelo Estado de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos cofres públicos (leia mais nesta página).
Segundo o ministro, a incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço pode ser reduzido em até 50%.
A partir da publicação no Diário Oficial, a oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias.
Enviada por José Carlos.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,droga-de-alto-custo-para-tratar-cancer-de-mama-sera-fornecida-pelo-sus-,904055,0.htm

Ministro Padilha participa de ação para imunizar população contra hepatites virais


Ministro Padilha realizando o teste rápido de Hepatite C. Foto: Erasmo Salomão – Ascom/MS
Para celebrar o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, lembrado neste sábado (28), o Ministério da Saúde e o Governo do Distrito Federal promoveram uma ação para imunizar e prevenir a população contra hepatites virais. A estimativa é que 600 jovens de 0 a 29 anos tomem a vacina até o final da tarde contra a hepatite B e mil pessoas realizem o teste rápido para diagnosticar a hepatite C. Todas elas passam por uma triagem, na qual assistem, primeiramente, à uma palestra sobre hepatites, depois realizam o teste rápido e, por fim, são vacinadas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve no evento e vacinou algumas pessoas, além de também ter realizado o teste rápido. “As hepatites B e C são doenças silenciosas. Então estamos realizando esta campanha para romper o silêncio delas. Em menos de 5 minutos, com apenas um furinho no dedo, a pessoa sabe se está infectada com a Hepatite C ou não. Esse diagnóstico precoce é muito importante, porque os sintomas podem demorar a aparecer e isso pode evitar a transmissão para outras pessoas”, explicou.
Padilha lembra que quem tem o resultado do teste positivo precisa procurar tratamento o mais rápido possível e que dois novos medicamentos contra hepatite C serão incluídos no Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas quem tem o teste negativo precisa continuar se prevenindo, fazendo sexo seguro, evitando contato com sangue e não compartilhando alicate de unha e lâmina de barbear, por exemplo”, alerta. Serão disponibilizados 2,3 milhões de unidades do teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C no SUS, para serem distribuídos em um ano (de agosto de 2012 até agosto de 2013), conforme a demanda dos estados.
“Convidamos estados e municípios a se engajarem para a ampliação da testagem, uma importante ação para o diagnóstico precoce das doenças, num estágio em que as chances de cura são altas”, reforçou o ministro. No ano passado, foram distribuídos 30 mil testes rápidos. E só no primeiro semestre deste ano, mais de 400 mil testes rápidos foram disponibilizados. Equipes de saúde estão sendo treinadas para essa nova tecnologia e ações educativas divulgadas.
  • Veja a galeria de fotos do evento:
Com relação à hepatite B, ele destaca que o SUS disponibiliza vacina contra a doença nas Unidades Básicas de Saúde desde 1998 e também tem tratamento. O paciente que toma essa vacina também fica imunizado contra a hepatite D. Uma das prioridades do Ministério da Saúde, para 2012, é ampliar o acesso à vacinação com a inclusão de públicos prioritários, como gestantes, manicures, tatuadores, profissionais do sexo e homens que fazem sexo com homens. A ideia é imunizar 95% do público prioritário até 2015.
  • Assista ao vídeo no qual o ministro Padilha fala sobre o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais
Mônica Plaza / Blog da Saúde

Uganda confirma novo surto de Ebola com 14 mortes


Um novo surto do vírus Ebola já matou 14 pessoas na Uganda neste mês, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizada em Kampala, na Uganda. O surto da febre hemorrágica mortal foi identificado no oeste do país, no distrito de Kibaale, de acordo com informação divulgada pela OMS em conjunto com o governo da Uganda.
Segundo as autoridades de saúde, de 20 pessoas identificadas com o vírus, 14 morreram. Dois das pessoas infectadas foram isoladas para exames de pesquisadores. O governo pediu para que os habitantes de Uganda se acalmem, dizendo que uma força nacional de emergência foi criada para evitar que o vírus se espalhe. Não há cura nem vacina para o Ebola, e em Uganda, o vírus matou 224 pessoas em 2000. O Ebola, que se manifesta como uma febre hemorrágica, é altamente infecciosa e mata rapidamente. As informações são da Associated Press.

