sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CONVITE - Seminário Educação e Afrodescendência (03 e 04/dez - Vitória, ES

Seminário "Educação e Afrodescendência" (CONVITE)

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros do Instituto Federal do Espírito Santo (Neab-Ifes) realizará nos dias 03 e 04 de dezembro do corrente ano o "Seminário de Qualificação de Experiências Pedagógicas – Educação e Afrodescendência".

Por meio deste, vimos convida-los/as a participarem do seminário supracitado. As inscrições são gratuitas – com vagas limitadas – e podem ser realizadas por meio do formulário eletrônico no endereço www.ifes.edu.br.

O Seminário reunirá professores/as, pesquisadores/as e interessados no campo de estudos afro-brasileiros, objeto da Lei Federal 10.639/03 e, constitui atividade de encerramento do Curso de Pós-Graduação Aperfeiçoamento em Educação e Afrodescendência, ofertado pelo Neab-Ifes.

Neste evento, objetivamos aproximar a produção acadêmica às experiências cotidianas escolares em um mesmo espaço-tempo acadêmico-pedagógico, valendo-se da intricada relação ação-reflexão-ação. Na ocasião serão apresentados projetos e experiências pedagógicas, acompanhados por comentários de bancas de qualificação acadêmica composta por pesquisadores da área.

Atenciosamente,

Gustavo Forde

Coordenador do Neab-Ifes


OBS: Segue anexo, cartaz + folder com a programação e resumos dos trabalhos a serem apresentados.


CONVITE ON-LINE - Seminario Educacao e Afrodescendencia.jpg

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Comemoração do Dia Nacional do Samba no Quilombo Pedra do Sal

A Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal – ARQPEDRA entidade representativa da comunidade remanescente do quilombo que tem como um de seus principais objetivos a titulação do território quilombola e a preservação da identidade cultural da comunidade quilombola convidada para mais um evento do projeto SAL do SAMBA - Tributo a Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô a realizar-se nos dia 01 de dezembro das 19 as 22 horas e dia 02 (Dia Nacional do Samba) das 06 as 22 horas, no quilombo Pedra do Sal localizado no bairro da Saúde, Zona Portuária do Rio de Janeiro, conforme especificações abaixo:

O quilombo Pedra do Sal é depositário da memória de uma das histórias mais lindas que a cidade do Rio de Janeiro tem para contar, envolvendo a formação de todo um complexo de atividades no entorno do mercado de escravos e de sal (cenários que aparecem nas gravuras de Rugendas), envolvendo o corte da Pedra do Sal para a construção da rua Sacadura Cabral, a construção e operação do porto do Rio (tudo isto obra dos escravos e de seus sucessores livres), o antigo rancho carnavalesco, o surgimento do samba com figuras de expressão nacional como Donga e João da Baiana, o candomblé, o bloco carnavalesco Afoxé Filhos de Gandhi.

Herdeiros de uma tradição importante na memória da cidade do Rio de Janeiro, de uma história de lutas e resistências, os quilombolas da Pedra do Sal constituem hoje o único contingente humano que pode legitimamente se reivindicar como continuador das implicações histórico-sociais da presença negra e escrava na área portuária; que pode como tal assumir a memória e dar seguimento às atividades rituais que constituem o patrimônio imaterial; e que finalmente pode reivindicar o território como constitutivo de sua identidade étnica. O Samba, o Santo e o Porto sumarizam a tradição que os quilombolas da Pedra do Sal atualizam.

Todo dia 2 de dezembro, o grupo do quilombo da Pedra do Sal celebra, no Largo João da Baiana, essa história e memória através da lavagem da pedra (rito simbólico de purificação), do samba, gastronomia e de depoimentos de antigos portuários. Celebram sua continuidade histórica na região e sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. No último 2 de dezembro, a festa organizada pelo Quilombo, envolve a lavagem da Pedra do Sal pelo Afoxé Filhos de Gandhi e por pessoas ligadas ao candomblé.

Programação

SAL do SAMBA

Tributo a Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô

01 DE DEZEMBRO DE 2010

19:00 horas - Apresentação teatral do Grupo Entrou por Uma Porta

"Histórias Contadas e Compartilhadas" com direção de Reinaldo Santana

20:00 horas - Exibição de curtas dos cinestas negros Joel Zito de Araujo e Zozimo Bubbul

21:00 - Show com a Banda de reggae ANNCESTRAIS

02 DE DEZEMBRO DE 2010

Dia Nacional do Samba


Homenagens e depoimentos:

João da Baiana (in memoriam)

Claudio Camunguelo (in memoriam)

Egbomi Iraci de Ogum

Hiram Araújo

Audie


06:00 - Lavagem da Pedra do Sal com as tias Baianas e Afoxé Filhos de Gandhi

07:00 - Café da manhã quilombola

09:30 - Palestra: “O poder da Pedra do Sal” com Hiram Araujo e Damião Braga

11:00 - Roda de samba

12:00 hs - A tradicional feijoada do Nego Rico e Lucinha

12:30 horas - Roda de samba

18:00 horas - Roda de capoeira com o quilombola mestre Graúna

20:00 horas - Bloco Tradicional “Os Mariocas”

22:00 horas - Encerramento


Realização:

ARQPEDRA

Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal



Coordenação Geral:

Damião Braga - (21) 9701-8905

Produção:

Lucinha - (21) 9855-3759

Mauro Santos - (21) 9698-7689
Damião Braga Soares dos Santos
Presidente do Conselho Diretor da ARQPEDRA - Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal
Militante do MNU
Frente Nacional em Defesa dos Territorios Quilombolas
(21) 9701-8905
(61) 9631-8201
Skipe: rastario1833

Convite Palestra: Economia da Cultura

ECONOMIA DA CULTURA

Conforme dados do Banco Mundial, a Economia da Cultura responde hoje por 7% do PIB mundial (2003). Ao lado da Economia do Conhecimento (ou da Informação) a Economia da Cultura hoje integra a chamada Economia Nova, dado que seu modo de produção e de circulação de bens e serviços, altamente impactado pelas novas tecnologias e baseado em criação e propriedade intelectual, não se amolda aos paradigmas da economia industrial clássica.

Palestra:

Metodologia para estudos de Zoneamento Econômico Cultural.

