quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mato Grosso será beneficiado com oito varas federais com apoio de Abicalil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou no Diário Oficial da União que o Estado de Mato Grosso será contemplado com mais oito varas federais, sendo três instaladas na capital, Cuiabá, e as demais nas cidades de Cáceres (250 km), Barra do Garças (516 km), Diamantino (209 km), Juína (737 km) e Sinop (503 km).

O presidente do STJ, ministro Cesar Asfor Rocha, comunicou ao vice-líder do Governo no Congresso, deputado federal Carlos Abicalil (PT), a abertura das varas federais em Mato Grosso, e ainda agradeceu o empenho e o esforço do parlamentar para que o Estado fosse beneficiado.

Fruto da Lei 12.011/09, aprovada pelo Congresso Nacional, as novas varas federais atenderão cerca de 800 mil habitantes, sendo 500 mil em Cuiabá, cerca de 86 mil na região de Cáceres, 52 mil na cidade de Barra do Garças, 19 mil em Diamantino, 38 mil em Juína e 75 mil habitantes na região de Sinop.

AÇÕES AFIRMATIVAS NOS EUA PODEM DURAR POR MAIS DE 25 ANOS, DIZ PROFESSORA AMERICANA

Retirado do site do Senado Federal.
COMISSÕES / Educação
22/06/2010
[Foto:]Em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (22), a professora Patricia Somers, da Universidade de Austin, no Texas, afirmou que as políticas de ação afirmativa podem ser mantidas por mais 25 anos - atingindo um total de 65 anos - a fim de que seja garantida uma condição de eqüidade racial no acesso ao ensino superior dos EUA.
Durante a reunião, em que foi debatida a experiência norte-americana na implementação políticas afirmativas, Patrcia Somers informou que alguns estados americanos, como o Texas, têm adotado recentemente novas formas de seleção às universidades, denominadas "planos percentuais": dez por cento dos alunos das escolas públicas e privadas de nível médio, com preferência para os melhores, são automaticamente admitidos nas universidades.

Segundo a professora americana, foram três as principais razões que levaram à aplicação de políticas afirmativas em seu país: as de natureza compensatória, voltadas para corrigir problemas sociais originados no passado; as corretivas, diretamente ligadas a situações de discriminação; e as voltadas para a garantia da diversidade social na universidade.
Participou também da audiência pública a professora Miriam Aparecida Graciano de Souza Pan, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Na avaliação de Miriam Pan, as políticas de cotas brasileiras têm produzido um efeito benéfico para as universidades brasileiras, permitindo que tenham ganhos qualitativos no que se refere à qualidade do ensino oferecido.

Adiantando resultados de pesquisa científica que desenvolve nos EUA, para avaliar os impactos de decisão judicial EUA contra a política de cotas, Miriam Pan ressaltou a existência no país de outros tipos de ações afirmativas diferentes desses mecanismos de acesso.

- Então nós estamos aqui, no Brasil, muito ligados a idéia de cotas, mas ação afirmativa não é sinônimo de cotas. Nos EUA, se observa que as cotas sofreram uma transformação em função dos problemas legais que trouxeram. Dos casos que são publicados em toda a literatura, realmente se concluiu que, além de gerarem muita tensão, as cotas estavam beneficiando uns em detrimento de outros. Então mudaram as estratégias e passaram a trabalhar com planos percentuais - disse.

Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

ÍNDIO TERENA É APROVADO POR BANCA EXAMINADORA DA PUC/SP

Retirado do site do MSNoticias.

Algumas políticas de Ação Afirmativa no Brasil têm proporcionado oportunidade as pessoas em seguimentos sociais menos favorecida que sofrem discriminações históricas, econômicas, em especial para ingressar e permanecer no sistema educacional brasileiro como, na pós-graduação.

Em 2001 aconteceu uma das primeiras políticas de Ação Afirmativa no Brasil por meio da Fundação Ford, com o Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação, destinado às populações negras e indígenas, nascidas nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, provenientes de famílias que tiveram poucas oportunidades econômicas e educacionais em suas histórias de vida.

Neste Programa de Ação Afirmativa muitos Terena do município de Aquidauana se inscreveram e encaminharam os seus Projetos de Pesquisa a Fundação Carlos Chagas, representante da Fundação Ford no Brasil, para serem analisados, com intuito de serem selecionados para obtenção de bolsas no curso de pós-graduação, mas poucos alcançaram êxito em virtude da alta concorrência entre negros e índios de diversas regiões do país.

Em 2006, a Universidade Católica Dom Bosco, abriu um curso preparatório para ingresso dos indígenas no curso de mestrado e doutorado, com objetivo de concorrer bolsas de estudo enviando Projetos de Pesquisa a Fundação para serem selecionadas.

Um dos 75 semifinalistas, em 2006, foi o professor Terena Paulo Baltazar, natural de Miranda, mas “aquidauanense de coração”, como ele mesmo afirma. Baltazar concorreu com mais de 1500 pessoas entre índios e negros, sendo convidado à capital paulista para ser submetido em outras avaliações, como, prova de proficiência em inglês e espanhol, redação, avaliação de projetos, entrevistas entre outras.

O projeto apresentado pelo professor foi selecionado pela Fundação Ford e versava sobre “O Processo Decisório dos Terena”. Assim, em novembro de 2007, concorreu e foi aprovado na seleção de mestrado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com bolsa da Ação Afirmativa da Fundação Ford, tornando-se mestrando bolsista internacional da Fundação Ford.

Após dois anos e meio de estudos e dedicação exclusiva, em maio deste ano defendeu com louvor sua Dissertação. No 31 de maio de 2010 transformou-se em data marcante para o povo Terena, em particular para o professor Paulo Baltazar, quando foi submetido à Banca Examinadora para a Defesa Pública de Mestrado, na PUC de São Paulo.

Ao concluir a defesa, o professor Paulo Baltazar recebeu a nota máxima da Banca Avaliadora, tornando-se o primeiro Terena mestre em Ciências Sociais na área de Antropologia.

O professor pertence ao quadro efetivo da rede municipal de educação do município de Aquidauana, lotado na Escola Municipal Indígena General Rondon na Aldeia Bananal e professor na Escola Estadual Indígena Pastor Reginaldo Miguel na Aldeia Lagoinha, ambas no Distrito de Taunay, município de Aquidauana.

FESTA DA BOA MORTE É OFICIALIZADA COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DA BAHIA

Retirado do blog Omi-Dùdú.

A Festa acontece desde o século XIX e é considerada uma das maiores manifestações culturais da Bahia

A Festa da Boa Morte foi oficializada como Patrimônio Imaterial da Bahia na tarde desta sexta-feira, 25. O decreto foi assinado pelo governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), durante uma sessão especial na Câmara de Vereadores da cidade de Cachoeira. A cerimônia fez parte das comemorações pela transferência do Governo do Estado para a cidade de Cachoeira, que acontece há três anos, sendo esta a primeira vez em ano eleitoral.
A festa da Boa Morte, que acontece desde 1820 no mês de agosto, mistura elementos do catolicismo e do candomblé e é considerada uma das mais importantes manifestações culturais da Bahia. A história da festa nasceu quando mulheres negras e ex-escravas se uniam para ajudar escravos a conseguir a liberdade, se reunindo em torno da fé em Nossa Senhora e criando uma confraria católica chamada Irmandade da Boa Morte.

A Festa foi incluída no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações. O reconhecimento é uma salvaguarda à manifestação cultural afrocatólica, que passa a ter a proteção e o incentivo do Estado e da sociedade civil organizada.

