(Brasília, 29/11/2010) – O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançou hoje, em parceira com a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), a campanha "Por uma infância sem racismo", que chama a atenção para o impacto da discriminação étnico-racial na infância e busca garantir a todas as crianças e adolescentes do Brasil o direito à igualdade. O lancamento nacional, às 9h30, em Brasília, lotou o auditório do Ministério da Educação com autoridades, lideranças religiosas, juvenis, dos movimentos negro e indígena, gestores públicos e alunos do Centro de Ensino Fundamental 405 sul, escola pública do Distrito Federal.
Com duração de um ano, a campanha vai veicular vídeo sobre a situação das crianças negras e indígenas no Brasil, em versão completa (4 minutos) e compacta, de 27 segundos, para exibição nos canais de televisão que apóiam a campanha. Além do vídeo, gravado pelo ator Lázaro Ramos, embaixador do Unicef no Brasil, a iniciativa conta também com mateiral institucional, com orientações sobre como identificar, evitar e combater atitudes e ações discriminatórias. Confira o blog da campanha!
O lançamento nacional da campanha "Por uma infância sem racismo" contou com a participação do secretário de políticas de ações afirmativas da Seppir, Martius Antonio Alves das Chagas, da secretária nacional de promoção dos direitos da criança e do adolescente da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Carmen de Oliveira, do secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro, e da representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.
Lideranças de religiões afro-brasileiras, indígena, católica e evangélica participaram de um ato pluri-religioso e se comprometeram a disseminar a mensagem de não-discriminação em suas comunidades. Presentes na plateia e na mesa de abertura, adolescentes também abraçaram a campanha.
"O país precisa reafirmar o compromisso de eliminar todas as formas de racismo, sobretudo, na infância”, afirmou a representante do Unicef, Marie-Pierre. O Brasil fez progressos significativos na me melhoria da qualidade de vida de suas crianças. Mas os avanços são desiguais: a pobreza, a mortalidade infantil e o trabalho precoce atingem de maneira desproporcional as crianças negras e indígenas. 62% das crianças brasilerias entre 7 e 14 anos que estão fora da escola são negras, segundo os dados do IBGE/PNAD 2009.
Lançada como parte da celebração dos 60 anos de atuação do UNICEF no Brasil, a campanha tem apoio de vários setores da sociedade brasileira, incluindo as agências Ogilvy e AW Comunicação, que produziram as peças gráficas, a Ação Educativa, o Ceafro, a Tribo Jovem, a Geledés, as comunidades Pataxó, a Coiab e a Andi. A MTV, o Canal Futura, a Orla Rio, a EBC, o Discovery Chanel, a Afrobras, o MICA e o clube de futebol Botafogo já assumiram o compromisso de veicular gratuitamente o vídeo da campanha.
Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize!
3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.
5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.
http://www.generoracaetnia.org.br/pt/noticias/item/373-29/11/2010-unicef-lan%C3%A7a-campanha-por-uma-inf%C3%A2ncia-sem-racismo.html
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