sexta-feira, 20 de maio de 2016

Pílula do câncer
STF suspende lei que liberou uso da fosfoetanolamina

Decisão é liminar e atende pedido feito em ADIn ajuizada pela Associação Médica Brasileira.

Nesta quinta-feira, 19, o STF suspendeu liminarmente a eficácia da lei 13.269/16, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como "pílula do câncer". A decisão se deu por maioria, 6 votos a 4, em julgamento da ADIn 5.501, ajuizada pela Associação Médica Brasileira.Relator, o ministro Marco Aurélio votou pela suspenção liminar da eficácia da norma, até o julgamento definitivo da ADIn. Ele foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram apenas pelo parcial deferimento da liminar, liberando a substância para os pacientes terminais.A Associação alegou que, diante do "desconhecimento amplo acerca da eficácia e dos efeitos colaterais" da substância em seres humanos, sua liberação é incompatível com direitos constitucionais fundamentais.Em seu voto, o ministro Marco Aurélio pontuou que o Congresso Nacional, ao permitir a distribuição de remédio sem o controle prévio de viabilidade sanitária, não cumpriu com o dever constitucional de tutela da saúde da população."A esperança depositada pela sociedade nos medicamentos, especialmente naqueles destinados ao tratamento de doenças como o câncer, não pode se distanciar da ciência. Foi-se o tempo da busca desenfreada pela cura sem o correspondente cuidado com a segurança e eficácia das substâncias. O direito à saúde não será plenamente concretizado sem que o Estado cumpra a obrigação de assegurar a qualidade das drogas distribuídas aos indivíduos mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desenganos, charlatanismos e efeitos prejudiciais ao ser humano."Na ADI, a Associação observa que a fosfoetanolamina sintética, descoberta na década de 1970 por um docente aposentado da USP, teria sido testada unicamente em camundongos, com reação positiva no combate do melanoma (câncer de pele) neste animal. Devido à expectativa gerada pela substância, apresentada como capaz de “tratar todos os tipos de câncer”, milhares de ações judiciais foram apresentadas até a decisão do STF suspendendo sua distribuição. Apesar da ausência de estudos sobre o uso do medicamento em seres humanos, a presidente da República sancionou a lei sem vetos.A AMB argumentou que a “pílula do câncer” não passou pelos testes clínicos em seres humanos, que, de acordo com a lei 6.360/76, são feitos em três fases antes da concessão de registro pela Anvisa. O ministro Marco Aurélio ressaltou que o registro ou cadastro mostra-se condição para o monitoramento, pela Agência fiscalizadora, da segurança, eficácia e qualidade terapêutica do produto. Ante a ausência do registro, segundo ele, a inadequação é presumida."No caso, a lei suprime, casuisticamente, a exigência do registro da fosfoetanolamina sintética como requisito para comercialização, evidenciando que o legislador deixou em segundo plano o dever constitucional de implementar políticas públicas voltadas à garantia da saúde da população. O fornecimento de medicamentos, embora essencial à concretização do Estado Social de Direito, não pode ser conduzido com o atropelo dos requisitos mínimos de segurança para o consumo da população, sob pena de esvaziar-se, por via transversa, o próprio conteúdo do direito fundamental à saúde."O ministro Barroso também afirmou em seu voto que a edição de lei para isentar de registro sanitário uma substância específica, que não foi submetida aos testes e critérios técnicos mínimos exigidos no Brasil e em todo o mundo, representa grave risco à saúde pública. "Não se trata aqui de negar as pessoas diagnosticadas com câncer a esperança de cura de doença tão grave e devastadora. Em verdade, o que se busca é garantir que as expectativas de melhora com o uso de substancias medicamentais sejam fundadas em evidências científicas e clínicas, sem expor os pacientes a maiores riscos de danos à saúde ou a tratamentos inócuos que constituam somente ilusão.""O processo de desenvolvimento de substâncias e medicamentos deve estar cercado de máxima cautela, em razão dos perigos envolvidos. Seu consumo pode apresentar riscos à saúde, produzir efeitos colaterais e causar danos ao organismo, em diversos graus de intensidade, dos mais leves aos mais g aves e mesmo irreversíveis. Nesse contexto, a exigência de registro sanitário junto à agência competente constitui relevante ferramenta regulatória que garante a proteção da saúde pública, estabelecendo-se uma ponderação entre interesses por vezes conflitantes das empresas farmacêuticas, dos pesquisadores, dos médicos e dos pacientes. Por isso, a atividade de controle e avaliação de pedidos de registro de medicamentos deve ser exercida com grande seriedade e rigor."DivergênciaO ministro Edson Fachin abriu a divergência. Lembrando que neste momento o Supremo julga apenas a medida cautelar no processo, ele entendeu que o Congresso pode autorizar a produção da substância."A Anvisa não detém competência privativa para autorizar a comercialização de toda e qualquer substância. Ocorre, no entanto, que a liberação da produção e comercialização de qualquer substância que afete a saúde humana deve mesmo ser acompanhada de medidas necessárias para garantir a proteção suficiente do direto à saúde."O ministro votou por conceder apenas parcialmente a liminar, para dar interpretação conforme a CF ao artigo 2º da lei, reconhecendo o uso da fosfoetanolamina à pacientes terminais. Seu entendimento foi seguido pelos ministros Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.