Divulgação - Entre os benefícios diretos do tombamento da festa está a prioridade para a concessão de financiamentos públicos e privados. Segundo o diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac), Frederico Mendonça, o registro prevê a realização de ações de salvaguarda, como a publicação de um livro e um vídeo documentário sobre a festa, a elaboração do projeto de um memorial da Boa Morte e estudos para a criação de atividades que gerem renda para as mulheres envolvidas na tradição.
Antes do registro, o Ipac realizou estudos técnicos e elaborou um dossiê. O trabalho, que durou cerca de um ano, resultou no documento que foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC).

Patrimônio Imaterial - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural"

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua integração com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

Bahia - Além da Festa da Irmandadade da Boa Morte, são considerados patrimônios imateriais da Bahia o ofício da baiana de acarajé, a roda de capoeira, o ofício dos mestres de capoeira, o samba de roda do Recôncavo, o carnaval de Maragogipe e a festa de Santa Bárbara. Atualmente, está em processo de reconhecimento o desfile dos afoxés no Carnaval de Salvador.
Fonte: A tarde on Line *Com informações da Agecom-BA.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Oficina flagrada no caso Marisa também produziu para C&A

No período que antecedeu a fiscalização que encontrou imigrantes em condição análoga à escravidão, costuras eram feitas para fornecedora da rede C&A. Companhia confirmou que enviados chegaram a vistoriar o local em 2009

Por Maurício Hashizume*

São Paulo (SP) - Registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda., a oficina de costura ligada à Marisa que foi flagrada com 17 trabalhadores imigrantes em condições análogas à escravidão produzia peças anteriormente para a C&A. A informação foi confirmada tanto pelo dono da oficina, o boliviano Valboa Febrero Gusmán, como pela própria rede varejista.

Operação comandada pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), ocorrida em meados de fevereiro deste ano, encontrou um amplo quadro de irregularidades no local - desde "fortes indícios de tráfico de pessoas", registros de cobranças ilegais de dívidas dos empregados e salários muito aquém dos permitidos até condições críticas no tocante à saúde e segurança no trabalho, alojamentos completamente inadequados e jornadas exaustivas (detalhes mais abaixo na descrição das condições).

Oficina de costura CSV chegou a passar por auditoria da C&A em 2009 (Foto: Maurício Hashizume)

Quando da fiscalização, Valboa confirmou ter fabricado peças de vestuário durante os últimos anos (até 2009) para a Karvin que, por sua vez, atuou como fornecedora da C&A por cerca de 25 anos. Ele declarou inclusive que, entre outubro de 2009 e janeiro de 2010, representantes da companhia internacional com sede na Holanda fizeram vistorias das instalações da oficina situada no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista.

À Repórter Brasil, a C&A não se esquivou da responsabilidade em relação à cadeia produtiva dos itens que comercializa, diferentemente de sua concorrente - que preferiu responder na ocasião que a "situação detectada pelos auditores não é de responsabilidade direta ou indireta da Marisa".

A C&A admitiu inclusive que tomou conhecimento da presença da CSV na sua cadeia produtiva somente em outubro de 2009. "Até então, o fornecedor Karvin não havia comunicado à empresa a inclusão desta oficina na sua lista de subcontratados", acrescenta a companhia, que sustenta ter "advertido a Karvin de que este procedimento não seria tolerado novamente".

Desde 2006, a C&A mantém um segmento próprio para auditar a sua cadeia de suprimentos denominado Organização de Serviço para Gestão de Auditorias de Conformidade (Socam). Segundo a empresa, as vistorias são "aleatórias e não agendadas, com o objetivo de coibir qualquer tipo de mão de obra irregular e buscar a melhoria contínua das condições de trabalho".

A rede varejista confirma ter realizado uma primeira visita à CSV, por meio da Socam, em 23 de outubro de 2009. Nenhum estrangeiro ilegal foi encontrado, assegura a empresa, que verifica, entre outros, aspectos como a regularidade do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Com o intuito de melhorar as condições de trabalho do local, a Socam estabeleceu, em 28 de outubro, um "plano de ação" para a CSV com diversas ações: disponibilizar e apresentar documentos e critérios adotados para cálculo e pagamento de salários; sinalizar todas as saídas; providenciar a recarga de extintores de incêndio e kit de primeiros socorros; arrumar e organizar a área de trabalho; proteger e melhorar disjuntores e instalação elétrica e providenciar sabonete líquido e papel toalha nos banheiros, entre outras.

"É importante ressaltar que o trabalho realizado pela Socam não tem caráter punitivo, exceto nos casos de infrações graves. O objetivo, além de coibir qualquer tipo de mão de obra ilegal, é também buscar a melhoria contínua das condições de trabalho dos seus fornecedores, informar e promover a transformação destes espaços", argumenta a C&A.

Caderno de anotações apreendido tinha registros de cobranças ilegais (Foto: Maurício Hashizume)
Em janeiro de 2010, a Socam voltou à CSV para acompanhar a implantação do "plano". Segundo a empresa, novamente não houve registro de imigrantes sem documentação legal. "Constatou-se, porém, que o plano não havia sido implantado. O prazo inicialmente de 90 dias foi prorrogado pelo mesmo período, até abril de 2010. O não cumprimento implicaria na suspensão do fornecimento. No início de fevereiro, a CSV foi descadastrada pela Karvin, que constatou nesta data a existência de trabalhador sem documentação regularizada", relata a C&A.

A empresa afirma ainda que o relacionamento comercial com a Karvin também foi temporariamente suspenso por conta de situações irregulares encontradas em outras oficinas subcontratadas. "O fornecimento ficará suspenso até que as irregularidades apontadas sejam resolvidas", prossegue.

Em depoimento à fiscalização, por seu turno, o proprietário da CSV alegou que o "preço muito baixo" pago pela Karvin (para fornecimento à C&A) por cada peça costurada teria sido um dos motivos para a descontinuidade do vínculo comercial. Questionada sobre a porcentagem de partilha média do preço final pago pelo consumidor - quanto seria destinado aos produtores (oficinas/fornecedores) e quanto ficaria mais especificamente com o varejo -, a C&A afirma seguir "os valores que são praticados pelo mercado".

"É importante ressaltar que o preço de venda não se justifica unicamente com a produção da peça, mas inclui várias despesas na operação como impostos, salários, logística, infraestrutura", adiciona a empresa.

A Karvin foi procurada para se pronunciar sobre o caso e prometeu atender a reportagem. Após o primeiro contato, porém, a representante da empresa não foi mais encontrada nos diversos telefones mantidos pela fornecedora de peças de vestuário com base no bairro do Bom Retiro.

Com relação aos gastos com publicidade (recentes campanhas da C&A foram protagonizadas por estrelas internacionais da música pop) e à possibilidade de deslocar parte desses recursos para recompensar aqueles que trabalham na cadeia produtiva dos produtos vendidos nas lojas, a C&A se restringiu apenas a declarar que "esta informação [sobre publicidade] não é pública" e que a mesma é "considerada estratégica para a companhia".

Vistorias
Desde 2006, conforme números divulgados pela C&A, a Socam já realizou mais de 6 mil visitas em fornecedores e subcontratados. Em casos de infrações graves (como o trabalho de imigrantes ilegais e o trabalho infantil), informa a rede, a Socam pode cancelar de imediato as compras do fornecedor. Assim como no caso da CSV, podem ser propostos também planos de ação corretivos, com meta e prazo determinados. O descumprimento do combinado, sustenta a companhia, pode igualmente implicar na suspensão do fornecimento.

