terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mobilização nacional pela saúde da população negra

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA É DIREITO, É LEI
RACISMO FAZ MAL À SAUDE
27 de Outubro –
Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra
Desde 2006, no dia 27 de Outubro, vem acontecendo em todo o país
diversas atividades para informar a população negra sobre os seus direitos
e ampliar o debate com os gestores, profissionais de saúde e a população
em geral sobre o racismo e suas relações com a saúde.
O dia 27 de Outubro foi escolhido pelas organizações do movimento negro e
trabalhadores da saúde para lembrar que apesar dos avanços conquistados
na área da saúde, ainda persistem as desigualdades raciais. O debate sobre o
impacto do racismo na saúde vem sendo ampliado mas ainda precisamos
continuar lutando para que muitos estados e municípios iniciem o
processo de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da
População Negra.
Somente para lembrar a Política Nacional de Saúde Integral da
População Negra(PNSIPN) foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em
2006, pactuada na Comissão Intergestores Tripartite em 2008 e publicada em Diário Oficial da União em 2009, mas apesar disso muitos estados e municípios não estão implementando a Política, o que demonstra o não cumprimento do que foi pactuado, assim como o não cumprimento da lei.
Alguns estados e municípios já iniciaram o processo mas a maioria das
ações voltadas para a saúde da população negra ainda são tímidas e
precisam ser fortalecidas, precisam ser realmente incorporadas pelo Sistema
Único de Saúde conforme determina a Política. Mas para que isso aconteça de fato precisamos estar atentos e mobilizados pois diariamente a população negra tem seu direitos a saúde desrespeitados.


SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA É
DIREITO, É LEI – RACISMO FAZ MAL
À SAUDE, essa é a chamada para a
mobilização de 2010.
Junte-se a nós. Você pode participar de diversas maneiras, seja organizando encontros e seminários sobre o tema, ou também convidando os gestores e conselheiros de saúde para uma Roda de Conversa sobre a saúde da população negra em sua cidade. O importante é usar a criatividade para divulgar a PNSIPN e saber como ela está sendo implementada em seu estado e município.
Mais informações sobre a mobilização entre em contato com Marmo pelo email semireligafro2007@yahoo.com.br ou faça contato com o fone (21) 2518-6194(Criola)

Tratamento gratuito - RJ

Centro Internacional SARAH de Neurorreabilitação e Neurociências

O HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca, já está cadastrando para atendimento, novos pacientes adultos e crianças com as seguintes patologias:
· Paralisia cerebral
· Crianças com atraso do desenvolvimento motor
· Sequela de traumatismo craniano
· Sequela de AVC
· Sequelas de hipóxia cerebral
· Má-formação cerebral
· Sequela de traumatismo medular
· Doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias
· Doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias periféricas hereditárias e adquiridas, amiotrofia espinhal
· Doença de Parkinson e Parkinsonismo
· Ataxias
· Doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial
· Esclerose múltipla
· Esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial
· Mielomeningocele
· Espinha bífida
· Paralisia facial
O atendimento é totalmente gratuito.
O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelos telefones: 21 3543-7600 e 21 3543-7601/2, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.
http://www.sarah.br/

Endereço:
Embaixador Abelardo Bueno, nº 1.500 - Barra da Tijuca
22775-040 - Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

UFMT mestrados e quatro doutorados‏

Inscrições serão abertas a partir de quatro de outubro
DA ASSESSORIAA Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicou os editais de seleção para 2011 de 28 cursos de pós-graduação (24 mestrados e quatro doutorados). As inscrições serão abertas a partir de quatro de outubro.
Além dos doutorados em Agricultura Tropical, Física Ambiental, Ciências em Saúde e Educação, os cursos de mestrado com editais publicados são: Educação, Enfermagem, Ciências, Agricultura Tropical, Engenharia de Edificações e Ambiental, Educação (campus Rondonópolis), Ciência Animal, Geociências, Estudos de Cultura Contemporânea, Geografia, Estudos de Linguagem, Agronegócios, Física, Ciências da Saúde, Ensino de Ciências Naturais, Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Biociências, Política Social, Ciências Florestais e Ambientais, Recursos Hídricos, Ciência de Materiais (campus Araguaia), Química, Saúde Coletiva e História. Ainda serão publicados os editais dos cursos de mestrado em Direito Ambiental e Física.
São oferecidas 498 oportunidades para cursos de mestrado e 61 para cursos de doutorado, em 28 áreas do conhecimento, num total de 559 vagas.
A UFMT é reconhecida pela sociedade mato-grossense como estratégica para o desenvolvimento sustentável do Estado. Na pós-graduação, a instituição saiu de quatro cursos de mestrado, em 2000, para 30 em 2010.
Esses cursos são responsáveis pela quase totalidade da produção científica de Mato Grosso e pela docência e pesquisa na UFMT. A expectativa é ainda de crescimento. Outras propostas de novos cursos de pós-graduação da UFMT estão em análise.
Outras informações na Pró-reitoria de Pós-graduação, pelo telefone (65) 3615 8267 ou pelo e-mail prpg@ufmt.br.
Número de cursos para pós-graduação em Mato Grosso foi o que mais cresceu no Centro-Oeste.
Quadro de vagas
Doutorado
Educação - 19 vagas
Agricultura Tropical - 15 vagas
Física Ambiental - 12 vagas
Ciências da Saúde - 15 vagas
Total - 61
Mestrado
Agricultura Tropical - 19 vagas
Agronegócios - 18 vagas
Biociências - 18 vagas
Ciência Animal - 27 vagas
Ciência de Materiais (campus Araguaia) - 12 vagas
Ciências da Saúde - 29 vagas
Ciências Florestais e Ambientais - 12 vagas
Ciências Veterinárias - 15 vagas
Ecologia e Conservação da Biodiversidade - 20 vagas
Educação - 69 vagas
Educação (campus Rondonópolis) - 19 vagas
Enfermagem - 10 vagas
Engenharia de Edificações e Ambiental - 15 vagas
Ensino de Ciências Naturais - 11 vagas
Estudos de Cultura Contemporânea - 29 vagas
Estudos de Linguagem - 26 vagas
Física Ambiental - 12 vagas
Geociências - 15 vagas
Geografia - 36 vagas
História - 20 vagas
Política Social - 15 vagas
Química - seis vagas
Recursos Hídricos - 20 vagas
Saúde Coletiva - 25 vagas
Total - 498