Chamada Congresso Alames

 
Novo anúncio: sob a condução de congressos, seminários, conferências e diversas preparatórias ao Congresso sobre a América Latina, Europa e África, e como vários pedidos de grupos de ativistas e equipe de investigação,  foi reaberto o convite à apresentação de propostas de resumos e pré-congresso até 31 de julho de 2012.   Certifique-se de apresentar a sua proposta e para liberar a chamada a partir de seus contatos. Para consultas específicas podem se comunicar diretamente com  comitecientificocongreso2012 @ gmail.com .
Atualmente  o pré-registo é habilitado  e durante o mês de junho será ativado de pagamentos online de informação inscripción.Adjuntamos taxas de inscrição .
As recomendações e os custos de alojamento , p róximamente  habitação proposta estará disponível para  pré-Congresso em Piriapolis. Já está disponível a lista dos hotéis de conferências oficiais  em Montevidéu, os respectivos custos ea capacidade de fazer reservas online.
Para qualquer informação adicional ou dúvidas entre em contato conosco  informescongreso2012 @ gmail. COM
Vemo-nos lá!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

VIII Conferência Nacional de Educação da CNTE acontecerá em setembro

A VIII Conferência Nacional de Educação da CNTE já tem data marcada. De 19 a 21 de setembro, trabalhadores em educação do país inteiro se reunirão em Recife, Pernambuco, para discutir a pedagogia no Brasil e na América Latina, à luz do Movimento Latinoamericano Paulo Freire.
A Conferência marca a inserção do país na primeira jornada pedagógica latino-americana, organizada pela Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), com o objetivo de fortalecer a aproximação cultural dos povos da região, em um momento em que o continente vive novas realidades política, econômica e social. A jornada acontece simultaneamente nos países da Região em setembro, mês em que Paulo Freire completaria 91 anos. A ação é fruto do encontro realizado em dezembro de 2011, em Bogotá, na Colômbia, do qual participaram vários representantes dos sindicatos filiados à CNTE.
Trezentos inscritos participarão da Conferência no Brasil. As discussões terão como foco o novo Plano Nacional de Educação e as perspectivas de desenvolvimento socioeconômico e ambiental, que tem exigido, de um lado, a ampliação do direito à educação de qualidade e, de outro, uma maior qualificação dos/as trabalhadores/as para atender as crescentes demandas da sociedade.
Com relação aos aspectos da pedagogia nacional, o encontro vai pautas os ensinamentos de Paulo Freire para a escola pública, buscando fortalecer os elementos que dão sentido à qualidade socialmente referenciada da educação. (CNTE)
Confira abaixo a programação da VIII Conferência Nacional de Educação da CNTE
Dia 19 de setembro
9h - Abertura
10h - Conferência: O papel do Estado em defesa do direito à educação de qualidade
14h - Mesa de debate: Currículo e avaliação dos sistemas escolares
Dia 20 de setembro
9h - Mesa de debate: Financiamento e Sistema Nacional de Educação: desafios e perspectivas à luz do pacto federativo e do novo Plano Nacional de Educação
14h - Mesa de debate: Formação e valorização dos trabalhadores em educação
21 de setembro
9h - Trabalhos em grupo
15h - Plenária final e encerramento