A experiência do Zoneamento Econômico Cultural do Estado do Acre.

DIA: 25/11/2010

LOCAL: CINEMATECA DO IFT
Rua 75, nº 46, Centro. Goiânia - GO.
09:00 HORAS

Palestrante:
Prof. Felippe Jorge Kopanakis Pacheco
Mestre em Geografia, desenvolveu metodologia para o MINC-IPHAN-UNESCO para estudos de Zoneamento Econômico Cultural.
Coordenador do ZEC-ACRE.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Convite Palestra: Economia da Cultura

ECONOMIA DA CULTURA

Conforme dados do Banco Mundial, a Economia da Cultura responde hoje por 7% do PIB mundial (2003). Ao lado da Economia do Conhecimento (ou da Informação) a Economia da Cultura hoje integra a chamada Economia Nova, dado que seu modo de produção e de circulação de bens e serviços, altamente impactado pelas novas tecnologias e baseado em criação e propriedade intelectual, não se amolda aos paradigmas da economia industrial clássica.

Palestra:

Metodologia para estudos de Zoneamento Econômico Cultural.

A experiência do Zoneamento Econômico Cultural do Estado do Acre.

DIA: 25/11/2010

LOCAL: CINEMATECA DO IFT
Rua 75, nº 46, Centro. Goiânia - GO.
09:00 HORAS

Palestrante:
Prof. Felippe Jorge Kopanakis Pacheco
Mestre em Geografia, desenvolveu metodologia para o MINC-IPHAN-UNESCO para estudos de Zoneamento Econômico Cultural.
Coordenador do ZEC-ACRE.

Comemoração do Dia Nacional do Samba no Quilombo Pedra do Sal

A Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal – ARQPEDRA entidade representativa da comunidade remanescente do quilombo que tem como um de seus principais objetivos a titulação do território quilombola e a preservação da identidade cultural da comunidade quilombola convidada para mais um evento do projeto SAL do SAMBA - Tributo a Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô a realizar-se nos dia 01 de dezembro das 19 as 22 horas e dia 02 (Dia Nacional do Samba) das 06 as 22 horas, no quilombo Pedra do Sal localizado no bairro da Saúde, Zona Portuária do Rio de Janeiro, conforme especificações abaixo:

O quilombo Pedra do Sal é depositário da memória de uma das histórias mais lindas que a cidade do Rio de Janeiro tem para contar, envolvendo a formação de todo um complexo de atividades no entorno do mercado de escravos e de sal (cenários que aparecem nas gravuras de Rugendas), envolvendo o corte da Pedra do Sal para a construção da rua Sacadura Cabral, a construção e operação do porto do Rio (tudo isto obra dos escravos e de seus sucessores livres), o antigo rancho carnavalesco, o surgimento do samba com figuras de expressão nacional como Donga e João da Baiana, o candomblé, o bloco carnavalesco Afoxé Filhos de Gandhi.

Herdeiros de uma tradição importante na memória da cidade do Rio de Janeiro, de uma história de lutas e resistências, os quilombolas da Pedra do Sal constituem hoje o único contingente humano que pode legitimamente se reivindicar como continuador das implicações histórico-sociais da presença negra e escrava na área portuária; que pode como tal assumir a memória e dar seguimento às atividades rituais que constituem o patrimônio imaterial; e que finalmente pode reivindicar o território como constitutivo de sua identidade étnica. O Samba, o Santo e o Porto sumarizam a tradição que os quilombolas da Pedra do Sal atualizam.

Todo dia 2 de dezembro, o grupo do quilombo da Pedra do Sal celebra, no Largo João da Baiana, essa história e memória através da lavagem da pedra (rito simbólico de purificação), do samba, gastronomia e de depoimentos de antigos portuários. Celebram sua continuidade histórica na região e sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. No último 2 de dezembro, a festa organizada pelo Quilombo, envolve a lavagem da Pedra do Sal pelo Afoxé Filhos de Gandhi e por pessoas ligadas ao candomblé.

Programação


SAL do SAMBA

Tributo a Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô


01 DE DEZEMBRO DE 2010


19:00 horas - Apresentação teatral do Grupo Entrou por Uma Porta

"Histórias Contadas e Compartilhadas" com direção de Reinaldo Santana

20:00 horas - Exibição de curtas dos cinestas negros Joel Zito de Araujo e Zozimo Bubbul

21:00 - Show com a Banda de reggae ANNCESTRAIS

02 DE DEZEMBRO DE 2010

Dia Nacional do Samba


Homenagens e depoimentos:

João da Baiana (in memoriam)

Claudio Camunguelo (in memoriam)

Egbomi Iraci de Ogum

Hiram Araújo

Audie


06:00 - Lavagem da Pedra do Sal com as tias Baianas e Afoxé Filhos de Gandhi

07:00 - Café da manhã quilombola

09:30 - Palestra: “O poder da Pedra do Sal” com Hiram Araujo e Damião Braga

11:00 - Roda de samba

12:00 hs - A tradicional feijoada do Nego Rico e Lucinha

12:30 horas - Roda de samba

18:00 horas - Roda de capoeira com o quilombola mestre Graúna

20:00 horas - Bloco Tradicional “Os Mariocas”

22:00 horas - Encerramento

Realização:

ARQPEDRA

Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal

Coordenação Geral:

Damião Braga - (21) 9701-8905

Produção:

Lucinha - (21) 9855-3759

Mauro Santos - (21) 9698-7689
Damião Braga Soares dos Santos
Presidente do Conselho Diretor da ARQPEDRA - Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal
Militante do MNU
Frente Nacional em Defesa dos Territorios Quilombolas
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(61) 9631-8201
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

albuns de fotos com a programação de consciência negra do Instituto Nangetu

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 2 fotos ao álbum cineclube_consciência negra_terra deu terra come
20/11/2010 11:51:48

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 5 fotos ao álbum cineclube CINESAMBA
20/11/2010 09:54:08

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 46 fotos ao álbum cineclube - Programa Comunidades
20/11/2010 03:14:04

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 19 fotos ao álbum inauguração do fogão
20/11/2010 11:49:48

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 38 fotos ao álbum site olhos negros
20/11/2010 10:32:50

