COMISSÕES / Educação
22/06/2010
22/06/2010
Em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (22), a professora Patricia Somers, da Universidade de Austin, no Texas, afirmou que as políticas de ação afirmativa podem ser mantidas por mais 25 anos - atingindo um total de 65 anos - a fim de que seja garantida uma condição de eqüidade racial no acesso ao ensino superior dos EUA.
Durante a reunião, em que foi debatida a experiência norte-americana na implementação políticas afirmativas, Patrcia Somers informou que alguns estados americanos, como o Texas, têm adotado recentemente novas formas de seleção às universidades, denominadas "planos percentuais": dez por cento dos alunos das escolas públicas e privadas de nível médio, com preferência para os melhores, são automaticamente admitidos nas universidades.
Segundo a professora americana, foram três as principais razões que levaram à aplicação de políticas afirmativas em seu país: as de natureza compensatória, voltadas para corrigir problemas sociais originados no passado; as corretivas, diretamente ligadas a situações de discriminação; e as voltadas para a garantia da diversidade social na universidade.
Participou também da audiência pública a professora Miriam Aparecida Graciano de Souza Pan, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Na avaliação de Miriam Pan, as políticas de cotas brasileiras têm produzido um efeito benéfico para as universidades brasileiras, permitindo que tenham ganhos qualitativos no que se refere à qualidade do ensino oferecido.
Adiantando resultados de pesquisa científica que desenvolve nos EUA, para avaliar os impactos de decisão judicial EUA contra a política de cotas, Miriam Pan ressaltou a existência no país de outros tipos de ações afirmativas diferentes desses mecanismos de acesso.
Adiantando resultados de pesquisa científica que desenvolve nos EUA, para avaliar os impactos de decisão judicial EUA contra a política de cotas, Miriam Pan ressaltou a existência no país de outros tipos de ações afirmativas diferentes desses mecanismos de acesso.
- Então nós estamos aqui, no Brasil, muito ligados a idéia de cotas, mas ação afirmativa não é sinônimo de cotas. Nos EUA, se observa que as cotas sofreram uma transformação em função dos problemas legais que trouxeram. Dos casos que são publicados em toda a literatura, realmente se concluiu que, além de gerarem muita tensão, as cotas estavam beneficiando uns em detrimento de outros. Então mudaram as estratégias e passaram a trabalhar com planos percentuais - disse.
Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado
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