"Vamos dar demonstração de unidade dos movimentos ao governo", diz Zé Batista



Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST
O Encontro dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas será realizado entre os dias 20 a 22 de agosto, em Brasília.
Será montado um acampamento no Parque das Cidade, que contará com mais de 5 mil delegados de diversos movimentos sociais de todo o Brasil.
O encontro tem a simbologia de acontecer 51 anos depois do primeiro e único Congresso Camponês, que reuniu diversos movimentos sociais do campo brasileiro em 1961 que fazem uma luta comum.
De acordo com José Batista de Oliveira, da Coordenação Nacional do MST e da articulação do encontro, o evento será importante para que se defina uma unidade nas lutas dos movimentos sociais do campo.
“Não basta cada movimento lutar por si só. O encontro é um espaço para unir movimentos regionais e nacionais que fazem a luta pela terra e resistem no campo”, disse Zé Batista.
Abaixo, confira a entrevista:
Como surgiu a ideia de realizar o encontro?
O encontro surgiu de uma análise de que tanto a Reforma Agrária como outras políticas estruturantes para o campo brasileiro, como a demarcação das terras indígenas, estão paralisadas.
Esse governo ainda não se propôs a criar um plano para o campo brasileiro. O tema da terra afeta a todos os movimentos, já que essas pautas estão paradas por causa do crescimento do modelo do agronegócio, que avança sobre as terras devolutas que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, sobre a terra dos indígenas e quilombolas. Cada vez mais são criadas bases jurídicas que permitem esse avanço do capital.
Frente a essa conjuntura, há um diagnóstico comum: as políticas estruturantes estão paradas, há um gargalo em relação à terra cujo responsável é o agronegócio, apoiado pelo governo. Se o agronegócio e o grande capital financeiro, representado pelos bancos, são os grandes inimigos comuns, não basta cada movimento lutar por si só. O encontro é um espaço para unir movimentos regionais e nacionais que fazem a luta pela terra e resistem no campo.
Que movimentos e organizações estarão presentes?
O encontro vai unir os movimentos do campo de caráter nacional, como os movimentos que compõem a Via Campesina, o Movimento Camponês Popular (MCP), a Cáritas Brasileira, a Confedaração Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), além de movimentos regionais, indígenas, quilombolas e de pescadores. Nós estamos estimando que teremos de 5 a 7 mil delegados de todo o Brasil.
Qual o objetivo do encontro?
O primeiro objetivo é que os militantes e lideranças levem de volta para a sua luta o que foi acumulado no encontro. O segundo objetivo é fazer um diagnóstico de como está a agricultura no Brasil, quais são os limites da Reforma Agrária, quem são nossos inimigos. Vamos debater como enfrentá-los e que ações conjuntas serão desenvolvidas.
Por fim, vamos fazer uma marcha em Brasília para dar essa demonstração de unidade dos movimentos e exercer pressão sobre o governo, colocando a Reforma Agrária e o direito à terra para todos como prioridade.
Assim, vamos pressionar para que haja um plano de ação do governo em relação à terra: que decrete áreas quilombolas e indígenas, assente os agricultores. E não o contrário, como vem sendo feito.
Qual será a centralidade do diálogo com o governo e com a sociedade?
Queremos discutir com o governo, mostrar para a sociedade e para a imprensa que o agronegócio não é o que se propaga. Apesar do discurso desse modelo ser lucrativo, rendendo mais de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto), o crédito que recebem do governo está em R$ 115 bilhões, o que mostra que o retorno não é alto.
Latifundiários e grandes empresas vivem do apoio do Estado e do financiamento do (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nós vamos exercer pressão para denunciar. Mesmo que o encontro não resolva todas as nossas pautas, queremos abrir um canal de diálogo com o governo.
Pretendemos massificar essa marcha para além dos participantes do encontro, agregando outras forças, como os sindicatos urbanos para mostrar a solidariedade do conjunto dos trabalhadores, pois a Reforma Agrária e o respeito aos territórios tradicionais, não são uma problemática dos Sem Terra e dos indígenas.
Vale ressaltar que o encontro não se encerra em si. É preciso planejar lutas conjuntas para o próximo período. Nosso objetivo é que essa unidade não seja só momentânea, mas o início de um processo, pois o governo está convencido de que não deve fazer Reforma Agrária e demarcar terras.
Por que no acampamento os militantes serão divididos por estados, e não por movimentos?
O objetivo do encontro é realizar uma integração. Não tem sentido realizar um encontro de várias organizações onde cada um fique no seu canto. O mesmo para os debates, nos quais queremos que cada estado ou região do país reúna os movimentos para analisar a conjuntura e pensar no que fazer juntos.
O conjunto do encontro tem que apontar para essa construção de unidade. É claro que ninguém vai negar a identidade e pautas específicas de cada movimento, mas tem que existir ações conjuntas e demonstrar unidade na ação. Mesmo que cada movimento siga fazendo sua luta específica, queremos delimitar as lutas que temos em comum.
Como se dará a estrutura física do espaço?
A única parceria que temos é com o Governo do Distrito Federal (GDF) para garantir o espaço do encontro. A estrutura será da forma como fazemos as lutas: nosso pessoal está organizando as caravanas para vir de ônibus. Cada organização está arrecadando recursos com as bases.
Inclusive, a solidariedade que queremos criar no encontro já aparece nesse momento, pois diversos movimentos que estão nas mesmas regiões vão juntos. O mesmo serve para alimentação. Já que questionamos o agronegócio, queremos aproveitar esse espaço para comer da nossa comida, produzida nos nossos assentamentos.
Estamos fazendo uma campanha para que todas as organizações comprometidas com a luta dos trabalhadores do campo possam contribuir para que o encontro se realize. A organização é de total autonomia dos movimentos. Por isso, vamos nos articular para levar os militantes, preparar as atividades e criar um espaço dos movimentos bem organizado, com um grande acampamento no Parque das Cidades.
(*) Entrevista reproduzida da Página do MST.

