O mata-mata da Copa da África 2010 chega ao fim da sua primeira etapa com emoção e surpresas. Emoção para os sulamericanos que estão muito bem representados nas quartas-de-final. Algumas surpresas nos alegraram, começando pelos EUA, até então sem tradição no futebol. Contrariando os ativistas da extrema direita americana, capitaneados pelo apresentador da Fox News, Gleen Beck, o povo americano se encheu de orgulho ao ver sua mais nova paixão se destacar na terra dos elefantes, girafas e vuvuzelas.
Embalados pelo segundo lugar na Copa das Confederações 2009, perdeu apenas para o Brasil, a seleção Americana vem despertando cada vez mais paixão na terra do basquete e do futebol com as mãos. Segundo Glenn Beck, o futebol bretão é uma modalidade esportiva “de pobre”, coisa de sul-americano, resultado da crescente influência dos hispânicos no país e ligado às “políticas socialistas de Obama”.
Ele compara o futebol às políticas do presidente Barack Obama. “Não importa quantas celebridades o apoiam, quantos bares abrem mais cedo, quantos comerciais de cerveja eles veiculam, nós não queremos a Copa do Mundo, nós não gostamos da Copa do Mundo, não gostamos do futebol e não queremos ter nada a ver com isso”, esbravejou Beck. Segundo ele, o futebol é como o governo Obama: “o resto do mundo gosta das políticas do Obama, mas nós não”, chegando as vias de dizer que futebol é coisa de estrangeiro e mancha a cultura Apple Pie (cultura torta de maçã em tradução literal).
Com o bom desempenho do time americano no jogo contra a Inglaterra, os americanos estão mais entusiasmados com a Copa do Mundo. Mas isso é resultado de uma “conspiração da esquerda”, dizem os conservadores. “Futebol é um jogo de pobre”, disse o analista conservador Dan Gainor, do Media Research Center, em rede nacional: “A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está se ‘amarronzando’ (cresce o número de hispânicos).
Polêmicas a parte, precisamos registrar o feito americano, assim como o do entrosado e arrumado time japonês que, graças ao trabalho realizado pelo nosso Zico nos anos 2000, alcançou seu melhor resultado em histórias de copa. Só foi superada pelo Paraguai – que segue no campeonato e enfrenta o vencedor de Portugal e Espanha – nos pênaltis.
O chaveamento das seleções nos permitiu assistir a temida Alemanha, com seu futebol técnico marcado pelo vigor físico, enfrentar a zebra inglesa que, mesmo tendo realizado péssimas partidas na fase inicial da copa, conseguiu o que muitos não apostava: a classificação. As duas grandes seleções também protagonizaram o primeiro escândalo de arbitragem das oitavas de finais. A Alemanha se valeu do bom futebol de Podoski e Close, para chegar às quartas.
O domingo (27) nos brindou com outro clássico, marcado pela presença dos craques argentinos e do ídolo Mexicano Rafa Marques, do que propriamente pelo futebol. Argentina e México protagonizaram outro espetáculo mais pelos erros de arbitragem, do que pelo futebol de Messi e Tevez, classificando a Argentina que enfrentará a Alemanha na próxima fase.
Na segunda-feira (28) foi dia do Carrossel Holandês fazer com que o eslováquios desse tchau para copa. Foi a vitória da tradição, história e futebol. Brasil e Chile se enfrentaram. Nem o famoso técnico argentino, Marcelo “Louco” Bielsa, temido por suas reações em campo foi capaz de segurar a seleção brasileira que venceu por três gols e enfrentará a Holanda, reenditando um dos mais emocionantes clássicos do futebol mundial.
Nossa seleção nos encheu de felicidade, não somente pela vitória, que já era prevista, mas principalmente pelo bom desempenho de Robinho em cima dos chilenos de Bielsa. O desencantando de Kaká, nosso novo bad boy e o primeiro gol do astro Robinho em Copas do mundo.
Embora Espanha ainda não tenha empolgado, o futebol apresentado foi suficiente para superar a preguiçosa seleção de Portugal que só apresentou bom desempenho diante dos norte coreanos. O clássico Ibérico foi vencido pelo time de Casillas.
Rumo às quartas-de-final o desafio brasileiro aumenta, juntamente com a responsabilidade dos hermanos argentinos, que despontam como os dois grandes favoritos ao titulo. As nossas expectativas e toda torcida do time do Dunga, o zangado técnico da seleção brasileira.
Por: Natanael de Barros Martins Barboza
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