Neste período, cerca de 100 fornecedores foram bloqueados pela Socam, ou seja, tiveram o fornecimento suspenso. "As oficinas (subcontratados) não são bloqueadas pela Socam, mas pelo fornecedor, que é responsável pelos seus subcontratados", completa a rede. Por "uma questão de relação comercial com nossos fornecedores", a C&A - que se coloca publicamente como "pioneira no Brasil, entre as empresas de varejo de moda, a possuir uma organização [específica, como a Socam]" - prefere não divulgar a quantidade de planos de ação elaborados junto a fornecedores e subcontratados.

Detalhe de um dos alojamentos: inadequação e exposição a doenças (Foto: Maurício Hashizume)
A adesão ao “Código de Conduta” e às “Condições Gerais de Fornecimento” - que contêm cláusulas que exigem o cumprimento da legislação trabalhista vigente - é uma das premissas para que uma confecção se torne fornecedora, reforça a C&A. "Cabe ao fornecedor a decisão de escolha de sua rede de subcontratados. Porém, estes devem ser listados e informados à empresa, previamente ao início da relação comercial com a C&A. Também é de responsabilidade do fornecedor manter sua lista de oficinas subcontratadas atualizada. Tanto o fornecedor quanto a Socam realizam as vistorias nas oficinas", emenda. Estima-se que o investimento na área tenha sido de R$ 7 milhões. Somente em 2009, teriam ocorrido 2,1 mil vistorias.

Em 2007, a C&A, assim como a Marisa e outras empresas do ramo, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o compromisso de evitar ligações comerciais com oficinas de costura envolvidas na exploração de trabalho análogo à escravidão e de viabilizar auditorias períódicas de suas cadeias produtivas.

Convidadas a fazer parte do Pacto Contra a Precarização, e pelo Emprego e Trabalho Decentes - Setor das Confecções, contudo, a C&A não aderiu. "A assinatura ao pacto deve ser analisada considerando o setor como um todo, e não somente com adesões pontuais, que não irão produzir os resultados almejados", rebate a rede. "A C&A não acredita que a adesão de uma só companhia poderá surtir efeitos reais no setor. É preciso um esforço conjunto e estamos em contato constante com os demais players do nosso setor de modo a conseguir um esforço conjunto neste sentido".

A implantação de um sistema de certificação com vistas a garantir melhores condições de trabalho nas cadeias produtivas está sendo discutida no âmbito da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) - que engloba outras redes como a própria Marisa, Riachuelo e Renner. Uma das consultorias envolvidas na iniciativa é a internacional Bureau Veritas, também citada no relatório de fiscalização do caso que envolveu diretamente a Marisa.

Para fazer vistorias semelhantes aos que a Socam faz para a C&A (até em cumprimento ao TAC celebrado com o MPT em 2007), a Marisa contratou a empresa Bureau Veritas, fundada na Bélgica, em 1928. Na avaliação que fez das condições gerais de trabalho na trinca de fornecedores formada por Dranys, Elle Sete e Gerson de Almeida (que tinham contrato com a Marisa e subcontratavam a CSV) em maio e setembro de 2009, a consultoria aprovou incondicionalmente as instalações das fornecedoras que cuidavam mais do arremate das peças, a despeito dos diversos problemas (como risco de incêndio, desorganização do ambiente e falta de ventilação) verificados pela operação fiscal, que visitou todos os participantes da cadeia produtiva.

Mesmo sem visitar as terceirizadas (que fazem a parte mais substantiva do processo: transformam cortes de tecidos em peças de vestuário quase prontas) da Dranys/Elle Sete/Gerson de Almeida, os auditores da Bureau Veritas atestaram que, no quadro geral, as auditadas "atendiam" às condições de regularidade quanto à ausência de trabalho forçado. Contatada pela reportagem, a consultoria optou por não se pronunciar.

Repercussões

Quase três meses depois da fiscalização e mais de 45 dias após a divulgação na Repórter Brasil, o flagrante de trabalho escravo de imigrantes envolvendo as lojas Marisa continua gerando repercussões.

Advogados da Marisa negociam o estabelecimento de novos padrões de conduta para evitar a ocorrência de flagrantes e para contribuir n sentido de qualificar as condições de trabalho no conjunto da cadeia das confecções.

Sindicato dos Comerciários organizou protesto contra a Marisa em Fortaleza (CE) (Foto: SEC)
"Estamos envidando todos os esforços possíveis e imagináveis para reunir o maior número de pessoas em torno desse caso com a finalidade de atingirmos um grau correto e positivo de eficácia da nossa ação fiscal. Por isso, toda a movimentação para trazermos os mais diversos órgãos públicos e entidades da sociedade civil", comenta Renato Bignami, auditor fiscal do trabalho da SRTE/SP que esteve à frente da operação que rastreou a cadeia produtiva a partir da oficina de costura CSV.

A punição apenas da Marisa, salienta Renato, não pode ser considerada satisfatória. "É necessário buscarmos soluções para que esse caso não volte a se repetir e para corrigirmos um processo crônico de fuga para a clandestinidade, informalidade e irregularidade que se abateu sobre esse setor", complementa. A OIT, o Instituto Ethos e a Abeim conversam para estabelecer processos de responsabilidade social que possam consolidar avanços no setor.

Paralelamente, os participantes do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes se reuniram no auditório da Defensoria Pública da União (DPU), na última segunda-feira (3), para fazer avaliações e dar continuidade ao processo de articulação por melhorias para os trabalhadores do setor. Estiveram presentes representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e das associações de coreanos, bolivianos e paraguaios, além do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, dos Sindicatos das Indústrias do Vestuário no Estado de São Paulo (Sindivestuário), do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), do Centro de Apoio ao Migrante (Cami), da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), da Receita Federal, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH), da ONG Repórter Brasil e da Procuradoria Regional do Trabalho 2ª Região (PRT-2), na pessoa de Vera Lúcia Carlos, propositora dos TACs firmados com as redes varejistas.

Em Brasília (DF), a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) levou o caso aos colegas parlamentares em pronunciamento no Plenário da Câmara, no dia 7 de abril. Após fazer menção à fiscalização da oficina CSV, a congressista propôs boicote à Marisa "até que sejam garantidos os direitos trabalhistas de todos os colaboradores e melhor distribuição do lucro".

Dois dias depois, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza (CE) organizou um protesto contra o trabalho escravo de imigrantes em frente à loja da Marisa no centro da capital cearense. Os sindicalistas chamaram a atenção de populares e distribuíram exemplares da edição do jornal Brasil de Fato que reproduziu conteúdo publicado pela Repórter Brasil.

De acordo com Romildo Miranda, do sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), houve uma reunião com enviados da rede de varejo Marisa há cerca de 15 dias em que a questão foi tratada. "Segundo eles [da empresa], a questão foi resolvida. Mas não paramos por aqui. Se ficarmos sabendo de mais denúncias, voltaremos a nos mobilizar. Insisto mais uma vez: não paramos por aqui", destacou o sindicalista.

Condições encontradas na oficina de costura CSV

Nenhum dos imigrantes que operavam máquinas na oficina CSV tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada e pelo menos um deles sequer estava regularizado junto à Polícia Federal (PF). Segundo a fiscalização, um dos trabalhadores bolivianos não tinha 18 anos completos.

Foram apreendidos vários cadernos com anotações de "taxas" ilegais de "passagem", "fronteira" e "documentos") e registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria (R$ 766).