Curta Agroecologia: vídeos multiplicadores de experiências que dão certo

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) lançou na Cúpula dos Povos na Rio+20 o projeto Curta Agroecologia, com pequenos documentários em vídeo retratando experiências em Agroecologia no Brasil. A ideia é dar visibilidade às iniciativas que vem dando certo em diversas regiões do país, e fomentar, nos diferentes setores da sociedade, o debate em defesa da mudança no modelo de desenvolvimento agrário brasileiro. É fundamental que as pessoas do campo e da cidade tenham clareza da importância da agricultura familiar camponesa e da alimentação saudável, bem como outros benefícios e avanços civilizatórios da agroecologia, pois só assim mudanças estruturais poderão ocorrer.
Na primeira fase do Curta Agroecologia foram produzidos quatro vídeos de aproximadamente 7 minutos. Cada um deles foi filmado numa região diferente, de modo a mostrar a eficiência da agroecologia na diversidade nacional. Quebradeiras – a resistência extrativista retrata a vida das quebradeiras de côco babaçú no Maranhão; Água boa é uma experiência de preservação de nascentes através da mobilização da agricultura familiar e da implantação de sistemas agroflorestais em Araponga, Zona da Mata de Minas Gerais; Redes auto-sustentáveis: alimentos agroecológicos no litoral norte do RS mostra agricultores/as agroecológicos/as produzindo alimentos saudáveis comercializados para a merenda escolar local, feiras e mercados próximos e contribuindo para a preservação do meio ambiente e o consumo consciente; o quarto vídeo, em fase de finalização, foi filmado no agreste da Paraíba, e mostra como o enfoque agroecológico viabiliza a convivência com o semiárido. Os vídeos foram realizados pelas produtoras Cipó Caboclo, Coletivo Catarse, Olhar Electromatto e Txai Filmes. O projeto contou com apoio da Oxfam, ActionAid, Misereor, Heifer e EED.
Os vídeos mostram como a agroecologia é capaz de recuperar os solos, cuidar das águas, promover a produção de um alimento saudável, a qualidade de vida para o agricultor familiar no campo, etc. São mensagens curtas, de fácil entendimento para o grande público. Esse material está sendo apresentado durante as atividades da ANA na Cúpula dos Povos e divulgado em mídias parceiras. Com o lançamento desse projeto, jovens, cineastas, pessoas interessadas em documentar experiências agroecológicas, poderão aderir à iniciativa. São as primeiras de uma série de outras que a gente quer mostrar daqui para frente. O objetivo desse projeto é que as pessoas apoiem a agroecologia, estreitem laços com agricultores e agricultoras, reivindiquem do estado políticas públicas e defendam a agricultura familiar, e uma forma de produzir alimentos saudáveis em harmonia com a natureza. Queremos promover alianças entre quem está no campo produzindo, os agricultores, e o pessoal das cidades. É mais uma iniciativa em busca do avanço da agroecologia no Brasil e no mundo, em contraponto ao modelo agrícola industrial.
É possível fazer o download gratuitamente dos vídeos na página da ANA no vimeo. Em breve estarão disponíveis versões legendadas em espanhol e inglês. Nossa meta é divulgar ao máximo as experiências, contando com a ajuda de todos em suas redes e organizações, seja promovendo sessões e debates, levando para universidades, sindicatos, grupos, espaços de trabalho, dentre outros espaços, seja no boca a boca, para a sociedade ficar cada vez mais consciente que existe outro modelo de desenvolvimento em curso e vem dando certo.

Economia verde e alterações no Código Florestal facilitam a internacionalização da terra