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Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 67 fotos ao álbum A magia de Jinsaba – sem folhas não tem ritual
20/11/2010 04:19:20




Instituto Nangetu Diretoria de Projetos adicionou 2 fotos ao álbum cineclube Sergio Peo
20/11/2010 11:55:22

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Mau preparo de professor atrapalha ensino de literatura afro

Educadores afirmam que há boas obras e materiais didáticos disponíveis, mas docentes ainda não sabem como trabalhá-los em sala
Marina Morena Costa, iG São Paulo | 20/11/2010 06:01


Uma menina negra, com vasta cabeleira, tenta entender por que seu cabelo não para quieto. Ela encontra um livro sobre países africanos e passa a compreender a relação entre seus cachos e a África. A história é contada no livro “Cabelo de Lelê”, de Valéria Belém, e segundo a pedagoga e pesquisadora Lucilene Costa e Silva, um dos bons exemplos de literatura afro-brasileira infantil. “Nas séries iniciais, as crianças estão construindo a identidade. Ter acesso a obras que mostrem personagens como elas é fundamental”, avalia.

Lucilene dá aula há 20 anos na rede pública de ensino do Distrito Federal e conta que sentia falta da imagem negra nos livros de literatura infantil. “Cheguei a contar a história ‘Chapeuzinho Vermelho’ usando uma boneca negra com capuz vermelho. Hoje sei que isso não é mais necessário. A África tem histórias, personagens e enredos lindíssimos.”
Atendendo à lei 10.639, que determina o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas, o Ministério da Educação (MEC) e as secretarias municipais e estaduais de ensino têm cada vez mais distribuído obras e vídeos protagonizados por personagens negras ou que abordam a diversidade étnico-racial. “É visível o aumento na quantidade de material didático e para-didático disponível sobre o tema após a implantação da lei”, afirma Luciano Braga, professor de Artes há 15 anos das redes municipal e estadual de São Paulo e co-autor, junto com Elizabeth Melo, do livro “História da África e afro-brasileira – em busca das nossas origens”, lançado em 13 de maio de 2010.

Foto: Thinkstock
Educadores afirmam que a literatura infantil sobre diversidade étnica ajuda a combater a discriminação racial
O professor conta que obras com contos e lendas africanas são uma novidade recente nas duas escolas onde dá aulas. “Estamos recebendo livros nos quais o herói é uma criança negra ou onde há personagens brancos e negros. A questão não é valorizar uma cultura ou outra e sim fazer com que a criança se sinta pertencente ao meio. É assim que combatemos a discriminação”, ressalta. Da mesma forma que contos de fada e histórias europeias são narrados em sala de aula, histórias e lendas africanas e indígenas devem ser apresentadas, defende o professor.
No livro infantil “Betina”, de Nilma Lino Gomes, uma avó trança os cabelos da neta e conversa sobre seus ancestrais. “Na África as tranças têm diferentes significados e o cabelo é muito importante para a mulher. Está ligado à identidade”, explica Lucilene. Quando a professora terminar de contar a história de Betina, uma menina de rosto redondo, olhos negros e cabelo todo trançado, os alunos ficam encantados. “Todas as crianças, negras e brancas, querem ser a Betina”, conta.
Formação de professores
Lucilene desenvolve pesquisa de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) sobre a presença da literatura afro-brasileira no Programa Nacional Biblioteca da Escola do MEC, que distribui obras de literatura, pesquisa e referência para as escolas públicas brasileiras. Apesar de o ministério não ter um levantamento específico das obras que abordam essa temática, a pesquisadora afirma que os livros estão presentes no catálogo oferecido. “É um avanço, mas em muitas escolas do DF as obras chegam e ficam encaixotadas, porque os professores não sabem como trabalhá-las”, afirma.
Em São Paulo, Braga promove palestras e oficinas sobre diversidade étnica e encontra o mesmo problema: materiais didáticos deixados de lado porque os professores não sabem como usá-los.
A coordenadora da área de diversidade do MEC – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) –, Leonor Franco, reconhece que o principal entrave para a aplicação da lei é a formação dos professores. “O nó da questão é a qualificação, a formação de professores e gestores. Não basta capacitar só os professores, tem que sensibilizar todos os funcionários da escola, os diretores, o secretário de educação. Não adianta colocar livro na escola se o professor não souber o que fazer com aquilo”, afirma.
Segundo Leonor, grande parte do problema está no ensino superior. A temática e o conteúdo da diversidade étnico-racial não estão nos cursos de licenciatura: “Nossa formação continuada é quase uma formação inicial”, critica. Outro desafio é a ampliação de parcerias para oferecer cursos de capacitação. Atualmente os editais do MEC são voltados apenas para instituições de ensino superior federais e estaduais. “Temos secretarias de ensino que têm condições de promover capacitação. O resultado é que a gente tem tido dinheiro (na Secad), mas poucos projetos bons para formação de professores.”
Salloma Salomão, músico e doutor em História Social pela PUC-SP, atua na formação de docentes pela rede de educadores Aruanda Mundi. Nos últimos cinco anos, cerca de 3 mil professores de mais de cinco estados diferentes foram capacitados. “Faltam investimentos das secretarias em projetos formativos sistemáticos e de longa duração”, aponta. Segundo Salomão, os cursos oferecidos pela Aruanda têm duração mínima de 120 horas, mas o ideal seria 360 horas e dois anos de duração.
O historiador destaca a importância do uso das tecnologias na capacitação dos docentes. Por meio de plataformas da internet, Salomão promove a interação de professores brasileiros com africanos, principalmente de países de língua portuguesa. “Falar de África não significa tirar o sapato e pisar na terra. Há inúmeras possibilidades com o uso da tecnologia. Precisava de um mapa étnico-linguístico da África e um pesquisador da universidade de Coimbra nos forneceu o material. É um processo de aprendizagem com o que há de mais contemporâneo.”