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aberta seleção de duas consultorias, até o dia 17/9, para pesquisas sobre a situação de mulheres jovens e trabalhadoras domésticas brasileiras

Estudos vão embasar a ação estratégica do Programa “Mulheres Jovens e Cidadania: Fortalecendo a Liderança das Mulheres Jovens e seu Trabalho em Redes no Cone Sul”

O UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – parte da ONU Mulheres), por meio do Programa Mulheres Jovens e Cidadania: Fortalecendo a liderança das mulheres jovens e seu trabalho em redes no Cone Sul, seleciona até o próximo dia 17 de setembro duas consultorias para a produção de pesquisa sobre a sobre a situação de mulheres jovens, especialmente jovens indígenas e rurais, com enfoque em migração e tráfico de pessoas e outra sobre a de mulheres jovens trabalhadoras domésticas em condição análoga à escravidão. Ambas as contratações terão a vigência de três meses.
Os estudos vão embasar a ação estratégica do Programa “Mulheres Jovens e Cidadania: Fortalecendo a Liderança das Mulheres Jovens e seu Trabalho em Redes no Cone Sul” implementado, desde fevereiro de 2007, na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. O Programa tem como objetivo o fortalecimento das capacidades das mulheres jovens de consolidar a sua agenda política e ampliar as suas capacidades para influenciar os processos de tomadas de decisões.

Consultoria – Pesquisa sobre Mulheres Jovens (juventude, migração e tráfico de pessoas)
Perfil: solicitado Graduação em Ciências Sociais e formação em gênero e/ou juventude. Experiência mínima de cinco anos em pesquisas em Ciências Sociais e/ou sistematização de estudos, conhecimento em igualdade de gênero, direitos das mulheres e/ou juventude. Domínio do idioma Português e excelente redação.

Principais atividades: sistematizações de estudos, iniciativas e pesquisas realizados pelo governo, sociedade civil e organizações internacionais que trabalham o tema juventude, migração e tráfico de pessoas.

Período da contratação: 28 de setembro a 27 de dezembro de 2010
Candidatura: formulário Personal History Form preenchido e enviado juntamente com o currículo até o dia 17 de setembro de 2010 para o e-mail susana.martinez@unifem.org

Mais informações no Termo de Referência

Faça aqui o download do Personal History Form

Consultoria – Pesquisa sobre Trabalhadoras Domésticas Jovens

Perfil solicitado: Graduação em Direito, Ciências Sociais ou área correlata, conhecimento e/ou experiência de trabalho em equidade de gênero, direitos das mulheres, juventude e raça/etnia. Experiência de trabalho como trabalhadora doméstica ou com organizações de trabalhadoras domésticas será avaliada positivamente. Excelente redação em Português e capacidade de iniciativa própria, autonomia e liderança.

Principais atividades: sistematização de casos de trabalho doméstico em condições análogas à escravidão julgados na justiça brasileira ou que ainda estão em processo de julgamento desde a publicação da declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento em 1998. Produção de documento analítico, com perspectiva geracional, sobre a realidade das trabalhadoras domésticas em situação análoga à escravidão.

Período da contratação: 28 de setembro a 27 de dezembro de 2010
Candidatura: formulário Personal History Form preenchido e enviado juntamente com o currículo até o dia 17 de setembro de 2010 para o e-mail susana.martinez@unifem.org

Mais informações no Termo de Referência

Faça aqui o download do Personal History Form

UNIFEM Brasil e Cone Sul (parte da ONU Mulheres)

unifemconesul@unifem.org

www.unifem.org.br

http://twitter.com/unifemconesul

Diga NÃO à violência contra as mulheres

Dí NO a la violencia contra las mujeres

Say NO to violence against women

Logo UNIFEM parte de ONU MULHERES (VERSAO HORIZONTAL) - ALTA RESOLUCAO


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Comunidade quilombola faz, prefeitura inaugura!!

A apropriação descarada do trabalho do negro é algo que não se muda com o tempo, é uma prática que apenas se transforma.

http://www.kundunbale.org.br/?p=794 Comunidade faz, prefeitura inaugura... Êeeee GUarapuava!!

Isabela Cruz- Comunidade quilombola Paiol de Telha.

BREVE HISTÓRIA DE UM PRETO VELHO

Noite na senzala. Os escravos amontoam-se pelo chão arranjando-se como podem. Engrácia entra correndo e vai direto até onde Amundê está e o sacode:
- A sinhazinha está chamando, é urgente!
O Escravo é conhecido pelas mezinhas e rezas que aplica a todos seus irmãos e o motivo do chamado é justamente esse. O filho de Sinhá Tereza está muito doente. É apenas uma criança de cinco anos e arde em febre há dois dias sem que os médicos chamados na corte consigam faze-la baixar. Sem ter mais a quem recorrer, no desespero próprio das mães, resolveu seguir o conselho de
sua escrava de dentro e chamar o africano. Aproveitando a ida de seu marido à cidade, ele jamais concordaria, manda que venha. Sabendo do que se tratava o homem foi preparado. Levou algumas ervas e um grande vidro com uma garrafada feita por ele e cujos ingredientes não revelava nem sob tortura.
Em poucos minutos adentram o quarto do menino e Amundê percebe que precisa agir com presteza. Manda que Engrácia busque água quente para jogar sobe as ervas que trouxe enquanto serve uma boa colherada do remédio ao garoto. Dentro de uma bacia coloca a água pedida e vai colocando as folhagens uma a uma enquanto reza em seu dialeto. Ordena que desnudem a criança e carinhosamente a coloca dentro da bacia passando-lhe as ervas no pequenomcorpo. Nesse instante a porta se abre e surge o Sinhô Aurélio acompanhado do padre da cidade. Tereza grita e corre até o marido desculpando- se. O padre dirige-se a ela com ferocidade:

    • Como entrega seu filho a um feiticeiro? - dirigindo-se ao marido – Diga adeus ao menino, após passar por essa sessão de bruxaria ele morrerá sem dúvida!