 
Segundo Gerson Teixeira, a possibilidade de comprar créditos de carbono transformará os latifúndios improdutivos em “fábricas de carbono”.
Artigos recentemente publicados por Gerson Teixeira, ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), e Guilherme Costa Delgado, consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, tratam das conexões entre a reforma agrária e a titulação de terra com os novos mecanismos da economia verde, aprovados no texto do Código Florestal.
Gerson Teixeira aborda a alteração no Código Florestal, no Art. 41, parágrafo 4, que institucionaliza os Títulos de Carbono e Cotas de Reservas Legais como mecanismo de comércio de crédito de carbono. Segundo Teixeira, a possibilidade de comprar créditos de carbono transformará os latifúndios improdutivos em “fábricas de carbono e em repositórios de reserva legal”, assegurando falsamente a função produtiva e o respeito ao meio ambiental.
Um agravante à instituição de Títulos de Carbono e Cotas de Reservas Legais, segundo Delgado, é a possibilidade de negociação em Bolsas de Valores ou de Commodities, onde os títulos serviriam de caminho para a internacionalização do mercado de terras.
Diante da gravidade das possíveis conseqüências trazidas com os mecanismos da economia verde, associados às alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro, Teixeira afirma que a Abra dará centralidade ao debate do tema e aponta a necessidade de haver pressão para que não sejam aprovados tais mecanismos no Código.
Confira os artigos:
Gerson Teixeira: latifúndios improdutivos viraram fábricas de carbono
Fonte: site do MST, por Gerson Teixeira*, publicado em 26 de junho de 2012
codigo-de-barrasDe um modo geral, os setores de esquerda ‘passaram batido’ com a armadilha fundiária e territorial contida no texto do ‘Novo Código Florestal’ aprovado pelo Congresso, fruto das ações dos ruralistas e das entidades do ambientalismo de mercado, com o aval entusiasmado do capital financeiro.
Trata-se dos desdobramentos sobre a estrutura agrária, da institucionalização do comércio de florestas para fins de compensação dos passivos de reserva legal até 2008, e da utilização de áreas protegidas (APP e RL), no mercado de carbono, conforme os arts. 4º e 9º, da Lei de Mudanças Climáticas combinados com o art. 41,§4º, do ‘Novo Código’. Em ambos os casos visa-se os mercados interno e internacional.
Essa opção de política ambiental via o concurso de instrumentos de mercado tem sido denunciada por entidades da sociedade civil, entre outras razões, por suas implicações éticas e políticas ao estabelecer a mercantilização e financeirização do patrimônio natural do país. Ou, no limite, pela transformação de bens comuns do povo brasileiro em alternativa rentista para o capital especulativo internacional.
Contudo, outra derivação desses instrumentos, igualmente desastrosa, e que não aflorou nos debates no Congresso, diz respeito à tendência de perpetuação das anomalias da estrutura fundiária do país, inclusive, com rebatimentos práticos na neutralização dos comandos constitucionais e legais que orientam as possibilidades da reforma agrária.
O esclarecimento dessa hipótese requer, antes, uma breve abordagem sobre esses novos ‘negócios verdes’ que caem como luva nas ideias da ‘economia verde’ conforme os conceitos mais atrasados que circularam na ‘Rio + 20’, felizmente rechaçados pelo governo brasileiro.
A partir da plena eficácia da Lei, bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e entidades de balcão organizado, estarão habilitadas a operar no mercado mobiliário, Títulos de Carbono e Cotas de Reservas Legais – CRAs, que inserem, principalmente a floresta amazônica brasileira, com suas terras e biodiversidade, no circuito da globalização financeira.
Será possível, neste florescente comércio, eufemisticamente caracterizado como de prestação de serviços ecossistêmicos ou ambientais, ganhos financeiros cumulativos com operações com os dois títulos de crédito sobre uma mesma base física de negócio, i.e, sobre um mesmo imóvel rural. E, neste, parte correspondente dos títulos de carbono poderá estar sob o controle de uma empresa na China, e parte equivalente das cotas de reservas ambientais, sob o controle de uma empresa madeireira filipina. Enfim, são bens comuns tangíveis e intangíveis, que passam a se somar às commodities convencionais do agronegócio brasileiro, cada vez mais sob o controle do capital financeiro.
Estão elegíveis para o mercado de carbono, as atividades de manutenção das APP, de Reserva Legal, e de uso restrito, as quais, nos termos da nova legislação, configuram ‘adicionalidade’ para fins de mercados nacionais e internacionais de reduções de emissões certificadas de gases de efeito estufa.