Veja a lista de obras de literatura afrobrasileira para crianças indicadas pela professora Lucilene Costa e Silva, pesquisadora de litaratura infantil afro-brasileira:
A serpente de Olumo – Ieda de Oliveira – Ed Cortez Editora
ABC do continente africano –Rogério A. Barbosa – Ed. SM
Anansi, o velho sábio – Um conto Axanti recontado por Kaleki – Ed Companhia das Letrinhas
Ao sul da África – Laurence Questin – Catherine Reisser – Companhia das Letrinhas
Betina – Nilma Lino Gomes – Mazza Edições
Brinque- Book conta fabulas – Bob Hortman e Susie Poule
O Cabelo de Lelê – Valéria Belém – Ibep Nacional
Chuva de Manga – James Rumford – Ed brinque Book
O dia em que Ananse espalhou a sabedoria pelo mundo – Eraldo Miranda – Editora Elementar
Doce princesa Negra- Solange Cianni- Ed-L.G.E
Era uma vez na África – Jean Angelles – Ed. LGE
Euzebia Zanza – Camila Fillinger – Ed Girafinha
O funil Encantado - Jonas Ribeiro - Ed Dimensão
Gente que mora dentro da gente-Jonas Ribeiro-Ed Dimensão
Histórias da Preta – Heloisa Pires Lima –Ed. Companhia das Letrinhas
Ifá, o advinho; Xango, o Trovão; Oxumarê, o Arco-iris – Raginaldo Prandi – Ed. Companhia das Letrinhas
Krokô e Galinhola – Um conto africano por Mate – Ed brinque Book
O livro da paz-Todd Parr- Ed Panda-Book
Lendas Africanas. E a força dos tambores cruzou o mar - Denise Carreira - Ed. salesiana
O mapa – Marilda Castanha – Ed. Dimensão
Meia dura de sangue seco – Lourenço Cazarré – Ed. LGE
Na minha escola todo mundo é igual - Rossana Ramos e Priscila Sanson - Ed Cortez
Nina África – Lenice Gomes, Arlene Holanda e Clayson Gomes – Ed. elementar
A noite e o Maracatu – Fabiano dos Santos – Ed Edições Demócrito Rocha
Orelhas de Mariposa - Luiza Aguilar e Andre Neves-Ed Callis
O presente de Ossanha – Joel Rufino dos Santos- Ed. Global
Por que somos de cores diferentes? – Carmem Gil- Ed girafinha
Que mundo maravilhoso – Julius Lester e Joe Cepeda – Ed Brinque Book
Sergio Capparelli – Ed. Global
Tem gente com fome – Solano Trindade Ed. Nova Alaxandria
Os tesouros de Monifa – Sonia Rosa – Ed Brinque-Book
Todas as crianças da terra – Sidónio Muralha –Ed Global
Uma menina e as diferenças – Maria de Lourdes Stamato de Camilis-Ed Biruta
Viver diferente – Lilian Gorgozinho – Ed L.G. E Editora

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brasil 2011: Estado festejará Ano Internacional dos Afrodescendentes distribuindo livro racista nas escolas

sociedade competitiva e os preconceitos geram uma violência que deve ser combatida pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental, conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversidade. A melhor maneira de resolver os conflitos é proporcionar formas de buscar projetos e objetivos em comum, através da cooperação, pois assim ao invés de confrontar forças opostas, soma-se a diversidade para fortalecer as construções coletivas (Jacques Delors, UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo, 1999).

De acordo com Delors, a transmissão de conhecimento sobre a diversidade humana, bem como a tomada de consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta constituem fundamentos da educação. Entretanto, às vésperas do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o Ministério da Educação do Brasil rejeita consideração do Conselho Nacional de Educação, que atento às Leis que regem a Educação Nacional, pondera sobre a distribuição do livro de literatura infantil Caçadas de Pedrinho[1], de Monteiro Lobato, que, originalmente publicado no ano de 1933, difunde visão estereotipada sobre o negro e o universo africano, apresentando personagens negras subservientes, pouco inteligentes, até mesmo aludindo a animais como o macaco e o urubu quando se referem à personagem negra, como no trecho: trechos da obra dizem: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".

Os movimentos sociais negros há tempos reivindicam ação substantiva por parte do Estado brasileiro em políticas públicas para a educação das relações étnico-raciais. Os movimentos sociais brancos e a elite, por sua vez, recusam toda e qualquer medida que visa combater o racismo e seus derivados na sociedade brasileira. Por sua vez, identificam-se setores progressistas da sociedade que lutam pelos direitos humanos, direitos das mulheres, gays e indígenas, mas que infelizmente se calam diante da luta antirracista.

Na questão em debate, de maneira previsível, debocham da pesquisadora e professora universitária e conselheira do CNE Nilma Lino Gomes, responsável maior pelo parecer, que possui formação intelectual que não fica atrás de nossa elite branca, uma vez que possui doutorado pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado na Universidade de Coimbra, sob orientação de um dos maiores nomes da intelectualidade atual, a saber, Boaventura de Sousa Santos é. Mesmo com esse histórico intelectual, ela tem sido vista pelos racistas de plantão como incompetente e racista ao inverso. Isso somente reforça a obsessão pela continuidade da estrutura racista em nossa sociedade. Sobre o autor, Monteiro Lobato, nascido no século XIX, eugenista convicto, diz-se apenas ser uma referencia clássica. Certamente uma clássica escolha da elite nacional, que do alto de sua arrogância e prepotência acredita que seus eleitos sejam intocáveis e não passíveis de qualquer crítica e consideração.

O MEC tem o dever de combater qualquer tipo de situação discriminatória para qualquer grupo racial. Assim, o que deve ganhar nossa atenção nessa contenda é o fato de que mesmo o edital do PNBE/2010, estabelecido pelo MEC/FNDE, ter traçado como objetivo a “Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano” e ter estabelecido, conforme anexo III do referido edital, que “Serão excluídas as obras que: 1.3.1. veicularem estereótipos e preconceitos de condição social, regional, étnico- racial, de gênero, de orientação sexual, de idade”, temos um ministro que defende a distribuição irrestrita do livro por compreendê-lo como adequado para a educação de crianças em pleno processo de socialização.

Considerando que os doutos e doutas que administram o MEC leram Jaques Delors, Paulo Freire, Edgar Morin e tantos outros que adoram citar, não se pode alegar ingenuidade por parte da equipe diretiva do MEC, que aceitou parecer favorável à compra e à distribuição desse livro nas escolas públicas, cujo conteúdo fere o próprio edital por eles instituído. O que deve tomar o centro dessa discussão é o fato de o MEC anunciar uma política que vai ao encontro do disposto nas leis e também das reivindicações dos movimentos negros organizados, em nível nacional e internacional, mas na prática permitir o descumprimento de seu edital.

