Vista aérea de Sobradinho (DF) | Foto: Agência Fiocruz de Notícias
A Fiocruz Brasília
 começou uma série de atividades para melhorar as condições de vida na 
região de Sobradinho (DF). Trata-se do projeto Cidade Saudável é Cidade 
Sem Miséria, apresentado em 31 de julho aos representantes do governo, 
pesquisadores da Fundação e integrantes de movimentos sociais.Por meio 
dele, equipes da Fiocruz vão identificar determinantes sociais da saúde 
que incidem de forma negativa sobre a população do estado.
O projeto tem o objetivo de promover a aproximação entre governo, a 
academia e os movimentos sociais, em busca da garantia da qualidade de 
vida e saúde da população. Por meio do fortalecimento da Rede Região 
Serrana, que contempla as cidades de Sobradinho, Sobradinho 2 e Fercal, 
as ações da Fiocruz atuam em parceria com o DF Sem Miséria e o Brasil Sem Miséria (BSM), programas do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Governo Federal, respectivamente.
O Cidade Saudável é Cidade Sem Miséria foi apresentado durante a 
Oficina de Diálogo Interinstitucional, realizada na Fiocruz Brasília. O 
coordenador de Gestão e Integração Estratégica da instituição, Wagner 
Martins, ressaltou que o encontro foi a primeira articulação entre 
representantes do governo e da academia para uma mobilização e 
integração visando ao fortalecimento das redes a partir do 
desenvolvimento de ferramentas para facilitar a interação social entre 
os moradores das três cidades. “No decorrer do processo vamos fazer uma 
experimentação e a adequação do projeto. Pretendemos irradiar para todo o
 Distrito Federal uma ação integrada de intervenção sobre os 
determinantes sociais da saúde que atuam diretamente nas condições de 
vida da população”, explicou Martins.
Para o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, a atuação da 
Fundação em Sobradinho é um grande desafio. “A partir de uma ação que a 
Fiocruz tem feito em Sobradinho nós começamos a ingressar a instituição 
no DF Sem Miséria. Estamos com uma expectativa enorme de como vamos nos 
comportar, disposição grande de não fazer mais do mesmo e selar o 
compromisso de melhorar a saúde da população”.
Fortalecimento de organizações sociais - O secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF (Sedest),
 Daniel Seidel, ressaltou o apoio à Fiocruz Brasília. “Venho participar 
dessa oficina com a perspectiva de fortalecer essa iniciativa, agora em 
uma articulação com o GDF, e colocar a Sedest à disposição dessas 
inovações. O compromisso que temos é de estender essa rede por todo o 
DF. A credibilidade que a Fiocruz e todas as parcerias que construímos 
no Brasil Sem Miséria e no DF Sem Miséria têm sido fundamentais para 
esse fortalecimento”, afirmou o secretário, na abertura da Oficina.
Seidel comentou ainda sobre a atuação da Sedest em outras cidades do 
DF, que, segundo ele, tem buscado o fortalecimento de organizações 
sociais. O secretário afirmou ainda que as ações para o segundo ano do 
DF Sem Miséria estão sendo definidas, a partir do balanço do primeiro 
ano de implementação do programa. “Esse ano foi feito um trabalho para 
garantia de renda. No cadastro único, mais de 50 mil famílias foram 
agregadas”, disse.
Para o secretário, é por meio do acesso aos serviços 
públicos que se alcançará a redução da pobreza. “Acredito na ideia que o
 Projeto Cidade Saudável é Cidade Sem Miséria tem de pensar o conceito 
de saúde como a Fiocruz sempre se propôs, no sentido da integralidade, 
ou seja, no acesso às demais políticas públicas. Essa oficina pode 
contribuir muito no segundo eixo do DF Sem Miséria e no protagonismo das
 nossas comunidades. Não acredito que haja mudança sem a mobilização das
 pessoas que vivem nessa situação”, acrescentou. Entre as ações 
previstas pela secretaria, está a realização de políticas específicas 
para grupos como catadores, idosos, pessoas com necessidades especiais e
 jovens.
O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da Fiocruz (VPAAPS),
 Valcler Rangel, apresentou os projetos da Fiocruz relacionados ao BSM e
 DF Sem Miséria. “Saúde é um elemento essencial no combate à extrema 
pobreza e a Fiocruz pode dar contribuições para essa tarefa que é, 
essencialmente, de mobilização social, para reverter tendências 
seculares em um Estado que não consegue atender as pessoas que não 
conseguem acessá-lo”, disse. E acrescentou: “em Sobradinho, temos a 
oportunidade de ter um território de intervenção que serve para o nosso 
aprendizado, para a geração de conhecimento e para alcançarmos 
resultados. O fundamental é a gente conseguir combinar projetos e tornar
 a nossa ação sinérgica, no sentido de dar densidade para que elas se 
dirijam a busca da redução da miséria”.
Entre as ações já realizadas pela Fiocruz Brasília em Sobradinho 
estão a Oficina de Diálogo Social para Prospectiva Territorial, em março
 deste ano, em que foi feita a seleção de temas prioritários a serem 
trabalhados na região junto com a sociedade local, organizações da 
sociedade civil e do Estado; e o mapeamento dos serviços públicos locais
 e dos atores da região e a constituição de uma rede virtual composta 
pelas organizações sociais e governamentais. Também são organizados 
periodicamente, em conjunto com a Rede Social de Sobradinho, grupos de 
trabalho definidos por ciclos de vida – idosos, mulheres, crianças e 
adolescentes e jovens, por exemplo.
Fonte: Nathállia Gameiro e Nayane Taniguchi / Agência Fiocruz de Notícias
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