As cotas de reservas ambientais, na proporção de uma cota para um hectare de floresta, serão lastreadas por área sob regime de servidão ambiental; áreas excedentes às reservas legais; áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN; e áreas particulares localizadas no interior de Unidade de Conservação.
Ademais, caracterizando concessão duvidosa para compensar a agricultura familiar pela eliminação da isenção de reserva legal, prevista no Relatório Aldo Rebelo, a Lei prevê que as reservas desses imóveis sejam utilizadas como cotas ambientais. Considerando os dados do Censo Agropecuário de 2006, significa que perto de 4.9 milhões de hectares de matas nativas das reservas legais dos estabelecimentos familiares poderão justificar a manutenção de área potencial de igual magnitude, do passivo, até 2008, das reservas dos grandes imóveis. Sem dúvidas, haveria formas mais aceitáveis para o legítimo estímulo de práticas sustentáveis pela agricultura familiar.
O fato é que essas novas possibilidades de negócios tendem, também, a blindar o latifúndio improdutivo da desapropriação para fins sociais. E mais: tendem a subverter o conceito constitucional da função social exigido dos imóveis rurais.
Com efeito, latifúndios improdutivos serão transformados em fábricas de carbono e em repositórios de reserva legal, o que lhes assegurará função produtiva e virtuosismo ambiental. Imagine-se um mega latifúndio na Amazônia de 50 mil hectares, no caso, com toda a floresta originária preservada.
O seu titular, proprietário ou posseiro, poderá fazer excelentes negócios no mercado de carbono em cima de 40 mil hectares, e os outros 10 mil hectares serão transformados em 10 mil cotas de reserva ambiental para compensar os passivos de reservas de outros imóveis. Pergunta-se: esse latifúndio poderá ser desapropriado?
Obviamente não, pois, por exemplo, a área de floresta excedente à reserva estará alienada para as finalidades de compensação de reservas de outros imóveis. Observe-se que o art. 50 da Lei, dispõe sobre as hipóteses de cancelamento das cotas de reserva ambiental entre as quais não figura a desapropriação.
É provável que, pelo efeito desses instrumentos, a mensuração da produtividade de um imóvel passe a exigir nova metodologia de cálculo do Grau de Utilização – GU, e do Grau de Eficiência da Exploração – GEE, de modo a incluir os novos e ‘virtuosos’ atributos desse latifúndio. Ou mesmo, que ao GU e GEE venha a ser adicionado o GCAC (Grau de Cotas Ambientais e de Carbono).
Nem mesmo os representantes do latifúndio contavam com esse presentinho batalhado pelos ambientalistas de mercado. Afinal, além dos novos grandes negócios, estarão livres de ações involuntárias de reforma agrária à medida que as suas extensas áreas improdutivas terão um up grade moral com as suas transformações em reservas de excelência ambiental e climática.
Não bastasse tais consequências, com as lacunas da Lei esses instrumentos poderão ser utilizados para o processo de ‘esquentamento da grilagem de terras’ em larga escala, notadamente na Amazônia. Assim, não será surpresa a inclusão, pelo IBGE, num futuro próximo, das informações sobre a posse e o uso dos milhões de hectares do território brasileiro, atualmente ocultos, pois não registrados pelo nosso órgão de pesquisas geográficas.
Em suma, esse tema, de dimensão estratégica para o Brasil passou despercebido no processo que resultou no texto ainda não definitivo do Novo Código Florestal. A Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra) dará centralidade à discussão do assunto por ocasião do seminário que promoverá em Brasília nos próximos dias 28 e 29.
Ainda há tempo para que os partidos de esquerda, em especial o PT, atuem sobre a MP nº 571, de 2012, de modo a tentar evitar as piores sequelas dos negócios verdes que projetam cenários torvos para o Brasil.
*Gerson Teixeira e Engenheiro Agrônomo, ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária
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Economia verde-financeira associada ao novo código florestal aumenta caos fundiário e ambiental
Fonte: Correio da Cidadania, por Guilherme Costa Delgado*, publicado em 17/07/2012
códigodebarrasHá poucos dias, o atual presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), Gerson Teixeira, chamou atenção em artigo veiculado pela internet para uma mudança introduzida pelo novo Código Florestal (Art. 41, parágrafo 4), que institucionaliza os Títulos de Carbono e Cotas de Reservas Legais como mecanismo de comércio de crédito de carbono, instrumento financeiro que se propõe a vender excessos de oxigênio gerados pelas florestas nacionais em compensação aos setores emissores líquidos de dióxido de carbono na atmosfera.