quarta-feira, 18 de maio de 2016

Em resolução, PT reafirma oposição ao governo golpista de Temer

Partido divulgou, após reunião do Diretório Nacional, nesta terça-feira, resoluções política e sobre eleições
Postado por Agência PT, em 17 de maio de 2016 às 20:34:13
O Partido dos Trabalhadores divulgou, nesta terça-feira (17), duas resoluções após reunião do Diretório Nacional. Veja a Resolução sobre conjuntura – Maio 2016 e a Resolução sobre eleições 2016.

Na resolução política, o partido condena o golpe contra a democracia brasileira e chama atenção para possíveis retrocessos aplicados pelo governo do presidente golpista de Michel Temer (PMDB). O PT alerta para “arrocho de salários e aposentadorias; eliminação de direitos trabalhistas; corte de gastos com programas sociais; anulação das vinculações constitucionais em saúde e educação; privatização de empresas estatais e abdicação da soberania sobre o pré-sal; submissão do país aos interesses das grandes corporações financeiras internacionais”. 
A queda do governo petista também é fundamental para fragilizar alianças contra- hegemônicas regionais, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o Mercosul além de facilitar políticas de cerco e desestabilização em processos progressistas de outros países – como Venezuela, Equador e Bolívia. Caso consolidado, este retrocesso político influirá sobre a evolução do bloco BRICS, cujo potencial econômico e financeiro coloca em xeque a velha engenharia mundial das potências capitalistas”, diz o documento.
Na resolução, o PT ainda faz, em forma de autocrítica, uma avaliação sobre os erros cometidos por nosso partido e nossos governos. “O fato é que não nos preparamos para o enfrentamento atual, ao priorizarmos o pacto pluriclassista que permitiu a vitória do ex-presidente Lula em 2002 e a consolidação de seu governo nos anos seguintes”.
Confiamos na governabilidade institucional, a partir de alianças ao centro, como coluna vertebral para a sustentação de nosso projeto. Ao contrário do que havia se passado em países vizinhos, o sistema eleitoral do país, tal como existe, não possibilitou que o triunfo na eleição presidencial fosse acompanhado por maioria no Congresso Nacional”, afirma a resolução.
No entanto, o partido reforça a importância de mobilização popular contra o golpe e contra o governo de Michel Temer. “Devemos combinar todos os tipos de ação massiva e combate parlamentar para inviabilizar suas medidas antipopulares, denunciar seu caráter ilegal e impedir sua consolidação no comando do Estado. Assume grande relevância ainda a continuidade da ação de articulações internacionais, que no último período já foram fundamentais para a denúncia do golpe em curso”.
Não reconhecemos o governo ilegítimo de Temer. Contra ele faremos total oposição e lutaremos até o fim nas ruas e nas instituições para derrotá-lo. Não há oposição moderada ou conciliação possível com um governo resultado de um golpe. As bancadas parlamentares do PT seguirão em combativa oposição a Temer no Congresso Nacional e ao seu programa neoliberal”. 
Resolução sobre eleições
Na resolução sobre eleições, o partido faz um alerta sobre ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Com o objetivo de nos derrotar e de interromper a trajetória de crescimento dos últimos anos, prosseguirão também nos ataques ao presidente Lula, com o intuito de barrar sua eventual candidatura à Presidência da República”. 