Ao ferir o edital, o próprio MEC abre precedente para que que as editoras, cujas obras tenham sido excluídas por veicularem estereótipos, reivindiquem também a distribuição dos livros excluídos. Por que somente Lobato com estereótipo racial? Que tal o MEC também distribuir literatura sexista? Que tal textos com manifestações anti-semitas? Será que assim a sociedade se incomodaria?

Mas, por enquanto, mais uma vez magistralmente setores conservadores e/ou tranquilos com as consequências da discriminação racial nesta sociedade buscam inverter a discussão, de modo a que o maior problema passe a ser o tal “o racismo ao revés e a radicalidade dos movimentos negros”, e joga-se para debaixo do tapete o que deveria ser o centro da análise: o esfacelamento dos objetivos de combater a disseminação de estereótipos e preconceitos na política do PNBE, MEC.
Sejamos de fato coerentes e anti-racistas, reconheçamos a não-observação aos critérios do estabelecidos no Edital do PNBE/2010, insistamos na pergunta e exijamos do MEC uma pronta resposta: o que de fato ele tem realizado, quanto tem investido e qual a consistência e a efetividade de suas realizações, sobretudo em comparação com o que tem investido nas demais questões ligadas à diversidade e aos grupos historicamente discriminados? Dos livros selecionados pelo PNBE 2010, quantos favorecem a educação das relações de gênero? Quantos promovem o conhecimento positivo sobre a história e cultura dos povos indígenas? Se o MEC tivesse respeito por nós, seríamos informados sobre o cumprimento das metas para a implementação do artigo 26ª da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (Lei n. 9394/96), que se refere à obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras, indo ao encontro de tratados internacionais como a Convenção Contra a Discriminação na Educação (1960) e o Plano de Ação decorrente da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correlata (2001), ambos sob os auspícios da Unesco.
Em 17 de abril de 2008, em entrevista à Agência Brasil, apos receber críticas sobre o retrocesso nas políticas para o combate ao racismo, o diretor do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Schmidt, confirmou a suspensão da distribuição de material didático e de ações de formação de professores na área étnico-racial em 2007. Segundo ele, a interrupção, apenas externa, nas ações voltadas à questão racial ocorreu por causa das mudanças no sistema de financiamento do MEC. Para o diretor tal suspensão se justificava pelo fato de o MEC estar, em 2007, “construindo uma nova forma de indução de políticas, de relação com estados e municípios, que foi o Programa de Ações Articuladas”. Para ele: “Durante o ano passado [2007] realmente não houve publicações e formação de professores. Mas, na nossa avaliação, não houve um retrocesso, porque isso vai possibilitar uma nova alavanca na questão da Lei [10.639]. Agora estados e municípios vão poder solicitar a formação de professores na sua rede, e o MEC vai produzir mais publicações e em maior número”[2].

Em 2010, além de não percebermos o fortalecimento da política, tampouco a retomada das publicações e uma consistente e sistemática formação de professores, flagramos o MEC permitindo a participação de livro cujo conteúdo veicula estereótipos e preconceitos contra o negro e o universo africano, constituindo assim flagrante inobservância das normas estabelecidas.

O atual presidente Lula, em seu começo de mandato, evidenciou, no campo da educação, a importância do combate ao racismo, promulgando a Lei 10.639/03, que, como já mencionado, alterou a LDB, tornando obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras na Educação Básica. Tal alteração contou com a pronta atenção do CNE, que, sob responsabilidade da conselheira Petronilha Beatriz Goncalves e Silva, elaborou as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino das Relações Étnico-Raciais e de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (CNE/CP 3/2004), cuja homologação foi assinada pelo então ministro da Educação, Tarso Genro. Contudo, embora conte com 83% de aprovação por parte da população e tenha ao longo de seu mandato visitado várias vezes o continente africano e discursado eloquentemente sobre a necessidade de reconhecimento do valor dos afrodescendentes na formação de nosso Estado Nacional, ele encerra seu mandato permitindo um declínio acentuado na elaboração e na implementação de políticas anti-racistas no campo da educação.

Se em 2003 podíamos reconhecer, ainda que timidamente, o fato de o combate ao racismo fazer parte da agenda política brasileira; em 2010, devemos denunciar o descompromisso com essa luta. Descompromisso que pode ser percebido pela redução acentuada do orçamento para a educação das relações raciais, pelo enxugamento da equipe de trabalho da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional/SECAD/MEC, responsável pela implementação das ações de diversidade étnico-racial. Ainda vale ressaltar que houve a retirada do portal de diversidade da rede do MEC; a interrupção de publicações sobre o tema para a formação de profissionais da educação, pelo frágil apoio que das secretarias de educação para o cumprimento do proposto no parecer CNE/CP 3/2004. Essas constituem algumas referências negativas, entre várias outras apontadas pelos estudos sobre o tema.

Nós negros, cidadãs e cidadãos, que trabalhamos duramente longos anos para a eleição do presidente Lula esperávamos mais. Esperávamos mais tanto do presidente quanto da sua equipe executiva que administra a educação brasileira. Esperávamos minimamente que ao longo desses anos a equipe tivesse compreendido o alcance e o impacto do racismo em nossa sociedade. Esperávamos que eles, respeitando os princípios de justiça social, independentemente dos grupos no poder, emitissem manifestações veementes pelo combate ao racismo na educação. Pelo visto as promessas de parcerias e acolhimento das nossas considerações eram falsas.

O que temos como resposta, para além do silêncio de toda Secretaria de Educação, Alfabetização e Diversidade, é o posicionamento por parte do ministro, que não vê racismo na obra, colocando-se favorável à sua distribuição irrestrita, que, em companhia de outros elementos no cotidiano escolar, sabemos, contribuirá para a formação de novos indivíduos racistas, como já se fez no passado. Sem dúvida, o discurso do ministro mostra-se engajado com sua própria raça, classe e gênero. O mais irônico é saber que em pleno século XXI o Brasil será visto como um país que avança na economia e retrocede nos direitos humanos da população negra.