Essa iniciativa, analisada sob os enfoques fundiário, ambiental e internacional, a depender da implementação que venha a ter, contém riscos sociais enormes, que provavelmente passaram desapercebidos, exceto pelos espertos caçadores de oportunidades a qualquer custo. Vamos tentar traduzir para o leitor esses riscos, associados à via financeira da economia verde e da sua conexa internacionalização do mercado de terras, que a nova norma do Código Florestal pretende introduzir.
Títulos de Carbono e Cotas de Reservas Legais são títulos patrimoniais novos, que ‘proprietário e possuidores’, conforme o texto legal, uma vez emitindo-os, convertem o ativo real a que se reportam (território florestal sob comércio) em direito de propriedade do comprador. Negociados em Bolsas de Valores ou de Commodities, tais títulos seriam via certa e direta da internacionalização do mercado de terras, principalmente das terras de vasta cobertura florestal natural – a Amazônia Legal brasileira em especial, mas não apenas. A avaliação financeira desses créditos/débitos de carbono irá depender evidentemente do ‘valor’ que esse comércio venha a alcançar no mercado global.
Por outro lado, títulos patrimoniais para negociação no mercado financeiro requerem titularidade legal reconhecível, sob pena de a transação envolvida não se efetivar. Aí reside um grave problema brasileiro, de natureza fundiária, que está envolvido na questão. A titularidade da esmagadora maioria dos territórios das florestas em Parques e Reservas, Terra Indígena e Terras Devolutas, é da União ou dos estados, não obstante em toda essas áreas públicas haver intrusão de grileiros e em pequenas dimensões de posseiros familiares. Essas terras públicas, para entrarem no mercado financeiro, no formato que o Código Florestal institui, precisariam ser privatizadas legalmente, para somente então serem financeirizadas e internacionalizadas.
Esse processo que a economia verde de vertente financeira persegue ignora absolutamente a situação agrária do país, a população camponesa e, por que não dizer?, também o meio ambiente. Isto porque crédito de carbono emitido a partir do fato natural (absorção de dióxido e emissão de oxigênio) não envolve nenhum trabalho humano, mas sim a captura de uma renda fundiária ambiental mundial, por conta de uma ilegítima apropriação privada do território. Tampouco melhora a situação ambiental das regiões nacionais de agricultura avançada, que também poderiam compensar seus débitos com compra de títulos no mercado financeiro.
É necessário olhar com muita cautela a regulamentação deste texto legal (Código Florestal). Isto porque muito astutos de ocasião, percebendo um pouco a exaustão do ‘boom da commodities’ que caracterizou o ciclo expansivo primário-exportador da última década, podem estar tentando ensaiar um movimento tìpicamente financeiro de internacionalização do mercado de terras, sob etiqueta verde.
Aparentemente, o governo Dilma encampou desapercebidamente a jogada dos verdes de vertente financeira. Terá a oportunidade da regulamentação legal para colocar freios na especulação mais escandalosa, sob pena de produzir uma enorme confusão fundiário-financeira. Até certo ponto, a desordem de titularidades fundiárias no país como um todo e na Amazônia Legal em particular são um sério obstáculo à perpetuação da engenharia financeira preconizada no Código Florestal. Mas como bem observou o competente geógrafo Ariovaldo Umbelino, uma nova Lei de Terras, à imagem e semelhança daquela de 1850, pode ser o sonho ruralista para realizar essa nova vertente financeira do mercado de terras.
* Guilherme Costa Delgado é doutor em economia pela UNICAMP e consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.
Saiba mais sobre o tema:
1. “Pagamento por Serviços Ambientais e Flexibilização do Código Florestal para um Capitalismo Verde”, por Larissa Packer, publicado pela Terra de Direitos em agosto de 2011.
2. “Quem e quem perde com REDD e PSA”, documento do Grupo Carta de Belém de novembro de 2011, publicado em fevereiro 2012.
3. “Como funciona o Capitalismo “Verde”: mecanismos jurídicos e financeiros preparam o Brasil para um novo modelo de acumulação”, por Larissa Packer, publicado na coletânea Um Campeão visto de perto – uma análise do modelo de desenvolvimento brasileiro.
(*) Textos reproduzidos do boletim da Terra de Direitos.