A estrutura (instalações elétricas, móveis etc.) da oficina não seguia os padrões mínimos exigidos. Uma criança, filha de uma das costureiras, estava exposta a acidentes com o maquinário. A jornada de trabalho começava às 7h e chegava até às 21h. As refeições eram preparadas improvisadamente nos fundos do mesmo cortiço do local de trabalho. O irmão do dono da oficina permanecia o tempo todo junto com os trabalhadores, atuando como "vigia".

Em apenas um cômodo mal iluminado nos fundos de um dos "alojamentos", construído para ser uma cozinha, sete pessoas dormiam em três beliches e uma cama avulsa. Infiltrações, umidade excessiva, falta de circulação de ar, mau cheiro e banheiros precários completavam o cenário. Não havia separação adequada das diversas famílias alojadas na mesma construção.

Na avaliação da médica e auditora fiscal Teresinha Aparecida Dias Ramos, que fez parte da comitiva e checou até a receita médica de uma das trabalhadoras que apresentava uma doença de pele, as vítimas de trabalho escravo na CSV estavam expostas a distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, e justamente a enfermidades dermatológicas, além das condições psicossociais indesejáveis, por causa do medo constante.

*O jornalista da Repórter Brasil acompanhou a fiscalização da SRTE/SP como parte dos compromissos assumidos no Pacto Contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo - Cadeia Produtiva das Confecções

A importância histórica e as muitas faces de Soweto

Natália Luz

Grande parte da história contemporânea da África do Sul foi escrita em Soweto, abreviatura de South West Township, oficialmente adotada em 1963, apesar de sua origem ser mais antiga. No final do século XIX, muitos negros migraram para os arredores de Joanesburgo atraídos pela corrida do ouro. Eles seriam a principal mão-de-obra para a exploração do minério.

Os trabalhadores se amontoavam em barracos ao redor da cidade dando forma à região que, anos mais tarde, se tornaria o principal cenário da revolução. A famosa township foi lar das personalidades mais importantes da África do Sul: o pai Nelson Mandela e o padrinho Desmond Tutu. A "cidade" Soweto incorporada aos limites de Johanesburgo é a maior “favela” sul-africana, com cerca de três milhões de habitantes, que falam praticamente todas as línguas oficiais do país.

O nome Soweto ganhou o mundo especialmente em 1976, quando um grupo de estudantes negros que protestava contra o ensino do afrikâans, língua dos colonizadores, foi recebido à bala pelos policiais. Milhares de estudantes, estimulados pelo Movimento de Consciência Negra, diziam “não” ao idioma do explorador em manifestações que cruzavam a África do Sul. O “Movimento” fundado por Steve Biko foi proibido pelo governo, após a aglomeração de Soweto ter se transformado em uma tragédia. A foto de Hector Pieterson de apenas 12 anos, morto no colo do irmão após um ataque covarde da polícia, ficou eternizada. Rodou o mundo, levando repúdio ao sistema implantado na África do Sul, que apenas naquele ano matou cerca de 700 jovens em protestos ao longo dos meses.

Durante o apartheid, Soweto era tenso, até mesmo quando a África do Sul parecia ir ao encontro de um caminho de paz. No governo de transição, entre 1990 e 1994, CNA (Congresso Nacional Africano - partido no poder há 16 anos) e Inkatha (partido zulu) disputavam o poder que seria dado aos negros, na primeira eleição democrática sul-africana. No passado, o bairro era a fonte quase gratuita da mão-de-obra de Johanesburgo, sem direito ao saneamento básico, eletricidade, educação e principalmente segurança. Hoje, é um cenário mais vibrante, alegre e multifacetado, apesar de as cicatrizes do passado ainda se mostrarem entreabertas.

No ano da Copa, Soweto também presencia mais esperança, mais orgulho e é um dos destinos obrigatórios de quem passa por Joanesburgo. Um tour (que deve ser feito seguindo todas as recomendações de segurança) revela parte da vida de Soweto, seja pelos caminhos de becos escuros, seja pelas ruas asfaltadas que exibem carros importados. De um extremo ao outro, é possível descobrir as múltiplas faces de uma região tão importante para a história do país.

Entre as atrações estão a Casa de Nelson Mandela, o Museu e Memorial Hector Pieterson, o shopping center Maponya e os shebben, estabelecimentos de bebidas que tradicionalmente eram ilegais no passado. Agora, eles também são conhecidos como tavern e se apresentam como lugares sociais onde moradores de áreas carentes se reúnem após o trabalho. O futebol é uma paixão comum a quase todos da região, que não por coincidência, abriga os clubes mais populares do país: Kaizer Chiefs e Orlando Pirates!

DELTA DO NÍGER: OS VAZAMENTOS DE PETRÓLEO QUE NÃO APARECEM NA TELEVISÃO

Retirado do site Casa das Áfricas.

22.06.2010 Público
Manuel Ansde www.rebelion.org/noticia.php?id=108331

O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a clamar que daria un pontapé na bunda dos diretores da BP, a companhia petrolífera responsável pela plataforma que estourou dia 20 de abril causando um vazamento de mais de 400 milhões de litros de petróleo bruto até à data. Seus ataques contra a multinacional de origem britânica fizeram a empresa se desequilibrar e perder metade de seu valor de mercado. Durante dois meses, só houve um derrame. Nem uma palavra sobre o que está acontecendo a milhares de quilômetros, no Delta do Níger. Obama pode ser justificado pelo fato de ter de se preocupar com o que acontece no seu país, mas 40% das importações de petróleo dos EUA são provenientes do delta do Níger. E a maré negra do Golfo do México encobriu a negligência das petroleiras nesse canto esquecido do mundo.

Na terça-feira, o ministro do Meio Ambiente da Nigéria, John Odey, expressou "preocupação" com o número excessivo de vazamentos da empresa norte-americana Exxon Mobil no Delta do Níger. Nos últimos quatro anos, 2.400 derramamentos têm tingido de preto a região, a maioria causada por sabotagens, de acordo com a Agência Nacional para a Detecção e Resposta a Derramamentos de Petróleo. Uma maré negra como a que inunda hoje os telejornais de todo o mundo não seria notícia na Nigéria. Em suas costas, de acordo com algumas estimativas, foram despejadas cerca de 40.000 toneladas de óleo a cada ano no último meio século. É como se um petroleiro como o Exxon Valdez naufragasse a cada ano no Delta do Níger.

"A Exxon Mobil precisa mostrar mais prudência na gestão dos derramamentos", pediu com delicadeza Odey após uma reunião com executivos da companhia petrolífera. É uma mudança de estratégia num governo acostumado a calar-se frente os desastres ambientais causados pelas petroleiras. Nada a ver com Obama e seus "kicks ass". 85% da renda da Nigéria depende do petróleo e do gás.

peixes contaminados
"Como as coisas funcionam de forma diferente na Nigéria. O governo normalmente não se preocupa em emitir comunicados, mas não só isso: nunca sente a necessidade de desaprestigiar esses derramamentos", queixou-se há poucos dias o professor nogeriano Anen Ejikeme da Trinity University de San Antonio (Texas), nas páginas do The New York Times.

A diretora de assuntos globais da Anistia Internacional, Audrey Gaughran, autora de um relatório exaustivo sobre o desastre ambiental no Golfo da Guiné, descreveu assim a situação de um ano atrás: "Aqueles que habitam no Delta do Níger tem que beber, cozinhar e lavar-se com água contaminada. Comem peixes contaminados com petróleo e outras toxinas, se é que ainda conseguem encontrar zonas de pesca. As terras cultivadas estão sendo degradadas. Após os derramamentos de óleo, o ar que respiramos cheira a petróleo, gás e outros poluentes. As pessoas se queixam de problemas respiratórios e lesões na pele e, no entanto, nem o governo nem as petroleiras monitoram os efeitos da contaminação por hidrocarbonetos em seres humanos."