Muitos admiram Monteiro Lobato. Eu admiro Luiz Gama que se valeu das páginas da imprensa em defesa da liberdade dos escravizados e disse, sintetizando nossa ainda atual resistência cotidiana: “Em verdade vos digo aqui, afrontando a lei, que todo o escravo que assassina o seu senhor, pratica um ato de legítima defesa”. O conhecimento é a arma que dispomos para lutar pela defesa de nossa história, nossa existência, bem como do futuro de nossos filhos e filhas. Essa é uma luta desigual, portanto desonesta. Mas ainda que muitos queiram nosso silêncio, seguiremos lutando e denunciando essa forma perversa de racismo que perdura na sociedade brasileira.

[1] Tal obra foi selecionada pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola/2010, que objetiva a “seleção de obras de apoio pedagógico destinadas a subsidiar teórica e metodologicamente os docentes no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem nos respectivos campos disciplinares, áreas do conhecimento e etapas/modalidades da educação básica” (Brasil. Edital PNBE 2010. Brasília: MEC/FNDE, 2010).

[2] Agência Brasil. Pesquisadora aponta retrocesso na política de combate ao racismo nas escolas. Disponível em: http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=216721&modulo=450. Acessado em: novembro de 2010.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

NOVEMBRO NEGRO: Convite para abertura do Programa Mato Grosso Negro

Abertura das comemorações pelo Dia Nacional da Consciência Negra, na Secretaria, quarta-feira, e no Quilombo Mata Cavalo de Cima, abertura do projeto Novembro Negro, no sábado, com o grupo de percussão Batuquenauá!

SEC convida para abertura do Programa Mato Grosso Negro

A Secretaria de Estado de Cultura convida toda a sociedade mato-grossense para a abertura do Programa Mato Grosso Negro, que acontecerá no dia 17 de novembro, às 9h, no salão nobre do Palácio da Instrução, em Cuiabá. O programa se insere nas comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, dedicando-se as reflexões sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Conforme o secretário de Estado de Cultura, Oscemário Daltro, a SEC entende que é preciso reconhecer e valorizar a diversidade étnico-cultural afro-brasileira do nosso país. De acordo com ele, por esse motivo é importante estimular ações que trabalhem o envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras e estimulem a refletir sobre papel do negro na sociedade.
Durante o mês de novembro, espetáculos de dança, de teatro, palestras, oficinas e debates, estão acontecendo em vários municípios de todo o Estado. A programação do Mato Grosso Negro envolve vários projetos, entre eles: 2º Festival AMANI de teatro e culturas africanas, Espetáculo de Dança “Coisa de Preto”, Intervenção Urbana do Mato, Novembro Negro e Festival Consciência Hip Hop. Todos abordando a questão do negro e da sua importância.


SERVIÇO:

O que: Abertura do Programa Mato Grosso Negro

Local: Salão Nobre do Palácio da Instrução

Rua Antônio Maria, 151 – Praça da República no Centro Histórico de Cuiabá

Data: 17 de novembro (quarta-feira)

Horário: 9h

Mais:

http://www.cultura.mt.gov.br/TNX/conteudo.php?pageNum_Pagina=1&sid=54&cid=3679&totalRows_Pagina=3158


MT NEGRO
Novembro Negro trabalha com matrizes africanas no quilombo de Mata Cavalo de Cima

Por Ariane Laura - Assessoria


As manifestações culturais brasileiras passam pela cultura trazida pelos africanos. Por esse motivo o processo de construção e valorização da identidade negra é de extrema importância para o patrimônio histórico e cultural brasileiro. Com o intuito de promover a reflexão sobre a ocupação dos espaços pelo homem negro e a mulher negra na sociedade contemporânea e sobre as possibilidades de reversão do quadro de discriminação e exclusão desta população, uma série de atividades será desenvolvida no Quilombo de Mata Cavalo de Cima, localizado no município de Nossa Senhora do Livramento, situado a 50 km de Cuiabá.

Em sua quarta edição, o projeto Novembro Negro, idealizado pelo Instituto Usina em 2005 para festejar a matriz africana, especificamente a comunidade de Mata Cavalo de Cima (siriri quilombola) e o Congo de Livramento, passa a ser executado pelo quilombola Sizenando do Carmo Santos, mais conhecido como mestre Nézinho. O projeto integra a agenda do MT Negro promovido pela Secretaria de Estado de Cultura.

A novidade desta edição é o lançamento da Casa de Memória do Quilombo Mata Cavalo de Cima Nhá Dita, que acontecerá no dia 20 de novembro, ponto culminante das atividades e apresentações. O espaço irá abrigar fotografias bem como objetos antigos que traduzem um pouco da história do povo que habita esse lugar. “A gente faz a festa para comemorar o homem velho que é Zumbi.

"Aqui no quilombo tudo é simples e verdadeiro, tem que saber entrar, pisar e sair. A gente quer trazer as pessoas para conhecer nossa cultura, nosso modo de viver e conviver. Mostrar a nossa raiz é uma alegria pra gente. A Casa de Memória vai ser muito importante para as pessoas que visitarem o quilombo para conhecerem um pouco da nossa história”, comenta mestre Nézinho.

Segundo a historiadora e coordenadora do Ponto de Cultura Porto das Artes (IPHAN), Lúcia Picanço, o diferencial dessa ação é que a festa e as ações são discutidas com o Mestre Nézinho. “É ele quem decide, é ele quem sabe o que vai fazer no seu quintal. Nós somos colaboradores. E temos muito que aprender. O povo africano ou seus descendentes são portadores de conhecimentos milenares”, afirma. Ainda de acordo com Picanço, toda a contextualização do projeto gira em torno da matriz africana. O intuito dessa ação é estimular e contribuir para a conservação da cultura de raiz tão encolhida ao processo historicamente discriminatório.