Tereza corre até o filho e o cobre com um cobertor enquanto o marido ordena que o escravo seja levado imediatamente ao tronco onde o capataz aplicará o castigo merecido.

-Engrácia, acorde todos os negros para que vejam o fim que darei ao assassino de meu filho! Todos reunidos no grande terreiro ouvem a ordem dada
ao capataz:

- Chibata até a morte! E vocês - aponta todos os escravos - saibam que darei o mesmo fim a todos que ousarem chegar perto de minha família novamente.

As chibatadas são dadas sem piedade, Amundê deixa escapar urros de dor entremeados com rezas o que somente aguça a maldade do capataz. Lágrimas copiosas correm pelas faces de muitos escravos. Após duas horas de intensa agonia o negro entrega sua alma e seu corpo retesa-se no, arroubo final, finalmente descansará. O silêncio do momento é cortado por um grito vindo da
principal janela da casa grande:

- Aurélio, pelo amor de Deus - é Tereza com o filho nos braços - o menino está curado, a febre cedeu e ele está brincando!

Assim morreu Amundê conhecido em nossos terreiros como o velho Pai Francisco de Luanda.

Sua benção, meu pai!


Permita que jamais nos esqueçamos de algo tão perverso em nossa história.

Oportunidade de emprego - sp

MUSEU AFRO - SP

O Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil abriu processo seletivo para educadores. Abaixo seguem mais informações:

Pré-requisitos:

- Graduação concluída nas áreas de História, Ciências Sociais ou Artes Visuais;
- Pesquisa nível Iniciação Científica (finalizada) ou Mestrado relacionada a assuntos ligados à diáspora africana;
- Idioma inglês ou espanhol (fluente para realização de visitas nestes idiomas).


A Organização Social de Cultura oferece:

- Salário a partir de R$ 1.500,00, com plano de carreira;
- 5h30 de expediente com plantões aos finais de semana de quinze em quinze dias;
- Vale refeição, vale alimentação, plano de saúde e vale transporte;
- Regime CLT;
- vagas nos períodos das 09h às 14h30 ou das 12h30 às 18h.

Por favor, encaminhem estas informações aos colegas que estão procurando trabalho. Aceitaremos currículos até 10/09/2010, impreterivelmente.

Enviar currículos para renatafelinto@museuafrobrasil.org.br.

Não aceitaremos currículos após esta data e nem aqueles que não atenderem aos pré-requisitos informados.


Obrigada e abraços,


Renata Felinto
Coordenadora do Núcleo de Educação
renatafelinto@museuafrobrasil.org.br


Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - Brasil - 04094 050
Fone: 55 11 5579 0593
www.museuafrobrasil.org.br

CENSO 2010

Navegue para eleger

Acessar o site de divulgação das candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode levar o eleitor à loucura. No Estado de São Paulo, são 1.976 que se candidataram a deputado estadual, sendo que há vagas somente para 94. Clicando sobre o nome de cada um, é possível saber onde ele nasceu, se é casado, sua profissão, seu grau de instrução e até sua declaração de bens. Tem gente que não declara nada, porque não tem. Tem candidato que declara um Fusca ou uma conta bancária com apenas R$ 42. Mas também há os afortunados, literalmente milionários. E não são poucos.
É divertido navegar por esses perfis, mas impossível escolher os governadores dos próximos anos olhando unicamente para seus bens ou estado civil. No próximo dia 3 de outubro, os brasileiros devem eleger representantes para os postos de presidente da República, senador, governador, deputados federal e estadual, e não podem se basear apenas em dados curiosos para isso. Há sites criados por organizações idôneas e apartidárias que relacionam o perfil do eleitor ao dos candidatos, sugerem em quem votar e se apresentam como um banco de dados sobre tudo o que está sendo discutido no mundo virtual sobre as eleições: reportagens, posts de blogs tuítes e vídeos.

Arquivo

O Extrato Parlamentar, criado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e pelo movimento Voto Aberto, é uma boa ferramenta para o eleitor escolher o deputado que tenha mais a ver com suas convicções políticas. O internauta deve escolher seu Estado e se deseja o resultado por candidato ou por partido. Então, responde 12 perguntas relacionadas a projetos de lei ou posições políticas dos candidatos, como se é favorável ou não à prorrogação da CPMF até 2011 ou a um plebiscito para decidir sobre a criação do novo Estado do Tapajós. Por fim, recebe uma lista com 80 candidatos, sendo do primeiro as posições mais próximas às escolhidas pelo eleitor. É possível, inclusive, saber sobre quais assuntos eles têm ou não a mesma opiniões.

Arquivo

No Repolítica, criado por quatro jovens com menos de 30 anos que ansiavam por uma ferramenta de comparação entre os candidatos, o eleitor responde a oito questões que têm a ver com cargo, ideologia, popularidade e prioridades de governo. Todos os cargos na disputa eleitoral podem ser pesquisados. As sugestões vêm do cruzamento da opinião da comunidade, que avalia ética, ideologia e prioridades do político, com dados da ONG Transparência Brasil e do TSE, com dados como ficha criminal e projetos apresentados. Ao fim do teste, o usuário recebe uma lista dos candidatos, já em mandato e novos, mais próximos de sua escolha e ainda responde se a indicação do site foi aprovada – isso faz com que o Repolítica aprenda quando o resultado é acertado ou não, refinando suas indicações. Daniel Veloso, um dos criadores, diz que a ideia é torná-lo uma ferramenta de acompanhamento dos políticos depois das eleições.