A responsabilidade pela tragédia na Nigéria não é apenas da Exxon Mobil. A empresa anglo-holandesa Shell, a maior operadora do país, admitiu em maio que, em 2009, mais de 100 mil barris de petróleo (14.000 toneladas) acabaram derramados na Nigéria. Uma maré negra de Shell a cada quatro dias. "A grande maioria dos derramamentos [70%, de acordo com seus cálculos] no Delta do Níger são o resultado de sabotagem ou devido a vazamentos causados quando os ladrões arrombam os oleodutos para roubar petróleo", defendeu-se a empresa, que afirma estar "comprometida a limpar todos os derramamentos o mais rapidamente possível."

A opinião da Anistia Internacional é muito diferente. "Embora a Shell afirme que é uma empresa social e ecologicamente responsável, continua a causar danos diretos aos direitos humanos ao não prevenir devidamente e mitigar os efeitos da poluição e da degradação ambiental no Delta do Níger", criticou Gaughran. Shell pagou pouco mais de três milhões de euros de indemnização aos proprietários das terras afetadas em 2009.
280 000 milhões de euros em receitas e viver com 80 cêntimos por dia
Na Arábia Saudita da África, a Nigéria, onde os políticos corruptos enchem seus bolsos com maços de petrodólares, a expectativa de vida ao nascer de um cidadão é de 48 anos, 33 menos que um espanhol. E quase 100 de cada 1.000 bebês morrem antes de seu primeiro aniversário.
Uma análise, elaborada em 2003, mas ainda em vigor, desmorona o discurso das petroleiras sobre o seu efeito benéfico para a sociedade. O economista espanhol Xavier Sala i Martín, da universidade norte-americana de Columbia, e Arvind Subramanian, do Fundo Monetário Internacional, revelaram que a proporção de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia na Nigéria havia saltado de 36% a 70% da população (cerca de 140 milhões de pessoas) entre 1970 e 2000. No mesmo período de tempo, o governo nigeriano ingressou cerca de 280 mil milhões de euros, graças ao petróleo.

O principal operador do país, a Shell, admite que o dinheiro do petróleo não chega aos cidadãos, mas se orgulha de sua contribuição econômica. "A corrupção tem sido uma das barreiras para transformar as receitas do petróleo em benefícios para a população da Nigéria", a multinacional afirmou em um relatório divulgado há algumas semanas.

No mesmo documento, a petroleira presume de terem assinado contratos com as empresas nigerianas no valor de 720 milhões de euros em 2009 e de ter ingressado mais 36 milhões em um fundo para melhorar a educação no país.

A multinacional afirma que o ouro negro não basta para criar riqueza. "Ainda que sejam bem investidas, as receitas do petróleo na Nigéria não alcançam para muito no país mais populoso da África. As receitas totais de petróleo e gás dividido por 140 milhões de pessoas se limitam a menos de um dólar por dia por pessoa ", explica Shell em seu relatório.

A análise da Sala i Martín é muito menos auto-complacente: "O petróleo tem um impacto negativo sobre o crescimento devido ao seu impacto negativo na qualidade das instituições."

Fonte: http://www.publico.es/ciencias/322129/nigeria/shell/vertido/petroleo

Ministério da Saúde lança tecnologia brasileira para diagnosticar vírus H1N1

Ministério da Saúde lança tecnologia brasileira para diagnosticar vírus H1N1
O Ministério da Saúde lançou o Kit Nacional para Diagnóstico da Influenza H1N1, tecnologia brasileira desenvolvida para identificar o vírus da gripe pandêmica.[Imagem: CDC]

Kit do H1N1

O Ministério da Saúde lançou o Kit Nacional para Diagnóstico da Influenza H1N1, tecnologia brasileira desenvolvida para identificar o vírus da gripe pandêmica.

A partir de agora, o país tem capacidade de produzir os reagentes biomoleculares utilizados nos laboratórios para detectar a doença e se tornar mais independente do mercado internacional.

O kit será fabricado por um consórcio entre a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunbiológicos (Biomanguinhos) e do Instituto Carlos Chagas (ICC), com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). O investimento do governo federal no projeto foi de R$ 3,36 milhões.

Diagnóstico da influenza

O Brasil terá capacidade de produzir 80 mil testes por mês para o diagnóstico de Influenza H1N1, o suficiente para atender a demanda nacional. Durante a primeira onda da pandemia, entre abril e dezembro de 2009, foram realizados 73.121 testes.

Com a vacinação de mais de 82,7 milhões de pessoas até esta quarta-feira, 23 de junho, a expectativa é que caia o número de casos graves e mortes suspeitas pela doença. O exame é indicado para pacientes internados com suspeita de gripe pandêmica, em casos de surtos em comunidade fechadas e para investigar óbito.

O primeiro lote fabricado pelos laboratórios do consórcio conta com 30 mil testes para detectar a doença em pacientes internados com suspeita de gripe pandêmica. Os reagentes biomoleculares servem para multiplicar o material genético do vírus (RNA viral) de modo a tornar possível sua identificação.

Kit brasileiro

O teste brasileiro é, pelo menos, 55% mais barato que os insumos importados. O material produzido em outros países custa entre R$ 100 e R$ 150, enquanto o kit nacional custa R$ 45, aproximadamente.

Além disso, a tecnologia desenvolvida no país representa uma novidade e um avanço em relação ao diagnóstico fabricado no exterior. Ele apresenta características que tornam o teste ainda mais confiável e mais rápido. O tempo de análise é reduzido pela metade: passa de oito para quatro horas.

"Com esse projeto, o Brasil sai à frente na qualificação do diagnóstico de gripe H1N1. É uma tecnologia superior e mais segura que poderá, inclusive, ser exportada futuramente a outros países", comemorou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

O kit nacional reúne em apenas um produto (que contém dois tubos) os reagentes biomoleculares utilizados para detecção do vírus. Em países como Estados Unidos, França e Alemanha - principais fornecedores mundiais de insumos para diagnóstico de H1N1 - esses materiais são vendidos separadamente e misturados pelos profissionais do laboratório. Agora, sem necessidade desse procedimento, diminuirá o risco de falha humana e desperdício na manipulação dos insumos.

Gripe pandêmica

O teste será distribuído aos três laboratórios de referência para o diagnóstico da gripe H1N1: Fiocruz, Instituto Evandro Chagas (Pará) e Instituto Adolf Lutz (São Paulo); e a três Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) localizados no Distrito Federal, no Paraná e na Bahia. Por enquanto, o teste nacional não estará disponível para laboratórios particulares.

Esses seis laboratórios contam com novas plataformas tecnológicas para o diagnóstico da gripe pandêmica. Elas fazem parte de um projeto-piloto brasileiro para detectar o vírus H1N1 e que, futuramente, também será utilizado para diagnosticar outras doenças, como aids, dengue, hepatite, meningites e outros problemas respiratórios. A proposta do governo federal é expandir as plataformas a outros Lacens depois que o projeto-piloto for consolidado, montando uma rede nacional de diagnóstico.

As plataformas são formadas por três máquinas - dois robôs e um computador - que realizam todas as etapas de identificação do vírus H1N1 de forma automatizada, sem interferência humana. Atualmente, a tecnologia utilizada nos laboratórios habilitados para o exame é menos automatizada e, portanto, mais lenta.

