terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Megahair pode causar queda de cabelo; veja como cuidar dos fios

Às 21h, milhares de espectadores conferem a mocinha Morena, vivida por Nanda Costa, balançando para lá e para cá volumosos cachos em Salve Jorge, da Globo. E isso se repete em todas as tramas, independente da história: em Cheias de Charme, eram Taís Araújo e Leandra Leal; em Fina Estampa, Adriana Birolli; na nova minissérie O Canto da Sereia, Ísis Valverde. Fica difícil não desejar uma cabeleira vasta e cheia de vida.
A questão é que muitas destas beldades não contam apenas com a força da natureza, mas sim, com um bom cabeleireiro, apto a aplicar o megahair (alongamento dos fios) com as melhores técnicas e produtos do mercado. Atualmente, os métodos mais utilizados, segundo conta Marcos Proença, hair stylist das famosas, são a aplicação mecha a mecha, com cola à base de queratina, ou o ponto americano.
O especialista, que já assinou o megahair de famosas como Deborah Secco, Nathália Rodrigues e Adriana Esteves – para dar vida à Carminha, explica que o ponto americano é feito a partir de uma tela de cabelo, costurada nos próprios fios da cliente. Já o à base de queratina – que tem mais aceitação –, as mechas são aplicadas uma a uma sendo que, em média, são usadas cerca de 200.
Nino Sobrinho, cabeleireiro e gerente técnico do salão Jacques Janine, reforça algumas vantagens dessa técnica quando comparada às demais. “Permite que sejam aplicadas mechas bem finas de cabelo, o que traz naturalidade tanto no aspecto do cabelo como um todo e também no couro cabeludo, pois você consegue senti-lo quando passa os dedos”, diz, acrescentando que hoje em dia o método é procurado por diversos motivos. “Antigamente, o megahair só era procurado por clientes que queriam mudar o comprimento, mas hoje em dia também é usado em casos de erro químico ou de cabelo com pouco volume.”
De acordo com os profissionais ouvidos, a aplicação do megahair é demorada, e pode durar de duas até oito horas. Para se ter uma ideia de preço, Nino afirma que o serviço custa em média  de R$ 1.800 e R$ 3.000. “O que vai modificar o orçamento é o tamanho, a cor do cabelo e a quantidade”. 
Paciência é palavra de ordem também na hora de retirar o aplique. “A cola que liga as mechas é derretida com a pistola e retirada com óleo próprio para megahair e de amêndoas. Tem que ser uma ação bem delicada para não agredir os fios”, pontua Proença. Confira mais informações sobre essa questão e veja também as precauções e cuidados exigidos por quem apostar em um novo visual.

Manutenção
Além de ser uma técnica que exige paciência na hora de aplicar, o megahair também pede um cuidado especial para que valha o investimento. “É importante a mulher saber que o novo cabelo vai exigir muita dedicação e cuidado”, destaca Proença.
Nino indica a manutenção a cada três ou quatro meses. A cada sessão de manutenção, as mechas são retiradas uma a uma e recolocadas. “A emenda é colocada entre a raiz e o fio e, como peso, o megahair acelera o crescimento do cabelo. Então, essa emenda vai ficando distante, por isso é preciso fazer a manutenção”. Segundo o profissional, quem seguir a lição de casa na hora de cuidar dos fios dentro de casa e cumprindo as manutenções, pode manter as mesmas mechas por até um ano e meio.

Problemas mais comuns
Mais do que ficar de bem com o espelho, vale lembrar que o cuidado com os cabelos será redobrado após a aplicação do megahair. Apesar de confirmar que o método à base de queratina é o menos agressivo, a dermatologista Camila Hofbauer, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, afirma que “é impossível não ter uma quebra, mesmo que pequena, dos fios”.
Ela explica que isso ocorre porque, durante a aplicação acontece a tração dos fios e, além disso, a cola fragiliza a fibra. Por isso a quebra é apontada com um dos problemas mais comuns e, por mais que a pessoa hidrate o cabelo, não dá para impedir completamente.
Outros problemas menores são a coceira, o aumento da oleosidade ou da caspa.  “O que mais vejo é a quebra do fio e complicações do couro cabeludo relacionados à falta de higienização correta. Isso porque o megahair pode dificultar a penetração dos produtos”, explica. Outro fator que contribui para o quadro é o fato de o cabelo ficar úmido por mais tempo,  o que também complica estes problemas.
Quem emenda um processo químico no outro, além de alisamentos e outros tratamentos agressivos, pode ver o problema ficar ainda mais grave, evoluindo para uma alopecia por tração, que é a queda do cabelo na região frontal e lateral do crânio, o que, acredita-se, já foi um problema encarado pela top model Naomi Campbell.

Contraindicações 
Para pessoas com doenças no couro cabeludo como psoríase ou dermatite seborreica, a técnica é totalmente contraindicada, segundo Camila. “A pessoa não vai conseguir aplicar corretamente as loções e shampoos necessárias para curar o problema, e ele vai piorar”.

Com relação ao tipo do fio, não existe contraindicação, segundo a especialista. E ao contrário do que muita gente pensa, o fio crespo tende a ser mais sensível que o liso, por isso exige ainda mais atenção. “Pela própria estrutura, é um fio mais irregular. E além disso, é a população que mais se submete a procedimentos para alisar o cabelo."

Cuidados básicos
A recomendação dos especialistas é a praticamente a mesma para quem não tem megahair: manter o cabelo limpo e hidratado é uma das premissas básicas. “É importante hidratar todo o cabelo toda semana, principalmente se forem descoloridos”, diz Proença, ressaltando ainda que a mulher com megahair não pode jamais dormir com o cabelo molhado.
Atenção também para o que não se pode fazer quando se tem mechas. “Eu recomento às clientes que entrar na água para nadar, trançar os fios ou fazer um rabo de cavalo, para não embolar”. Ele explica que a falta de cuidados dói também no bolso. “Se a mulher não cuidar, esse cabelo vai ter uma durabilidade muito pequena, vai ficar feio e perder o aspecto natural. Além disso, na manutenção ela vai ter que comprar outro cabelo, e isso acaba encarecendo”.
No salão, Nino indica que a cliente peça ao profissional que faça mechas finas e, de preferência, não sobrepondo uma à outra, e sim, fazendo lado a lado e em sequência, pois isso também evita que os fios se embaracem.
Camila indica também o uso do xampu adequado para cada tipo de couro cabeludo, além de um antiresíduos quinzenalmente. “Seque bem o couro para que o fio não fique umedecido e fraco”.
Quem acabou abusando dos procedimentos e agora está vendo o cabelo enfraquecer deve passar por uma “desintoxicação” temporária. “Dê uma pausa nos procedimentos que vão agredir o fio, como escova e chapinha, e aposta nas hidratações e tratamentos restauradores com base em queratina”. Nos casos mais graves, são receitados suplementos para estimular o crescimento do fio, que apresentam resposta lenta e gradual.

Por: Danielle Barg
Fonte: Terra

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