Arquivo

Novo banco de dados sobre que se fala em eleições na internet, o Observatório das Eleições 2010 foi desenvolvido no departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O portal mostra a visibilidade dos candidatos à Presidência em sites de notícias, blogs, no Twitter e YouTube. São cerca de 200 fontes de informação, que permitem comparar o volume de citações entre os candidatos em diferentes intervalos de tempo. Há também algumas ferramentas de comparação e análise, como a que indica a frequência de citações por mídia, nuvem de tag e a filtragem das notícias por temas e termos relacionados à campanha eleitoral. Segundo Wagner Meira, pesquisador do grupo, é o primeiro site a mostrar quantas pessoas foram atingidas por uma mesma informação em um intervalo de tempo.

DEPUTADO QUER REVOGAR LEIS DA UMBANDA, CANDOMBLÉ E ORIXÁS

DEPUTADO QUER REVOGAR LEIS DA UMBANDA, CANDOMBLÉ E ORIXÁS

O deputado estadual Edson Albertassi apresentou, nesta quarta-feira (08/09), um projeto de lei revogando as leis que declaram a Umbanda, o Candomblé e os dias de Iemanjá, Nanã, Iansã e Oxum como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.

As leis são de autoria do deputado estadual Átila Nunes, que tem uma atuação voltada para os interesses dos umnbandistas.
As leis do Dia de Iemanjá e do Dia de Oxum foram aprovadas pelos deputados em 2009 e início de 2010. Edson Albertassi quer a sua revogação

De acordo com o deputado Albertassi, estas leis ferem a Constituição Federal: “Não é correto que o Estado Laico e Democrático transforme religiões e festividades religiosas em patrimônio imaterial”.

Edson Albertassi diz que as leis do deputado estadual Átila Nunes impedirão a pregação eloqüente de pregadores pentecostais, testemunhos de ex-macumbeiros e cultos de libertação possam ser atingidos.

Segundo o deputado Albertassi, "no Brasil, há uma mistura sobre os conceitos de cultura e religião. Precisamos separar estas duas questões, porque sob o viés de “cultura, algumas religiões vêm sendo beneficiadas pelo poder público em detrimento das outras”.
Segundo Albertassi, foi assim que muitas leis beneficiando a Umbanda foram aprovadas na Assembléia Legislativa pelo meu colega deputado Átila Nunes. "Não se trata de nada pessoal contra ele, mas sim contra a Umbanda e o Candomblé, que não podem se igualar aos evangélicos, este sim, verdadeiros religiosos que não se baseiam em vodus e manifestações questionáveis"
Albertassi reconhece o trabalho de décadas "do deputado estadual Átila Nunes em defesa de sua seita, mas existe um limite nas suas ações de reconhecimento e na busca de igualdade de tratamento da Umbanda e do Candomblé com as religiões cristãs".

sábado, 4 de setembro de 2010

Pesquisa MEC - INEP

Para quem está envolvido em pesquisas, envio, em anexo, o relatório final de uma pesquisa realizada pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC e pelo INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS – INEP com o nome de PROJETO DE ESTUDO SOBRE AÇÕES DISCRIMINATÓRIAS NO ÂMBITO ESCOLAR, ORGANIZADAS DE ACORDO COM ÁREAS TEMÁTICAS, A SABER, ÉTNICO-RACIAL, GÊNERO, GERACIONAL, TERRITORIAL, NECESSIDADES ESPECIAIS, SOCIOECONÔMICA E ORIENTAÇÃO SEXUAL.
O endereço eletrônico é:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relatoriofinal.pdf

O trecho abaixo faz parte da conclusão do trabalho:

"A literatura e experiências mostram que a mudança desse ambiente discriminatório marcadamente dissimulado leva muitos e muitos anos, possivelmente até gerações. No entanto, é preciso iniciar e potencializar esse processo por meios de ações corajosas, envolvendo disseminação de informações (condição necessária, mas não suficiente para a promoção de mudanças), realização de ações específicas e pontuais, implementação de planos que visem a mudança de comportamento e, principalmente, a longo prazo, ações que promovam a mudança de atitudes dos agentes escolares em relação à percepção da diversidade."

Envio também o sumário da pesquisa que se encontra no endereço eletrônico:

http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/sumario_diversidade.pdf

Secretaria estuda recomendar criação de cotas raciais por decreto

JC e-mail 4088, de 02 de Setembro de 2010.

Universidades devem ser orientadas para criação de cotas raciais. Eloi Araujo informou que documento será apresentado até 20 de outubro

O ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araujo, informou ao G1 que um grupo de trabalho da secretaria trabalha atualmente em nota técnica que deve recomendar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que crie cotas para negros em universidades federais por meio de decreto.

"Na nota técnica vamos tomar providências no sentido de buscar que pretos e pardos tenham direito de ingressar no ensino superior. A nota técnica poderá dizer que é necessário um decreto. Eu estou aguardando a finalização da nota técnica para marcar audiência com o presidente. Eu penso que um decreto é uma boa medida para adotar se não houver por parte de todo mundo a adoção da política de cotas", afirmou o ministro.

"A nota técnica vai orientar inclusive como as cotas deverão ser observadas pelas instituições de ensino superior. Algumas organizações imaginam que haja uma autonomia universitária. A autonomia não é absoluta, é relativa", completou o ministro.

De acordo com ele, a nota técnica será finalizada e entregue a Lula até o dia 20 de outubro, dia em que o estatuto entra em vigor. O texto foi sancionado pelo presidente no último dia 20 de julho e tem 90 dias para começar a vigorar.

Logo após a aprovação do estatuto no Senado, antes da sanção presidencial, Eloi Araujo falou ao G1 que o estatuto permitia a criação de cotas sem que uma lei sobre o tema fosse discutida e aprovada por deputados e senadores. Na ocasião, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que isso era uma tentativa de "golpe". "Isso é o que se chama de tentativa de fazer com que o Congresso brasileiro seja fechado ainda que esteja aberto. Essa matéria tão polêmica deve ser regulamentada evidentemente através de uma lei. (...) É o que se chama de falsa polêmica. O ministro se viu derrotado em uma posição e tenta dar um golpe".

