Tomara que não seja uma forma de preconceito racial ou social. Mas o 
personagem principal da cartilha educativa sobre o Degase -- órgão 
encarregado de executar medidas judiciais aplicadas aos adolescentes em 
conflito com a lei (ou infratores) -- é um jovem negro e mora numa 
favela. A cartilha em quadrinhos, veja a capa acima, tem a assinatura do
 grande Mauricio de Sousa, o pai da Mônica, por encomenda da Secretaria 
estadual de Educação, à qual está subordinado o Degase, desde 2008. 
Antes o órgão era subordinado à Secretaria estadual de Justiça.
Na
 página 6 da cartilha, é a primeira vez em que aparecem meninos e 
meninas de outras etnias, sendo encaminhados para internação, cujo 
período não poderá ultrapassar 45 dias, segundo afirma a cartilha. Como 
nas prisões do Brasil, a maioria dos adolescentes nos centros de 
internação do Rio é negra, mas tem aumentado a presença de jovens 
brancos e de classe média, em conflito com a lei.
A cartilha de 16
 páginas apresenta o novo projeto de socioeducação a partir da história 
fictícia de um menino que é apreendido em flagrante após um "ato 
infracional" (o furto da bolsa de uma senhorinha). Na história, o 
policial leva a ordem de apreensão da Vara da Infância e da Juventude na
 casa do menino, um barraco. No "novo Degase", ele é encaminhado ao 
Centro de Acolhimento, onde recebe atendimento médico, social e é 
apresentado a um representante do Ministério Público. Dependendo da 
gravidade do ato e de outras circunstâncias legais, o promotor pede ao 
juiz que decrete a internação provisório do menino. 
O livreto mostra um quadrinho com meninos fazendo uma horta comunitária. Na realidade, os centros de acolhimento estão superlotados e em péssimas condições. Ainda segundo a cartilha o novo Degase prevê escolarização e cursos de fotografia, auxiliar de cozinha, banho e adestramento de cães, cabelo afro, pedreiro, mecânica de carro e moto, bombeiro hidráulico e manicure, bordado, eletricista e serigrafia.
O livreto mostra um quadrinho com meninos fazendo uma horta comunitária. Na realidade, os centros de acolhimento estão superlotados e em péssimas condições. Ainda segundo a cartilha o novo Degase prevê escolarização e cursos de fotografia, auxiliar de cozinha, banho e adestramento de cães, cabelo afro, pedreiro, mecânica de carro e moto, bombeiro hidráulico e manicure, bordado, eletricista e serigrafia.
O material tem as 
logos do Instituto Maurício de Sousa, do Novo Degase, do Rio Solidário e
 do governo do Estado do Rio de Janeiro. Na página 2 há agradecimentos 
ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Manoel 
Alberto Rebêlo dos Santos; ao coordenador-geral da Justiça, 
desembargador Antônio José Azevedo Primo; à coordenadora da 
Coordenadoria estadual Jucidiária da Infância e da Juventude, 
desembargadora Conceição Aparecida Mousnier Teixeira Guimarães Pena; e 
ao juiz da Vara da Infância e da Juventude da capital, Marcius da Costa 
Ferreira.
A cartilha apresenta também uma lista de unidades de 
internação (cinco), semiliberdade (17 em todo o estado) e os contatos da
 Ouvidoria do Degase -- tel. (21) 2334-6674 e o email ouvidoria@degase.rj.gov.br

A cartilha mostra meninos de outras etnias num centro de internação, na página 6

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