Uma série de atividades está prevista para serem realizadas em novembro. A abertura da programação no dia 20 será marcada pelo som do atabaque. Haverá também oficinas de penteado afro, em parceria com o Grupo Tibanaré, que visa valorizar e elevar a auto-estima das pessoas daquela comunidade e oferecer uma atividade que futuramente pode gerar renda. Haverá também oficina de percussão, ministrada pelas acadêmicas de música Estela Ceregatti e Juliane Grisólia, ambas do grupo Urutau. Além disso, também haverá oficina de fotografia, fruto da parceria com o Coletivo Meus Amigos Imaginários e apresentações como capoeira com o grupo Consciência Brasil, formado por alunos do ponto de cultura Porto das Artes, o maracatu com o grupo Batuquenauá, o Congo de Livramento e dois grupos de Siriri da Terceira idade, do distrito de Varginha (Santo Antônio do Leverger) e do município de Cáceres, além do Siriri quilombola. A gastronomia ficará por conta do mestre Nézinho, que fará uma feijoada.

Segundo a coordenadora do Pontão da Viola de Cocho, parceiro do Novembro Negro, Terezinha da Silva, a falta de conhecimento leva as novas gerações a não perpetuar suas tradições, por isso ações desse tipo são importantes para esclarecer aos jovens a importância e beleza de suas raízes, de suas danças, cantos e tradições, que fazem parte do universo cultural do estado e país.

Conforme o secretário de Estado de Cultura, Oscemário Daltro, o MT Negro visa propiciar um grande encontro de grupos, artistas, movimentos e entidades, que tem unido seus elementos para mostrar seus valores culturais e discutir a participação do afro descendente na comunidade. “O projeto pretende contemplar a multiplicidade de culturas em Mato Grosso, pois a cultura negra não é uma coisa única, ela é lembrada em diversas manifestações como parte da grande contribuição dos negros para a cultura nacional”, explica.

Sobre o quilombo de Mata Cavalo de Cima - a comunidade negra rural Mata Cavalo encontra-se localizada, no Estado de Mato Grosso, às margens da BR-MT 060, no município de Nossa Senhora do Livramento, situada a 50 quilômetros da capital, Cuiabá. Mata Cavalo ocupa um espaço geográfico de 11.722 hectares dividido e organizado em seis associações, quais sejam: Mata-cavalo de cima, Ponte da estiva (fazenda Ourinhos), Ventura, Capim Verde, Mutuca e Mata-cavalo de baixo. Essas seis associações formam o complexo Quilombo Boa Vida Mata Cavalo no qual residem cerca de 420 famílias.

A sesmaria de Mata Cavalo de Cima foi constituída de negros africanos e afro-descendentes escravos no início do século 19, que foram trazidos para trabalhar com mineração em municípios próximos (Poconé e Livramento). Em 1883 eles receberam a doação das terras onde vivem da senhora Ana da Silva Tavares.

Vivem do plantio da mandioca, banana, coco de babaçu, do arroz e da cana. Poucos, por enquanto, estão transformando seus produtos artesanalmente para agregar valor fazendo doces, rapaduras e azeites de babaçu e mamona . Aos poucos, a comunidade rural de Mata Cavalo de Cima vem provando a possibilidade de transformação cidadã através do reconhecimento de sua cultura.

SERVIÇO:

O que: Novembro Negro
Local: quilombo Mata Cavalo de Cima, sítio Dois Irmãos, na casa do mestre Nézinho
Data: 20 de novembro, sábado
Horário: a partir das 9h
Entrada
___________________________
ARIANE LAURA
Secretaria de Estado de Cultura
Assessoria de Comunicação
Avenida Getulio Vargas, nº 247, Centro Cuiabá-MT
(65) 3613-0205 /9985-9544

CARIMBÓ DE SÃO BENEDITO

CARIMBÓ DE SÃO BENEDITO (PA) INICIA HOJE CIRCULAÇÃO NACIONAL PELO CIRCUITO CARIMBÓ BR ADENTRO
Com o apoio da FUNARTE, o grupo Quentes da Madrugada, de Santarém Novo (PA) promove a difusão do carimbó em 8 cidades do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e no Distrito Federal
O Carimbó é a música e a dança tradicional paraense por excelência, cuja manifestação ocorre há mais de dois séculos em quase todas as regiões do Estado. Junção caprichosa do pé batido indígena com o rebolado africano, preservado nas comunidades pela oralidade dos mestres populares, afirmamos mesmo que o Carimbó é parte essencial da alma paraense e amazônida, um componente fundamental da identidade cultural brasileira.
A Irmandade de Carimbó de São Benedito, da cidade de Santarém Novo, apresenta características particulares que a destacam dos demais grupos e comunidades carimbozeiras do estado. Fundada em meados do século XIX, a Irmandade mantém uma tradição extremamente complexa que envolve onze dias ininterruptos de festa, conduzidos pelo lendário conjunto musical “Os Quentes da Madrugada”, reconhecidos nacionalmente como um dos grupos mais tradicionais e autênticos do carimbó paraense.
Referência fundamental da cultura popular de nossa região, desde 2005 a Irmandade também é a principal responsável pela articulação do processo de registro do Carimbó como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira junto ao IPHAN. Foi dela a iniciativa de iniciar a luta por esse reconhecimento nacional, organizando desde então a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro hoje considerado um dos mais importantes movimentos culturais da região Norte.
O Circuito Carimbó BR Adentro é uma iniciativa inserida nesse processo de sensibilização e mobilização da sociedade brasileira em prol da valorização do carimbó e suas tradições, visando contribuir para revelar ao Brasil toda a beleza e originalidade dessa manifestação, fortalecendo o movimento pelo seu reconhecimento e difusão.
Único projeto paraense contemplado pelo Prêmio Circuito Funarte de Música Popular 2010, o Circuito Carimbó BR Adentro irá realizar a circulação do grupo Os Quentes da Madrugada – da Irmandade de Carimbó de São Benedito - pelos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal, chegando a 08 cidades ao longo da Rodovia Belém-Brasília (BR-010) e seu entorno, a bordo de um ônibus, realizando gratuitamente espetáculos de música e dança de carimbó, oficinas de percussão e dança, rodas de conversas com mestres da Irmandade e mestres locais, além de atividades de intercâmbio, confraternização e solidariedade com grupos e comunidades de cultura popular em cada localidade percorrida.
Durante o trajeto o grupo também irá promover nas comunidades visitadas ações de divulgação e mobilização em prol da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro e da Lei Griô Nacional, em parceria com grupos e instituições culturais locais.
O objetivo é promover o reconhecimento, a valorização e a difusão em nível nacional de toda a beleza, tradição e originalidade do nosso Carimbó, em particular o singular Carimbó da Irmandade de São Benedito, uma manifestação de cultura popular tradicional de origem negra e indígena que se mantém de forma ininterrupta há quase duzentos anos na cidade de Santarém Novo, na região Nordeste do Pará.