De acordo com Eloi Araujo, não se trata de golpe porque a lei é clara. "A lei é soberana. É dura, mas é a lei. E prevê a adoção de ações afirmativas. O Congresso aprovou essa lei." Ele afirmou crer que uma definição sobre um eventual decreto para estabelecer cotas saia ainda neste governo.

Eloi explicou que o grupo de trabalho é formado por técnicos da secretária, como professores e advogados. Esse grupo será responsável pela nota técnica que vai dar uma diretriz sobre o que deve ser regulamentado no estatuto. Cinco temas devem ser priorizados: educação, trabalho, moradia, cultura e saúde.

"Nossa preocupação diz respeito ao propósito de contribuir com os amigos da Corte, aqueles que têm defesa de nossas ações. No Supremo Tribunal Federal (STF) temos ações muito perversas contra a população negra, contra cotas, contra o Prouni e contra as comunidades quilombolas. (...) Esse grupo está debruçado em oferecer subsídios nesses casos com base no estatuto."

Cotas sociais

O ministro afirmou ser contra universidades que privilegiam cotas sociais a cotas raciais. Estudo do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) divulgado no começo desta semana mostrou que 71% das universidades federais e estaduais já têm cotas com base em seus conselhos ou leis estaduais. A maioria das instituições, porém, favorece as cotas sociais, para quem vem de escola pública.

Segundo ele, ações afirmativas que só privilegiam o lado social, sem analisar a questão racial, devem ser revistas. "Essas medidas precisam ser revistas porque deveriam ser observados dados técnicos oferecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a população é composta por 80% de pessoas que ganham até cinco salários, então vamos fazer isso. Se for qualquer outro número, é só para dizer que está fazendo. É coisa para inglês ver. É como se não tivesse havido a grande ofensa da escravidão e houve. Qualquer informação que não leve em consideração a gravidade que foi a escravidão, não é sequer educativa. Deveria observar os dois aspectos, sociais e raciais."

Para Eloi Araujo, no entanto, pode-se discutir por quanto tempo as cotas raciais seriam válidas. "Isso é justiça social e não precisa ser para sempre. Podemos estabelecer por um período, duas décadas, e depois analisar a evolução."

(Mariana Oliveira)

(G1, 2/9)

Extraído: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73234

Livro aborda conceito de raça

http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6616 (acesso em 02 de setembro de 2010)

Livro aborda conceito de raça

Vilma Homero

"Raça é menos um fato biológico do que um mito social e, como mito, causou severas perdas de vidas humanas e muito sofrimento em anos recentes." A declaração é de 1950, quando, no calor do pós-guerra, das lembranças recentes do Holocausto e dos ecos da política racial de Estados Unidos e África do Sul, a Unesco tentou deslanchar uma campanha mundial contra a discriminação racial. O que era para ser uma reflexão entre sociólogos, antropólogos e geneticistas do mundo inteiro transformou-se em discussões acaloradas sem que se chegasse a consenso. O episódio e a análise do fato fazem parte do livro Raça como Questão – História, Ciência e Identidades no Brasil, em que o sociólogo Marcos Chor Maio, pesquisador e professor do programa de pós-graduação em História das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz, e o antropólogo Ricardo Ventura Santos, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, professor do Museu Nacional e Cientista de Nosso Estado, da FAPERJ, reuniram uma série de artigos de vários autores para promover uma reflexão sobre um tema polêmico. O livro, que contou com recursos do Auxílio à Editoração (APQ 3), tem lançamento marcado para o dia 15 de setembro, na Blooks Livraria (Praia de Botafogo, 316), a partir das 18h30.

A historiadora Lilia Schwarcz resume bem o espírito do livro: "Raça sempre deu muito o que falar: no exterior, mas sobretudo no Brasil, país identificado desde o século XVI com base em sua natureza exuberante, mas suas ‘gentes um tanto estranhas’. Por aqui, o tema proliferou, seja em perspectivas positivas e alentadoras, seja com visões mais negativas. Se a representação onírica, próxima à máxima romântica do ‘bom selvagem’ revelou-se vitoriosa até o século XIX, é desde esse momento que noções mais pessimistas, ligadas às teorias científicas raciais, tenderiam as inverter os termos da equação. De jardim edênico, nos convertíamos em laboratório (degenerado) de raças. E é nesse contexto que se inicia a bela e sólida parceria entre Ricardo Ventura Santos e Marcos Chor Maio. Dando continuidade a vários trabalhos conjuntos que vêm realizando há longa data, Maio comenta: "O livro é também uma comemoração dessa parceria."

Em Raça como questão, eles traçam um apanhado desde o século XIX, analisando como o tema foi tratado em diferentes períodos, enfocando questões que durante certo tempo moldaram o pensamento dominante, como o higienismo, os estudos que se fazia sobre a mestiçagem ou os modelos da antropologia física, por exemplo. No artigo que abre o livro, "Entre a Riqueza Natural, a Pobreza Humana e os Imperativos da Civilização, Inventa-se a Investigação do Povo Brasileiro", de Jair de Souza Ramos e do próprio Maio, os autores refletem sobre os trabalhos de três autores: Nina Rodrigues, Sílvio Romero e Euclides da Cunha. "O foco de nossa reflexão é a trajetória da apropriação das teorias raciais europeias no Brasil e os desafios dos intelectuais na busca de soluções originais com vistas a fazer do Brasil um país civilizado. Nesse período, predomina um determinismo climático e racial no pensamento desses autores, que, apesar disso, por vezes apresentam argumentos socioantropológicos, questionando a base dessas teorias deterministas", segundo Ramos e Maio.