Consea reafirma propostas de convivência com o Semiárido


O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) discutiu em plenária, no dia 27 de junho, estratégias de convivência com o Semiárido e os impactos da seca na segurança alimentar e nutricional na população da região. Diversas medidas estruturantes e emergenciais foram formuladas, com base na visão social da construção do Semiárido a partir das experiências locais.
Os cidadãos, especialmente os agricultores familiares e grupos vulnerabilizados – como os indígenas e povos e comunidades tradicionais – devem ter acesso a água, que é um direito humano previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU), para o consumo e produção de alimentos, de forma adequada e sustentável pelo poder público. Apesar de seu enorme potencial produtivo, o Semiárido brasileiro tem passado por repetidos períodos de secas cientificamente previsíveis. No entanto, a região mantém-se sistematicamente despreparada devido a um equívoco essencial: historicamente as políticas e estratégias visam o combate à seca, ao invés de se pautarem por uma convivência com o Semiárido.
A concepção tradicional tem se revelado assistencialista e concentradora de terra, água e oportunidades, gerando concentração de riqueza e miséria para muitos, enquanto o paradigma da convivência tem se mostrado capaz de construir um conjunto de ações sustentáveis do ponto de vista social, econômico, cultural e ambiental. Deste modo, as potencialidades da região têm sido melhor aproveitadas, como aponta a quantidade de alimentos regionais adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A atual estiagem é a mais longa das últimas três décadas, com previsão de prolongar-se até 2013, de acordo com a Articulação no Semiárido (ASA). As comunidades mais vulneráveis e isoladas estão sendo penalizadas de forma alarmante. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil, já são 1.123 municípios em situação de emergência, atingindo 8.315.403 pessoas em nove estados. O agravamento da segurança alimentar e nutricional, principalmente pela queda da produção de alimentos para o autoconsumo, é um dos impactos dessa seca.
As oligarquias sempre se aproveitaram das secas para aumentarem suas posses de terras no Seminárido e no Brasil. Com recursos públicos, realizam obras vultuosas e caras para benefício próprio e de seus parceiros, de modo a enraizarem seu poder político à custa da miséria da população. Milhares de pessoas são expulsas de suas terras nesses períodos, embora também se note algumas mudanças significativas para a população mais atingida, como políticas governamentais e iniciativas da sociedade. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), dentre outros, são significativos nesse sentido, em sinergia com a agricultura familiar.
O Consea enaltece a decisão da presidência da República de universalizar o acesso à água para todos, o que implica, entre outras medidas, na construção de quase 750 mil novas cisternas para o consumo humano. A contribuição da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) é louvável, com os seus projetos de cisternas de placa, ao invés das de polietileno que apresentam problemas, junto ao governo. Iniciativas inovadoras de redes de organizações sociais, como os bancos comunitários e familiares de sementes crioulas, tornando os agricultores sujeitos de sua história, também são louváveis. Muitas dessas experiências da sociedade ainda estão a requerer a transformação de suas experiências exitosas em políticas públicas.
A Agroecologia norteia essas experiências, construindo, de forma coletiva, uma nova concepção e prática de assistência técnica baseada na troca do saber científico com os saberes populares. Tudo isso graças à persistência de ONGs e o apoio histórico das agências de cooperação internacional. Porém, há riscos e retrocessos nessas políticas, como a distribuição massiva de sementes com poucas variedades pelos programas do Governo Federal. As sementes passam por processos agroquímicos e não são adaptadas à diversidade local, gerando uma brutal erosão genética do valioso patrimônio das sementes crioulas.
O Consea reconhece a ampliação de ações do Governo voltadas para o Semiárido nos últimos anos, mas percebe fragilidades de operacionalização em nível local. Em busca de universalizar políticas de convivência com o Semiárido promotoras do desenvolvimento sustentável, o Consea recomenda: Fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) na região, implementação da política de reforma agrária e regularização fundiária no meio rural e urbano adequada à realidade local, universalização do saneamento básico e revisão da legislação de repasse de recursos para organizações e redes da sociedade civil, dentre outras iniciativas. A implantação de uma política de agroecologia é fundamental para todas as realizações, de modo a consolidar um estoque de água, alimentos e sementes adequados às especificidades da região.
Estas são algumas das propostas apresentadas pelo Consea à presidenta Dilma Rousseff, que prepararão o Semiárido para a convivência com o seu clima e sua realidade. Medidas emergenciais, no entanto, se fazem necessárias para combater o sofrimento de muitos nesse momento. É preciso, portanto, continuar e ampliar o abastecimento das cisternas com água tratada de forma gratuita pelas empresas públicas na perspectiva do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável. O rastreamento dos carros pipas pela Defesa Civil e pelo Exército, de modo a erradicar seu uso político, também é importante junto com outras iniciativas. O aumento da agilidade nas ações de emergência e desburocratização do processo de liberação de créditos especiais para a seca também são fundamentais, dentre outras realizações. Diante de tantos apontamentos com base na análise e experiências locais, o órgão propõe uma Política Nacional de Convivência com o Semiárido, de caráter permanente, que pode servir de modelo para outras regiões e biomas do país.
Leia a íntegra do documento formulado pelo Consea