HOMENS E BRANCOS CONSOMEM MAIS QUE MULHERES E NEGROS

Retirado do site do Economia UOL.
23/06/2010
Da Redação, em São Paulo

Os homens têm mais poder de gasto do que as mulheres, e os brancos consomem mais que os negros. A diferença de gênero e raça, já determinada por estudos e pela prática, também foi quantificada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A despesa de famílias com brancos fica 28% acima da média nacional, e 89% acima das despesas das famílias com negros, e 79% acima das famílias com pardos.

Em relação à POF anterior, de 2002/03, as diferenças percentuais entre famílias com brancos branca e negros cresceram (de 82% para 89%). Já a diferença entre famílias com pessoa de referência branca e parda teve redução (de 84% para 79%).

As famílias brasileiras com homens como responsáveis pelos principais gastos têm despesa média mensal (R$ 2.800,16) em torno de 7% acima da média nacional (R$ 2.626,31).
As famílias que têm mulheres nesse papel possuem despesas médias (R$ 2.237,14) 15% menores.

LEIA MAIS SOBRE A PESQUISA E O CONSUMO DO BRASILEIRO

Os avanços concretos do SUS

O SUS (Sistema Único de Saúde) consolidou-se, ao longo de duas décadas, como a maior política de Estado do país, promotor de inclusão e justiça social. Fruto de uma permanente construção coletiva, nele se manifesta o melhor da tradição política brasileira: o diálogo, a composição e a busca do acordo.

Nós, gestores do SUS em todas as esferas de governo, a despeito de diferenças de orientação política ou ideológica, temos um ponto de convergência: a saúde pública.

Assim, a defesa intransigente do SUS nos unifica. Cada governo ajudou a fortalecer o SUS. E a gestão do presidente Lula acumula conquistas inegáveis.

A Saúde da Família teve sua cobertura duplicada de 2002 a 2009, atingindo 100 milhões de brasileiros. Com isso, o país reduziu em 20% a mortalidade infantil (2003 a 2008); ampliou em 125% o número de consultas de pré-natal (2003 a 2009); diminuiu a desnutrição e ampliou a adesão à vacinação.

Antes esquecidos, os cuidados em saúde bucal são um dos destaques. O Brasil eliminou o sarampo, em 2007; interrompeu a transmissão do cólera (2005) e da rubéola (2009); e a transmissão vetorial de Chagas, em 2006.

Estamos próximos da eliminação do tétano e reduzimos as mortes em outras 11 doenças transmissíveis, como tuberculose, hanseníase, malária e Aids.

O desenvolvimento de uma política para as urgências e emergências permitiu a melhor estruturação da rede. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), de 2003, já atende 105 milhões de brasileiros. A construção das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) reforça o Samu e a rede de atenção primária, contribuindo para a redução das filas nos hospitais.

Nas cirurgias eletivas, ampliou-se o conceito dos "mutirões", permitindo que os gestores locais promovam 90 diferentes procedimentos, que eram restritos a quatro no modelo anterior. Expandiu-se de 1,5 milhão de procedimentos em 2002 para 1,95 milhão, em 2009.

Foram feitas mais cirurgias de catarata em 2009 do que no auge dos mutirões, em 2002.

O número de transplantes cresceu de 11,2 mil, em 2002, para 20,2 mil, em 2009, um salto de 80%. O SUS também se consolidou como o principal fornecedor de medicamentos. O mercado de genéricos cresceu e o número de novos registros saltou 280% em sete anos.

Além disso, foi criada a Farmácia Popular, ação de governo mais bem avaliada pela população.

O SUS tem desafios importantes, sobretudo o subfinanciamento. É urgente a construção de um entendimento nacional sobre o financiamento. A despeito disso, a atual gestão tem corrigido iniquidades regionais. Os repasses financeiros para procedimentos de média e alta complexidade aumentaram 137% entre 2003 e 2009.

Na direção da equidade, o aumento foi maior nas regiões Norte (298%) e Nordeste (240%). Estamos cumprindo o compromisso de fazer mais e melhor.

É inegável o esforço deste governo para legar um SUS mais organizado, integrado e com bases de sustentação que permitam ao país oferecer serviços de melhor qualidade aos brasileiros.

Alberto Beltrame é secretário nacional de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

DESENHO AIMADO DO PANTERA NEGRA ESTÁ NO ITUNES

Retirado do blog Fantastic Four Br.

O site Bleeding Cool divulgou o preview do desenho animado do Pantera Negra, que está disponível na loja online do iTunes, mas apenas para o Canadá e os Estados Unidos.
Pantera Negra (Black Panther) será exibido nos Estados Unidos no canal de TV BET.

As imagens capturadas do preview mostram cenas com o Pantera Negra, Fanático, Capitão América, Cavaleiro Negro, Ciclope e Tempestade. Tudo com um visual que lembra o traço de John Romita Jr. Também participarão os vilões Garra Sônica e Batroc.

O título do preview no iTunes é Black Panther: Who Is The Black Panther? e a música é o tema do Pantera Negra.

A voz do herói de Wakanda é de Djimon Hounsou.

Originalmente produzido para o canal de TV BET, o desenho animado do Pantera Negra fará sua estreia em 23 de junho em diversas plataformas digitais, entre elas iTunes, Xbox LIVE, Microsoft Zune e PlayStationNetwork.

O seriado terá 12 episódios e será lançado com o título Black Panther: Who Is The Black Panther?. Um preview do desenho foi divulgado no iTunes recentemente.

A Austrália foi o primeiro país a ver o material. O seriado estreou no canal ABC3, em 16 de janeiro de 2010.

Pantera Negra foi produzido por Reginald Hudlin, autor que também assina os roteiros das histórias do personagem na revista da Marvel Comics. O visual da série é fortemente inspirado no traço de John Romita Jr, desenhista responsável pela arte das primeiras edições.

O elenco vocal inclui Djimon Hounsou (Pantera Negra), Jill Scott (Tempestade), Kerry Washington (Princesa Shuri), Alfre Woodard (em dois papéis: Dondi Reese e rainha Mãe), Carl Lumbly (Tio S'Yan) e Stan Lee como um general.

A Shout! Factory lançará o desenho em DVD, em 2010.
Por: Sérgio Codespoti do Site Universo HQ.

GAME SOBRE REVOLTA DOS ALFAIATES ESTÁ DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD

Retirado do site da UNEB. Iniciativa muito interessante, vamos todos baixar e nos divertir?
16 jun 2010
Revolta dos Alfaiates
Carol Soledade
Núcleo de Jornalismo
Assessoria de Comunicação

Jogo é financiado pela Fapesb, pelo programa Pró-Forte UNEB e tem apoio do CNPq. Imagens: Divulgação

Simular o cenário da sociedade baiana no fim do século XVIII, durante a Revolta dos Alfaiates (ou Revolta dos Búzios), resgatando a história e criando um espaço virtual no qual estudantes e professores podem discutir conceitos e significados sobre esse importante momento histórico.

Esses são os objetivos do novo game pedagógico Búzios: Ecos da Liberdade, que já está disponível para download no site www.comunidadesvirtuais.pro.br/buzios. A iniciativa foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa Comunidades Virtuais de Aprendizagem, do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da UNEB.

A professora da universidade Lynn Alves, coordenadora do grupo de pesquisa, explica que o jogo é em versão 2D, no estilo adventure, desenvolvido em um software específico para animação, chamado Flash.