Num dos capítulos seguintes, Ricardo Ventura Santos se debruça sobre os estudos da Divisão de Antropologia do Museu Nacional, especialmente sobre o trabalho de intelectuais, como Batista de Lacerda e Roquette-Pinto, que por lá passaram entre o final do século XIX e início do XX. Surpreende, por exemplo, o pensamento do antropólogo Roquette-Pinto, que, na contramão de um pensamento reinante naqueles primórdios do século passado, afirmava: "os homens cultos do planeta mostram-se índios de pele branca, cobertos por uma crosta, mais ou menos espessa, de verniz brilhante." Para Roquete-Pinto, sob uma camada de cultura retrógrada ou avançada, encontrava-se um ser humano essencialmente igual em seu potencial, fosse ele europeu ou um índio da Serra do Norte. Ao que Santos avalia: "Se Roquette-Pinto apoia-se em modelos racializados em suas análises antropológicas, sua ênfase não está na existência de hierarquias no plano das potencialidades. Sob seu tom poético, está expressa a noção de que as diferenças residem menos na constituição racial/biológica do que em fatores ligados à cultura e à civilização, metaforicamente representados pela crosta de verniz brilhante." É nesse ponto que, segundo Santos, Roquette-Pinto se distingue das análises e perspectivas sobre indígenas reinantes à época.

Há artigos que abordam questões polêmicas. Em "Antropologia, Raça e os Dilemas das Identidades na Era da Genômica", analisa-se a recepção social dos estudos da equipe do geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pena e colaboradores abordaram aspectos da ancestralidade genética do minúsculo povoado de Queixadinha, no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. "Retrato Molecular do Brasil" sugere que, no país, haveria baixa associação entre aparência física e ancestralidade genômica. Conforme demonstram Santos e Maio, as recepções foram bastante diversas. Enquanto para o ativista do movimento negro Athayde Motta, a pesquisa "seria um simulacro de suporte científico para... injetar sangue no moribundo mito da democracia racial, (...) cuja primordial função é a de manter o estado de desigualdades raciais no Brasil", para M.X. Rienzi, de um grupo de extrema-direita europeu, a conclusão sobre a inexistência de raças seria "uma peça ideológica travestida de ciência". O capítulo analisa como as evidências científicas são apropriadas pela sociedade, o que depende de contextos sócio-políticos particulares.

Durante sua estada em Londres, Virginia Bicudo
(à esq.) encontra o presidente Juscelino

Maio e Santos também abordam a política de cotas, examinando o caso do vestibular da Universidade de Brasília (UnB). "Foi a primeira instituição universitária federal a adotar o sistema no país", diz Maio. Na prática, foi uma implementação controversa, uma vez que além da autodeclaração do candidato – e para "controlar possíveis burladores raciais"– exigiram-se fotos que seriam confirmadas por uma comissão. Como mostram os autores, "esses critérios geraram uma temporada de disputas científico-políticas, já que foram objeto de amplas controvérsias. (...) Aludiu-se aos paralelos entre o que estava acontecendo em Brasília e práticas tipológicas de identificação racial comuns no passado no âmbito da antropologia física e da medicina legal, vistas de forma crítica pelas ciências sociais contemporâneas". No último capítulo do livro, em co-autoria com Simone Monteiro, Maio analisa as políticas de ação afirmativa racializadas no domínio da saúde pública com base no processo de construção do campo da saúde da população negra, a partir dos anos 1990.

Marcos Chor Maio agora também se empenha no próximo lançamento de um outro livro: a publicação da dissertação de mestrado da cientista social e psicanalista Virginia Leone Bicudo, que estudou na Escola de Sociologia e Política de São Paulo sob a orientação do sociólogo Donald Pierson. Negra, ela foi uma das pioneiras da psicanálise no país. O livro faz parte das atividades do projeto "Encontro entre Antropologia, Sociologia e Psicologia Social na produção intelectual sobre raça e racismo no Brasil (1930-1950)", apoiado pela FAPERJ, na modalidade Auxílio à Pesquisa (APQ 1). Integrante da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Virgínia estudou em Londres (1955-1960), onde fez cursos no Instituto de Psicanálise da Sociedade Britânica e se especializou em psicanálise da criança na Tavistock Clinic. Manteve estreito contato com a psicanalista Melanie Klein. Organizado por Maio, Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo será publicado pela Editora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, com lançamento previsto para o dia 11 de novembro, durante o Seminário Internacional de Sociologia: 50 anos de Brasília e 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UnB.

Sociólogo - Doutorando em Sociologia Política (UENF)

Professor Assistente de Sociologia - UFF - Campos RJ

“até mesmo os hereges permanecem limitados pelo pensamento tradicional ao formular suas heresias”

Andre Gunder Frank
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Como compreender um Biólogo…

Como compreender um Biólogo…
Tenha paciência ao caminhar com ele na rua. É provável que ele faça paradas freqüentes … sempre há uma formiga carregando uma folha gigantesca nas costas ou uma samambaia disposta de uma forma estranha num buraco do muro.
Ele acha isso incrível!!!
Toda vez que vcs entrarem em qualquer assunto que envolva a área dele, ele se empolgará. Finja que presta atenção no que ele diz. Finja que está entendendo também.
Entenda que o conceito de beleza de seu amigo biólogo é um tantinho diferente do seu. Sapos verdes, gosmentos e verruguentos são lindos. Escorpiões, aranhas, opiliões (hein??), ay-ays são todos lindos.
Tente não vomitar quando ele te mostrar as fotos da última necropsia feita num golfinho.
Simplesmente ignore quando o encontrar de quatro, agachado sobre o musgo… e faça o possível para que ele não te veja, pois uma vez que isso acontecer ele começará o discurso em biologuês: “são briófitas! São as plantas mais primitivas! Você acredita que elas não têm nem vasos condutores? E elas ainda dependem da água para a fecundação e…”
É provável que ele prefira ir para o congresso de Mastozoologia ao in vés daquela viagem romântica. Vc quer ajuda-lo? Mostre que há outras coisas no mundo, por exemplo… convide-o para ir a um museu de arte. Ou a um grupo de discussão sobre literatura.
Ele terá tendência a chamar pinheiros de gimnospermas. E a pinha (de onde vem o pinhão) de estróbilo.
Não, ele não é um maníaco suicida se decidir entrar numa jaula para mergulhar com tubarões-brancos. Mas também não deve estar em seu juízo perfeito.
É melhor vc assistir filmes como A Era do Gelo e Procurando Nemo com amigos que não sejam biólogos. Caso contrário, vc ouvirá, durante o filme: “ah, mas baleias não têm essa conexão entre a boca e o nariz, o Marlin e a Dori nunca poderiam ter saído pelo nariz dela!” E quem se importa??