“O resultado político e eleitoral do PT e da esquerda nas eleições, e a sua capacidade de dialogar com a sociedade brasileira, colocando a defesa da democracia, a denúncia do golpe e a defesa das conquistas sociais do nosso projeto democrático-popular, que estão em risco, são elementos importantes da disputa municipal e interferem positivamente na deslegitimação do governo golpista e biônico que quer se estabelecer no País”.

No documento, o PT ainda reforça que não apoiará candidatos(as) que votaram e/ou apoiaram publicamente o impeachment. “Nossas alianças devem, assim, ser construídas não apenas para conquistar vitórias como também para garantir maior apoio político aos governos do PT e dos aliados, o que acarretará o fortalecimento do nosso projeto no cenário nacional”.
Da Redação da Agência PT de Notícias

Escrito por: Publicado em: 17/05/2016 - 15:45

UNE alerta: DEM na Educação ameaça programas como Fies e Prouni

Para Carina Vitral, histórico do partido de combate aos programas educacionais

São Paulo – A União Nacional dos Estudantes lembra que o DEM, partido que agora ocupa o Ministério da Educação no governo interino do vice Michel Temer, com o nomeação do deputado Mendonça Filho para o comando da pasta, fez forte oposição às políticas desenvolvidas nos últimos anos, inclusive chegando a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a implementação do ProUni, do Fies e da política de cotas para negros nas universidades federais, bem como também se opôs à destinação de recursos advindos da exploração do pré-sal para a Educação.
Por tudo isso, a UNE identifica Mendonça Filho como o "inimigo número um da Educação", diz surpreender que o indicado para o MEC seja um dos principais defensores da redução da maioridade penal, e que o atual arranjo do ministério, que reincorpora a pasta da Cultura, reeditando estrutura que vigorou durante a ditadura, sinaliza a dimensão do atraso.
"Isso mostra que para ele (o novo ministro, Mendonça Filho) a Educação dever ser encarcerar jovens nos moldes de uma prisão. O atraso é tão latente que o formato que está sendo dotado para a pasta, unindo Educação e Cultura, retorna um modelo que vigorou de 1953 a 1985 no país, durante toda a ditadura militar", diz a presidenta da UNE, Carina Vitral.
Ela afirma também que o governo interino coloca a pauta econômica acima da pauta social. Em seu programa oficioso, "Ponte para o Futuro", o PMDB, partido de Temer, afirma que o piso nacional dos professores "não cabe no orçamento" e, somado às propostas também constantes nesse programa de desvinculação dos gastos obrigatórios em educação, a UNE teme um quadro de desinvestimento no setor. Ela aponta também o risco de retrocesso nos direitos de minorias e alerta para a falta de diálogo e criminalização dos movimentos sociais durante o governo interino, que Carina classifica como ilegítimo.
Como a UNE recebeu a indicação do DEM para o Ministério da Educação?
Nossa preocupação é que o ministro deste governo ilegítimo faz parte de um partido que foi claramente contra programas como o ProUni, iniciativa que vem dando oportunidade para milhões de pessoas pobres cursar o ensino superior e mudar a sua realidade, da sua família e até mesmo da comunidade ao seu redor.
E não só isso. O DEM não construiu nenhuma proposta de valor, apenas fez oposição a políticas que colocaram a Educação em outro patamar. Ameaçar programas essenciais para a vida do povo brasileiro e formas de financiamento da Educação, como os royalties do petróleo e o pré-sal, torna o atual ministro o inimigo número um da Educação.
O DEM foi um dos principais opositores das cotas, da expansão das federais, ou seja, todas as ações que nos últimos anos mudaram a cara da educação brasileira. Surpreende ainda Medonça tratar da Educação e ser um dos principais defensores da redução da maioridade penal.
Isso mostra que, para ele, educação dever ser encarcerar jovens nos moldes de uma prisão. O atraso é tão latente que o formato que está sendo dotado para a pasta, unindo Educação e Cultura, retorna um modelo que vigorou de 1953 a 1985 no país, durante toda a ditadura militar.
O Plano Nacional de Educação corre riscos com o novo ministério?
Mendonça ainda não sinalizou para o cumprimento das metas do PNE. E o presidente ilegítimo Michel Temer já deu sinais de que os avanços na educação e em áreas sociais não caberiam dentro de um orçamento com forte ajuste fiscal e cortes. Esse retrocesso é um risco.
A Constituição fala do mínimo que deve ser investido em Educação. O Temer quer acabar com isso por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), para dar 'liberdade de não investir o mínimo'. União, estados e municípios seguem essa regra. Isso é um retrocesso na contramão da meta de se investir 10% do PIB na área.
O Plano foi uma das maiores conquistas do movimento educacional e foi construído à base de muita luta e diálogo. Conhecemos o partido do ministro e sabemos que se depender dele o PNE não irá avançar. E isso a gente não vai aceitar.
Como fica a luta pela aplicação do piso nacional dos professores durante o governo interino e na sequência, caso o golpe venha a se consumar em definitivo?
Temer fala, por exemplo, em "gestão aprimorada" de programas como o ProUni, mas nunca explicou o que isso significa de verdade. Para nós, os programas estão, sim, ameaçados. Assim como o piso salarial que, para este governo, "não vai caber dentro do orçamento. Esse governo coloca a pauta econômica acima da pauta social e vamos ver que essa linha deste governo ilegítimo ficará cada vez clara.
O PMDB sinalizou, na Ponte para o Futuro, com a desvinculações dos gastos obrigatórios em Educação. Como a UNE se posiciona?
Todo o movimento educacional lutou muito para tirar a Educação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) e dessa forma vincular obrigatoriamente o orçamento para a área. Os recursos da Educação ainda são insuficientes para sanar todas as necessidades de salários de professores, melhoras na estrutura, assistência estudantil e ampliação da rede federal. Caso a Educação não esteja vinculada, o setor perderá muito e haverá impacto negativo imediato.
O Enem escapa desse ataque?
Acredito que o Enem será mantido. Mas o que nos causa receio é se esse ministério terá a sensibilidade de enxergar o exame como um processo democrático, inteligente e de troca de experiências de vida para o acesso ao ensino superior. Causa receio saber se eles entenderão que não se trata de um exame meritocrático. O Enem democratizou a forma de acesso ao ensino superior entendendo que o exame deve se basear muito mais em conhecimentos gerais e de mundo do que em fórmula e decorebas.
É possível prever retrocessos também na discussão de gênero nas escolas?
Pelo o que vem sendo desenhado, o projeto apresentado até o momento não coloca essa questão como prioridade. Será mais um retrocesso na luta em defesa da igualdade, da diversidade, um grande retrocesso na luta LGBT.
Frente a esse cenário, a UNE aponta outros fatores de preocupação?
Nossa preocupação também se dá no sentido da criminalização dos movimentos sociais. O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é um claro agressor de jovens, que manda bater em estudante dentro de escola. Com ele não tem diálogo, é na base da violência, e isso preocupa a UNE e todo o conjunto dos movimentos sociais.