Classes sociais menos favorecidas estão destacadas

“O personagem principal, Francisco Vilar, que é ficcional, é um mulato brasileiro que vai estudar Direito em Portugal. Ao concluir seus estudos, retorna para sua cidade natal, Salvador. O enredo, aliado ao conteúdo histórico da Revolta dos Alfaiates, busca imergir o game na atmosfera soteropolitana dos anos de 1798 e 1799, abordando o contexto econômico, político e social da época e temas como a escravidão”, conta Lynn.

Além de acesso ao jogo, Lynn explica que os usuários também podem ter contato com todo o material produzido para o game, a exemplo de orientações pedagógicas, memorial técnico e artigos produzidos pelo grupo.

“A Revolta dos Alfaiates é considerada o levante do fim do período colonial mais incisivo na defesa dos ideais de liberdade e igualdade dos cidadãos, propagados pela Revolução Francesa. O mais importante é que diferentes camadas da sociedade participaram do movimento, principalmente representantes de classes mais pobres e afrodescendentes”, reforça Lynn.

A coordenadora explica ainda que o jogo cria situações que favorecem a reflexão, a problematização e o confronto com a realidade atual.


Game retrata personagens marcantes da época


“É importante ressaltar que Salvador foi a primeira capital do Brasil a adotar oficialmente o ensino da cultura negra. Todavia, continua ostentando uma realidade em que faltam respeito e valorização à etnia de sua população pobre”, observa a coordenadora.

O projeto do game - que retrata alguns personagens marcantes do acontecimento histórico, como Cipriano Barata, Lucas Dantas, Manuel Faustino e Luiz Gonzaga - é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e pelo programa Pró-Forte UNEB, além de contar com bolsas de iniciação científica oferecidas pelo CNPq.

Além de Búzios: Ecos da Liberdade, o grupo de pesquisa Comunidades Virtuais de Aprendizagem já desenvolveu outros games, a exemplo do Tríade, que trata sobre a Revolução Francesa, e Aventura no Polo, no qual os usuários aprendem sobre as matérias-primas produzidas por 15 empresas do Polo Industrial de Camaçari.

Futebol 10, Educação 0

Nesta copa de 2010 não posso deixar de manifestar minha indignação pelo falso patriotismo que toma conta do Brasil.

Brasileiro de verdade, não se preocupa apenas com algumas partidas de futebol, se preocupa: com o analfabetismo, com a péssima qualidade da educação, pelo descaso com a saúde pública, com a violência, com o meio ambiente, a falta de cultura, e tantas outras coisas que nos afasta de ser um país de primeiro mundo.

Todos os canais de TVs falam sobre a copa, discutem a convocação do Dunga, mas não vejo nenhuma discutindo como melhorar a educação.

UNIFEM BRASIL E CONE SUL LANÇA EDITAL DE PROJETOS 2010

Recebido por email.

UNIFEM Brasil e Cone Sul lança edital de projetos 2010 para organizações da sociedade civil

Montante de 915 mil dólares será distribuído em quatro áreas: governança democrática/Beijing + 15, violência contra as mulheres, segurança econômica e feminização do HIV/AIDS. Propostas devem ser apresentadas até o dia 4 de julho

O UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) abre hoje (16/6) o edital anual de seleção de projetos de organizações da sociedade civil. São destinados 915 mil dólares (cerca de 1,7 milhão de reais) que serão alocados em quatro áreas temáticas: governança democrática/Beijing +15, violência contra as mulheres, segurança econômica e feminização do HIV/AIDS. O edital faz a seguinte distribuição de valores entre os países do Cone Sul: Argentina (235 mil dólares), Brasil (195 mil dólares), Chile (145 mil dólares), Paraguai (220 mil dólares) e Uruguai (120 mil dólares).

O recebimento das propostas se encerra às 23h59 de 4 de julho de 2010. Serão validadas as iniciativas que atenderem todos os critérios definidos no edital UNIFEM Brasil e Cone Sul 2010. Os projetos financiados deverão iniciar em 1º de setembro de 2010 e serem executados até o dia 31 de agosto de 2011. O edital de projetos é uma forma de ampliar as parcerias da agência com a sociedade civil e contribuir para a redução das desigualdades de gênero nas áreas de trabalho do plano estratégico do UNIFEM Brasil e Cone Sul.

A seleção traz mais transparência ao processo de seleção dos projetos, com informações sobre o montante dos recursos, a distribuição entre os países e as fases do processo seletivo. Neste ano, a seleção ocorrerá em duas etapas: apresentação das propostas (primeira fase) e de projetos detalhados (segunda fase). “Temos recebido muitas demandas para apoio a projetos ao longo do ano e uma crescente participação das organizações não governamentais nos editais do UNIFEM. Por isso, incorporamos o mecanismo de etapas para que as propostas possam ser melhor elaboradas, otimizando o tempo das organizações proponentes e dando mais transparência ao processo de seleção”, explica Rebecca Tavares, representante do UNIFEM Brasil e Cone Sul.

Além das áreas temáticas, o edital estabelece enfoques para incentivar projetos inovadores que atendam as demandas de mulheres negras, indígenas, jovens, migrantes, mulheres vivendo com HIV/aids, lésbicas, bissexuais, transgêneros e transexuais. “Compreendemos a diversidade das mulheres e queremos investir cada vez mais na autonomia e no fortalecimento das identidades e realidades das mulheres do Cone Sul. Para o UNIFEM, são cruciais o empoderamento das mulheres e a defesa dos direitos das mulheres no seu sentido amplo”, afirma Rebecca Tavares.

Envio de projetos e calendário
Para facilitar o recebimento das propostas e a comunicação com as organizações proponentes, foram criadas quatro caixas de e-mail, nomeadas por país. São elas: unifem.argentina@gmail.com; unifem.brasilchile@gmail.com ; unifemparaguay@gmail.com eunifem.uy@gmail.com

O edital UNIFEM Brasil e Cone Sul 2010 define três etapas no processo de seleção. O período de 16 de junho a 4 de julho de 2010 corresponde à primeira etapa, em que deverão ser apresentadas propostas de acordo com os critérios definidos no edital. O resultado da primeira fase será divulgado no dia 19 de julho no site www.unifem.org.br em Português e Espanhol.

As propostas selecionadas para a segunda etapa deverão conter detalhamentos com relação às ações, cronograma e orçamento e serão recebidas até o dia 26 de julho de 2010. O resultado será divulgado no dia 9 de agosto no site www.unifem.org.br em Português e Espanhol. Os projetos selecionados deverão ser ajustados até o dia 16 de agosto, e a assinatura dos contratos acontecerá até o dia 31 de agosto de 2010.



Faça o download dos documentos:
Edital de Projetos UNIFEM Brasil e Cone Sul 2010 - íntegra
Perfil de Proposta de Projetos - primeira etapa (documento a ser preenchido por todas as organizações participantes da seleção)
Formulário de Apresentação da Organização - segunda etapa (exclusivo para as organizações selecionadas para a segunda fase da seleção. Divulgação das instituições selecionadas: 19 de julho de 2010 )
Formulário de Proposta de Projetos - segunda etapa (exclusivo para as organizações selecionadas para a segunda fase da seleção. Divulgação das instituições selecionadas: 19 de julho de 2010)

Confira as áreas temáticas e enfoques de projetos a serem financiados pelo edital UNIFEM Brasil e Cone Sul 2010:

GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA
Objetivo: fortalecer a governança democrática, promovendo a igualdade de gênero nas diferentes esferas da sociedade.