RACISMO NA ESCOLA VIRA DESCUIDO

Retirado do site Afropress.

Por: Redação - Fonte: Afropress - 27/8/2010

S. Paulo - Os principais veículos da grande mídia paulista reduziram o caso da condenação do Estado de S. Paulo a mero “descuido de uma professora da rede na utilização de um texto com conteúdo racista em sala de aula". Tanto na Folha quanto no Estado de S. Paulo - os dois principais jornais - o caso foi tratado de forma descritiva e descontextualizada.

A Redação de Afropress fez contato com a Escola Estadual Francisco de Assis, no Ipiranga, para ouvir a direção e a professora acusada. Nem a diretora, nem as professoras que atenderam a ligação quiseram falar, embora admitissem vagamente “lembrar-se do caso”.

As pessoas que atenderam a ligação – Vera e Sônia – que não se identificaram como professoras ou funcionárias, comentaram que a acusada já teria se aposentado, e recomendaram procurar a Diretoria de Ensino, porque não tinham autorização para falar.

Assesoria de Imprensa da Secretaria de Educação do Estado, procurada por telefone, deu a seguinte resposta por e-mail: “favor procurar a Procuradoria Geral do Estado”.

A Procuradoria Geral, por sua vez, segundo informação da Assessoria de Imprensa, esclareceu que “por questões legais ligadas à indisponibilidade e do interesse do patrimônio público, em tese, o Procurador Geral do Estado,da PGE, por questões legais ligadas à indisponibilidade e do interesse do patrimônio público, deve sempre recorrer de decisões contra o Erário Estadual".

"Porém, extraordinariamente, o procurador pode pedir à pessoa do procurador geral do Estado, que tem poderes constitucionais para isso, que autorize a dispensa desse procedimento. No momento, a Procuradoria Geral do Estado estuda o caso para decidir se irá recorrer ou não da decisão judicial", conclui a Assessoria de Imprensa da PGE.

A professora Roseli de Oliveira (foto), da Coordenadoria de Políticas da População Negra e Indígena da Secretaria de Justiça do Estado, prometeu cobrar dos órgãos do Estado e garantiu que falará sobre o tema, assim que tiver um posicionamento das Secretarias da Justiça e da Educação.


Para pai de aluno vítima de racismo condenação é simbólica
Por: Redação - Fonte: Afropress: Foto - Érico Elias - 30/8/2010

S. Paulo - “Essa é apenas uma primeira etapa. O Estado ser condenado a pagar 20 salários mínimos é uma coisa ridícula, simbólica. Isso não paga nem as despesas, muito menos a dor moral. São oito anos de sofrimento. Mas, esse é o nosso país”, o desabafo é de Francisco de Assis Santana, pai do garoto N.L.S.S., alvo da prática de racismo por parte da professora Maria Erci Miranda Thomazini, da Escola Estadual Francisco de Assis Reys, no Ipiranga.

O caso aconteceu em 2002 e, na sentença, o juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, condenou o Estado ao pagamento de uma indenização de R$ 20,4 mil por danos morais à família. É a primeira vez que o Estado é condenado pela Justiça pela prática de racismo institucional.

A Procuradoria Geral do Estado ainda não decidiu se vai recorrer. Segundo informações da Assessoria de Imprensa da PGE, o procurador Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo pode pedir ao procurador geral a dispensa do recurso.

A ação se originou da denúncia de que a professora Maria Erci, hoje aposentada, passou uma atividade baseada no texto “Uma família Colorida”, escrito por Bianca Cristina Castilho – uma ex-aluna da Escola. No livro cada personagem era representado por uma cor, e o homem mau da história, que tentava roubar as crianças da família, era negro.

O nome da professora, e até das vítimas - no caso, o próprio pai do menor, Francisco de Assis, e a mãe, Regina dos Santos -, que também moram no Ipiranga, vinham sendo mantidos em sigilo. No processo, os nomes foram reduzidos as iniciais, quando, na prática, apenas o menor teria direito a ter sua imagem preservada, de acordo com o Estatuto da Infância e da Adolescência.

Os pais foram reduzidas as iniciais F.A.S., R.S. e a professora ré no processo, tornou-se M.E.

Por causa da agressão racista o agora ainda hoje com 16 anos, ficou com seqüelas e passou a apresentar problemas de relacionamento e queda na produtividade escolar. Pior: estimulados pela história, os colegas de classe começaram a hostilizá-lo e a agredi-lo até mesmo fisicamente. Laudos juntados ao processo apontam que N.L. desenvolveu um quadro de fobia em relação ao ambiente escolar.

A advogada Maria da Penha Guimarães, constituída pela família do menor, disse que aguarda a publicação da sentença para decidir se recorrerá ou não da decisão. Segundo a advogada (foto), a mesma que defendeu a doméstica Simone Diniz - no caso em que o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA - indicada a uma vaga no Tribunal Regional Federal, pela OAB/SP, só depois da publicação falará sobre o processo e as conseqüências da decisão judicial.

Sigilo suspeito
Na última sexta-feira, Afropress ligou para a Escola no Ipiranga, pedindo informações sobre a identidade da professora, porém, a diretora e professores que atenderam – de nomes Sônia e Vera – disseram não ter autorização para revelar a identidade, embora lembrassem do caso. “O senhor tem de falar com a Coordenodoria de Ensino”, informaram.

A Afropress também ligou para a Secretaria de Educação e para a professora Roseli de Oliveira, Coordenadora de Políticas para as Populações Negra e Indígena da Secretaria da Justiça, que recomendou fosse encaminhada solicitação por escrito e encaminhar as respostas posteriormente.

