quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Navegue para eleger

Acessar o site de divulgação das candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode levar o eleitor à loucura. No Estado de São Paulo, são 1.976 que se candidataram a deputado estadual, sendo que há vagas somente para 94. Clicando sobre o nome de cada um, é possível saber onde ele nasceu, se é casado, sua profissão, seu grau de instrução e até sua declaração de bens. Tem gente que não declara nada, porque não tem. Tem candidato que declara um Fusca ou uma conta bancária com apenas R$ 42. Mas também há os afortunados, literalmente milionários. E não são poucos.
É divertido navegar por esses perfis, mas impossível escolher os governadores dos próximos anos olhando unicamente para seus bens ou estado civil. No próximo dia 3 de outubro, os brasileiros devem eleger representantes para os postos de presidente da República, senador, governador, deputados federal e estadual, e não podem se basear apenas em dados curiosos para isso. Há sites criados por organizações idôneas e apartidárias que relacionam o perfil do eleitor ao dos candidatos, sugerem em quem votar e se apresentam como um banco de dados sobre tudo o que está sendo discutido no mundo virtual sobre as eleições: reportagens, posts de blogs tuítes e vídeos.

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O Extrato Parlamentar, criado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e pelo movimento Voto Aberto, é uma boa ferramenta para o eleitor escolher o deputado que tenha mais a ver com suas convicções políticas. O internauta deve escolher seu Estado e se deseja o resultado por candidato ou por partido. Então, responde 12 perguntas relacionadas a projetos de lei ou posições políticas dos candidatos, como se é favorável ou não à prorrogação da CPMF até 2011 ou a um plebiscito para decidir sobre a criação do novo Estado do Tapajós. Por fim, recebe uma lista com 80 candidatos, sendo do primeiro as posições mais próximas às escolhidas pelo eleitor. É possível, inclusive, saber sobre quais assuntos eles têm ou não a mesma opiniões.

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No Repolítica, criado por quatro jovens com menos de 30 anos que ansiavam por uma ferramenta de comparação entre os candidatos, o eleitor responde a oito questões que têm a ver com cargo, ideologia, popularidade e prioridades de governo. Todos os cargos na disputa eleitoral podem ser pesquisados. As sugestões vêm do cruzamento da opinião da comunidade, que avalia ética, ideologia e prioridades do político, com dados da ONG Transparência Brasil e do TSE, com dados como ficha criminal e projetos apresentados. Ao fim do teste, o usuário recebe uma lista dos candidatos, já em mandato e novos, mais próximos de sua escolha e ainda responde se a indicação do site foi aprovada – isso faz com que o Repolítica aprenda quando o resultado é acertado ou não, refinando suas indicações. Daniel Veloso, um dos criadores, diz que a ideia é torná-lo uma ferramenta de acompanhamento dos políticos depois das eleições.

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Novo banco de dados sobre que se fala em eleições na internet, o Observatório das Eleições 2010 foi desenvolvido no departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O portal mostra a visibilidade dos candidatos à Presidência em sites de notícias, blogs, no Twitter e YouTube. São cerca de 200 fontes de informação, que permitem comparar o volume de citações entre os candidatos em diferentes intervalos de tempo. Há também algumas ferramentas de comparação e análise, como a que indica a frequência de citações por mídia, nuvem de tag e a filtragem das notícias por temas e termos relacionados à campanha eleitoral. Segundo Wagner Meira, pesquisador do grupo, é o primeiro site a mostrar quantas pessoas foram atingidas por uma mesma informação em um intervalo de tempo.

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