I Jornada Científica de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMT - Campus Avançado Diamantino


Nos dias 08, 09 e 10 de Junho de 2016 será realizada a I Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMT Campus Avançado Diamantino. O evento será realizado na sede do Instituto que está localizada na Rodovia Roberto Campos, km 02, Novo Diamantino - Diamantino - MT.

As atividade previstas para desenvolvimento do Simpósio são:
- Palestras com professores especialistas nas áreas dos cursos oferecidos pelo Campus
- Minicursos
- Oficinas
- Apresentação de trabalhos científicos em forma de pôster.

O evento tem por objetivos:
I. Promover a divulgação científica-tecnolágica e de inovação a fim de estimular o debate de questões relevantes nas diferentes áreas do conhecimento do Campus Avançado Diamantino, da cidade de Diamantino e das cidades próxima;
II. Divulgar e incentivar o desenvolvimento de trabalhos de iniciação científica, tecnológica e ede inovação às atividades de ensino, pesquisa e extensão do Campus Avançado Diamantino, da cidade de Diamantino e das cidades próxima;
III. Estimular a participação de alunos, servidores, pesquisadores e comunidade em geral em palestras e apresentações de trabalhos.
PROGRAMAÇÃO

A I Jornada Científica de Ensino, Pesquisa e Extensão – IFMT - Campus Avançado Diamantino será realizada em três dias, 08,09 e 10 de junho de 2016 no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, em Diamantino/MT. O evento consistirá de palestras com professores especialistas nas áreas dos cursos oferecidos pelo Campus, minicursos, oficinas e apresentação de trabalhos científicos em forma de pôster.

http://jornadadmt.wix.com/semana#!blank-1/c1enr