Entre as perguntas encaminhadas estão o nome da professora, até então protegida pelo anonimato, e que medidas o Estado pretende adotar, por meio da Procuradoria Geral do Estado, e se entre elas está a ação para que o custo da condenação não seja pago pelos contribuintes.

Racismo
O livro no qual se baseia a redação de Bianca é o “Brincando de Escrever”, de Hermínio Sagentin, da IBEP – Companha Nacional, que até 2001, integrava o Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC). Mesmo tendo sido excluído do Programa, a professora continuava a usá-lo indiretamente por meio da redação de Bianca.

Mesmo afirmando considerar “ridículo” o valor da condenação, o pai do menor, Francisco de Assis, avalia que a sentença – a primeira desse tipo – é um passo. “O Estado ser condenado pela prática de racismo, é importante. Porque não prepara profissionais, não qualifica ninguém, não tem preparação humanística para os professores”, afirmou.

Afropress não conseguiu localizar a professora acusada de racismo, porém, sabe-se que na sindicância realizada na Escola, o tom dos depoimentos dos colegas ouvidos, também reduzidos a identificação pelas iniciais, foi o mesmo da testemunha identificada pelas iniciais H.A.J. “Que, neste caso, por conhecer a professora tem a plena convicção de que ela não teve a intenção de gerar racismo, que ela foi inocente”.

SECRETARIA ESTUDA RECOMENDAR CRIAÇÃO DE COTAS RACIAIS POR DECRETO

Retirado do site do G1.

02/09/2010
Universidades devem ser orientadas para criação de cotas raciais.
Eloi Araujo informou que documento será apresentado até 20 de outubro.

Mariana Oliveira
Do G1, em São Paulo
Ministro Eloi Araujo, na sanção da Estatuto da Igualdade Racial (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

O ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araujo, informou ao G1 que um grupo de trabalho da secretaria trabalha atualmente em nota técnica que deve recomendar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que crie cotas para negros em universidades federais por meio de decreto.

"Na nota técnica vamos tomar providências no sentido de buscar que pretos e pardos tenham direito de ingressar no ensino superior. A nota técnica poderá dizer que é necessário um decreto. Eu estou aguardando a finalização da nota técnica para marcar audiência com o presidente. Eu penso que um decreto é uma boa medida para adotar se não houver por parte de todo mundo a adoção da política de cotas", afirmou o ministro.

"A nota técnica vai orientar inclusive como as cotas deverão ser observadas pelas instituições de ensino superior. Algumas organizações imaginam que haja uma autonomia universitária. A autonomia não é absoluta, é relativa", completou o ministro.

De acordo com ele, a nota técnica será finalizada e entregue a Lula até o dia 20 de outubro, dia em que o estatuto entra em vigor. O texto foi sancionado pelo presidente no último dia 20 de julho e tem 90 dias para começar a vigorar.

"Se a população é composta por 80% de pessoas que ganham até cinco salários, então vamos fazer isso [com as cotas sociais]. Se for qualquer outro número, é só para dizer que está fazendo. É coisa para inglês ver. É como se não tivesse havido a grande ofensa da escravidão e houve. Qualquer informação que não leve em consideração a gravidade que foi a escravidão, não é sequer educativa. Deveria observar os dois aspectos, sociais e raciais"
Ministro Eloi Araujo, ao criticar ações afirmativas de universidades que não considerem questões raciais

Logo após a aprovação do estatuto no Senado, antes da sanção presidencial, Eloi Araujo falou ao G1 que o estatuto permitia a criação de cotas sem que uma lei sobre o tema fosse discutida e aprovada por deputados e senadores. Na ocasião, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que isso era uma tentativa de "golpe". "Isso é o que se chama de tentativa de fazer com que o Congresso brasileiro seja fechado ainda que esteja aberto. Essa matéria tão polêmica deve ser regulamentada evidentemente através de uma lei. (...) É o que se chama de falsa polêmica. O ministro se viu derrotado em uma posição e tenta dar um golpe".

De acordo com Eloi Araujo, não se trata de golpe porque a lei é clara. "A lei é soberana. É dura, mas é a lei. E prevê a adoção de ações afirmativas. O Congresso aprovou essa lei." Ele afirmou crer que uma definição sobre um eventual decreto para estabelecer cotas saia ainda neste governo.

Eloi explicou que o grupo de trabalho é formado por técnicos da secretária, como professores e advogados. Esse grupo será responsável pela nota técnica que vai dar uma diretriz sobre o que deve ser regulamentado no estatuto. Cinco temas devem ser priorizados: educação, trabalho, moradia, cultura e saúde.

"Nossa preocupação diz respeito ao propósito de contribuir com os amigos da Corte, aqueles que têm defesa de nossas ações. No Supremo Tribunal Federal (STF) temos ações muito perversas contra a população negra, contra cotas, contra o Prouni e contra as comunidades quilombolas. (...) Esse grupo está debruçado em oferecer subsídios nesses casos com base no estatuto."

O ministro afirmou ser contra universidades que privilegiam cotas sociais a cotas raciais. Estudo do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) divulgado no começo desta semana mostrou que 71% das universidades federais e estaduais já têm cotas com base em seus conselhos ou leis estaduais. A maioria das instituições, porém, favorece as cotas sociais, para quem vem de escola pública.

Segundo ele, ações afirmativas que só privilegiam o lado social, sem analisar a questão racial, devem ser revistas. "Essas medidas precisam ser revistas porque deveriam ser observados dados técnicos oferecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a população é composta por 80% de pessoas que ganham até cinco salários, então vamos fazer isso. Se for qualquer outro número, é só para dizer que está fazendo. É coisa para inglês ver. É como se não tivesse havido a grande ofensa da escravidão e houve. Qualquer informação que não leve em consideração a gravidade que foi a escravidão, não é sequer educativa. Deveria observar os dois aspectos, sociais e raciais."

Para Eloi Araujo, no entanto, pode-se discutir por quanto tempo as cotas raciais seriam válidas. "Isso é justiça social e não precisa ser para sempre. Podemos estabelecer por um período, duas décadas, e depois analisar a evolução."