Enfoques:
· Incidência em políticas públicas, programas sociais e leis e sua regulamentação a nível local, nacional ou internacional, que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
· Incentivo à participação e representação política e à inclusão das mulheres nas esferas de decisão.
· Iniciativas que promovam a participação das mulheres em situação de maior vulnerabilidade (portadoras de necessidades especiais, mulheres indígenas, mulheres migrantes, mulheres afrodescendentes, mulheres jovens em situação de exclusão, entre outras).
· Estudos para avaliar as mudanças nos padrões de participação de mulheres em cargos eletivos, com perspectiva etnicorracial.
· Iniciativas que promovam o fortalecimento das capacidades organizacionais de coletivos de mulheres e de grupos de lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros para a formulação de suas demandas e impacto em políticas públicas.

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Objetivo: eliminar as diferentes formas de violência contra as mulheres.


Enfoques:
· Incidência em políticas públicas, programas sociais e leis e sua regulamentação a nível local, nacional ou internacional, que promovam a eliminação da violência contra as mulheres e favoreçam a igualdade de gênero e o empoderamento.
· Estratégias de sensibilização sociocultural em torno da responsabilidade social no enfrentamento da violência exercida contra as mulheres, priorizando públicos-alvo específicos, parcerias com governos e empresas públicas e privadas.

SEGURANÇA ECONÔMICA
Objetivo: apoiar a redução da pobreza e a promoção da segurança econômica, contribuindo para a formação de um ambiente propício para o empoderamento das mulheres e seus direitos humanos.

· Incidência em políticas públicas, programas sociais e leis e sua regulamentação a nível local, nacional ou internacional, que promovam os direitos econômicos das mulheres.
· Estratégias de sensibilização sociocultural em torno do trabalho não-remunerado, uso do tempo e conciliação com co-responsabilidade .
· Panorama regional sobre a situação das mulheres e da igualdade de gênero em relação às políticas de combate à pobreza (crises econômicas, transferências condicionadas, reinserção laboral, entre outras).
· Iniciativas intrarregionais (entre dois ou mais países) que promovam o exercício dos direitos das mulheres migrantes.

BEIJING + 15
Objetivo: apoiar iniciativas de mobilização e/ou difusão e/ou articulação e/ou incidência sobre Beijing +15.


Enfoques:
· Estratégias de comunicação para a divulgação dos propósitos e efeitos da Beijing + 15.
· Iniciativas que mobilizem as mulheres em aspectos-chave da Agenda de Beijing para se posicionarem perante o governo.
· Panorama regional sobre os progressos e desafios na implementação da Plataforma de Beijing.

FEMINIZAÇÃO DO HIV/AIDS
Objetivo: apoiar oenfrentamento da feminização do HIV/AIDS e promover os direitos humanos das mulheres que vivem com HIV/AIDS.


Enfoques:
· Iniciativas que fortaleçam as organizações e redes de mulheres que vivem com HIV/AIDS.
· Iniciativas de difusão de conhecimentos sobre vulnerabilidades a que estão sujeitas as mulheres frente à epidemia, com ênfase na intersecção com violência, pobreza, raça/etnia, etc.
· Estratégias de sensibilização e empoderamento das mulheres nos temas de direitos sexuais e reprodutivos com foco em HIV/AIDS.

Informações:
Para informações sobre o edital e o processo seletivo, o contato deve ser feito de acordo com o país de origem da organização proponente em mensagem enviadas até o dia 28 de junho de 2010, conforme descrito no edital.

UNIFEM Argentina: unifem.argentina@gmail.com
UNIFEM Brasil e Chile: unifem.brasilchile@gmail.com
UNIFEM Paraguai: unifemparaguay@gmail.com
UNIFEM Uruguai: unifem.uy@gmail.com

TO EM HOMENAGEM AOS MORTOS E DESAPARECIDO NEGROS(AS) NA DITADURA MILITAR

Recebido por email.
Para ampliar clique na imagem.


COTISTAS TÊM DESEMPENHO EXCEPCIONAL, DIZ REITOR NA ENTREGA DE PRÊMIO

Retirado do site da ALERJ.

Uma nova revolução, parecida com a Revolta da Chibata, que está completando 100 anos, vem ocorrendo nas universidades desde a implantação do sistema de cotas. Quem garante é o reitor da Universidade do Estado do Rio (Uerj), Ricardo Vieiralves, que informou, nesta quinta-feira (24/06), durante a primeira entrega do Prêmio João Cândido, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Rio, que os índices de reprovação e de abandono dos alunos cotistas têm sido iguais ou menores que os não-cotistas. “Desde 2003, quando implantamos esse sistema, não tínhamos feito uma avaliação tão completa sobre a performance dos cotistas. E a nossa comprovação foi excepcional, pois eles estão assimilando o processo acadêmico-administrativo cada vez melhor”, reforçou Vieiralves, que garantiu que a Uerj realizará, ainda este ano, um seminário para lembrar a Revolta da Chibata.

A informação foi comemorada, durante sessão solene conduzida pelo deputado Gilberto Palmares (PT) e pelo deputado federal e ex-ministro Edson Santos (PT-RJ), pelos 15 homenageados, que, junto ao reitor, receberam a estátua confeccionada pelo artista plástico Walter Brito, que reproduz a imagem do “almirante negro” João Cândido, líder da Revolta da Chibata. “A ideia desse ato surgiu para que marcássemos mais uma página gloriosa de resistência no combate à opressão, da mesma forma como fez Cândido na revolta ocorrida há um século”, discursou Palmares. Para o ex-ministro, a luta do “almirante” começa a obter resultados apenas agora. “No Brasil, as coisas se dão com muita lentidão, porque a resistência às mudanças no País é muito forte. Mesmo assim, para sermos uma democracia racial, muito ainda precisa ser feito”, apontou.

Autor de uma das mais importantes leis de combate ao racismo e à intolerância religiosa no País, a Lei 7.716/89 – Lei Caó –, o ex-deputado federal e jornalista Carlos Alberto Caó, que ganhou um dos prêmios, disse estar satisfeito em ter seu nome ligado a “uma homenagem que também está sendo feita a João Cândido, o grande herói nacional”. Já a atriz Ruth de Souza, a primeira negra a pisar nos palcos do Theatro Municipal do Rio, recebeu a honraria com alegria. “Em toda a minha carreira, o que sempre quis foi mostrar uma imagem positiva da mulher negra brasileira. É muito bom ter o trabalho reconhecido e poder contribuir para preservar a memória do cinema, do teatro e da televisão”, agradeceu. Para a ex-governadora, ex-ministra e ex-secretária de Ação Social do estado Benedita da Silva, lembrar João Cândido é “lembrar a história do povo afro-brasileiro”.

Presente à sessão, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo, afirmou que o País precisa continuar avançando na luta contra a desigualdade social. “Esse momento, no Palácio Tiradentes, faz-nos lembrar do que aconteceu aqui ao lado, na Baía de Guanabara, e que permitiu que acabássemos com a chibata no Brasil”, assinalou. Também receberam o Prêmio João Cândido o hematologista Paulo Ivo, especialista em doença falciforme; Frei Athaylton Jorge Monteiro Belo, o Frei Tatá; o militante Carlos Vicente; Cristina Dorigo, da Secretaria de Mulheres do PT-RJ; o grupo afro Agbara Dudu; o presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quêdo; o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Energia (Sintergia); a assistente social Nelma Azeredo; o presidente da Transpetro, Sérgio Machado; o professor e ex-senador Abdias Nascimento e o historiador e músico Nei Lopes.