O circuito será realizado no periodo de 16 de novembro a 02 de dezembro de 2010, sendo uma realização da Irmandade de Carimbó de São Benedito e o apoio do Prêmio Circuito FUNARTE de Música Popular, em parceria com a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, SESC Pará, Guaimbê e Ponto de Cultura Quintal da Aldeia (GO), Ponto de Cultura Tambores do Tocantins e Ponto de Cultura Canto das Artes (TO), Universidade de Brasília, Pontão de Cultura 508 Sul, Rede Candanga de Cultura e Fuá do Terreiro (DF), Fundação Cultural de Imperatriz (MA), Secretaria de Cultura de Paragominas e Secretaria de Cultura de São Miguel do Guamá (PA).
Todas as atividades do projeto serão gratuitas e abertas ao público.
Confira aqui a programação do Circuito:

Belém (PA)
Dia 16/novembro
Show no II Encontro Nacional de Cultura do SESC Pará, Estação das Docas - 18 h

Brasília (DF)
Dia 18/novembro
Oficinas no Espaço Cultural Renato Russo, Q. 508 Sul, W3 Sul - 14h
Roda de Conversa na UNB, Sala Samambaia, Depto. De Música - 19 h
Dia 19/novembro
Show no Teatro Galpão, Espaço Cultural Renato Russo, 508 Sul - 20h

Pirenópolis (GO)
Dia 20/novembro
Roda de Conversa no Cine Pireneus – 15h
Show no Cine Pireneus, 21h
Dia 21/novembro
Roda de Carimbó, Boi e brincadeiras de roda no Coreto da Praça do Artesanato - 10h
Oficinas no Quintal da Aldeia – 15 h
Baile no Quintal da Aldeia – 21 h

Taquaruçu-Palmas (TO)
Dia 23 e 24/novembro
Roda de Conversa e Oficinas no Ponto de Cultura Canto das Artes – 15h
Dia 24/novembro
Show no mesmo local – 20h

Porto Nacional (TO)
Dias 25 e 26/novembro
Oficinas e Roda de Conversa no Ponto de Cultura Tambores do Tocantins, Centro das Crianças Drª Heloisa Lotufo Manzano, Parque Eldorado – 15h
Show no mesmo espaço – 20h

Imperatriz (MA)
Dias 27 e 28/novembro
Oficinas na Fundação Cultural de Imperatriz, Rua Luis Domingues, Centro – 15 h
Roda de Conversa no mesmo local – 09h
Show no Espaço Cultural da Fundação – 20h

Paragominas (PA)
Dia 29/novembro
Roda de Conversa no Teatro Reinaldo Castanheira, na Secult – 15h
Dia 30/novembro
Oficina no mesmo espaço – 09h
Show na Praça Célio Miranda – 19h

São Miguel do Guamá (PA)
Dias 01 e 02/dezembro
Oficinas e Roda de Conversa na Escola São José Operário – 09h e 15h
Show na Festividade de São Miguel Arcanjo, Largo de Nazaré – 21h

Contatos e Informações
Telefones: (91) 8722-9502/ 9623-6878/ 8253-2798/8263-9738
Blog: www.campanhacarimbo.blogspot.com
E-mail: carimbopatrimonioculturalBR@gmail.com
Orkut: campanhacarimbo@gmail.com
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"Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro"
Nós queremos!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Museu da República no Rio comemora 50 anos e oferece visitas virtuais

http://www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=5650917

http://www.museudarepublica.org.br/

Tod@s devem estar acompanhando a polêmica gerada em torno do Parecer sobre o livro de Monteiro Lobato que a militante, educadora e intelectual negra c

Palmares lança edital pela valorização da diversidade étnica
Reconhecer e valorizar a diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País por meio da formação técnico-cultural de jovens negros – este é o objetivo do edital Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares. O projeto será lançado nesta sexta-feira (12) pelo presidente da Fundação, Zulu Araújo, durante a abertura da Semana da Consciência Negra na Universidade Federal de Roraima. O edital é voltado para pessoas jurídicas, organizações sem fins lucrativos e instituições ligada à educação.
O diferencial do edital é a sua proposta pedagógica, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada. Cerca de R$ 6 milhões serão disponibilizados aos dez projetos selecionados para a implantação dos Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra – NUFOC. Duas instituições serão selecionadas em cada uma das cinco regiões brasileiras.
Os Núcleos oferecerão prioritariamente uma sólida formação em produção cultural. No total, serão capacitados 6 mil jovens negros em todo o Brasil durante a vigência do projeto. A expectativa é a de que os NUFOCs proporcionem aos jovens negros, entre 16 e 25 anos, conhecimento e envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras e os estimulem a refletir sobre seu papel na sociedade.
A Fundação Cultural Palmares realizará sete oficinas durante o mês de novembro para divulgar o edital. A primeira acontece nesta sexta-feira (12) em Boa Vista (RR). A juventude de Salvador (BA); Recife (PE); Brasília (DF); Porto Alegre (RS); São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) também receberão a capacitação que será ministrada por técnicos da instituição. As capacitações serão transmitidas por videoconferência ou webconferência para outras regiões.
Para a oficina que deve acontecer em Salvador, na sede do Banco do Nordeste do Brasil, instituição que apoia o projeto, está confirmada a transmissão por videoconferência para os demais estados nordestinos, nas sedes do banco localizadas nas capitais.

ABRANGÊNCIA DO PROJETO PEDAGÓGICO
As iniciativas devem apresentar um planejamento de ensino que contemple obrigatoriamente propostas relativas a:
a) Formação em história e cultura afro-brasileiras;
b) Formação técnica em um segmento cultural;
c) Formação técnica com ênfase em gestão, tributação e legislação para o Terceiro Setor;
d) Criação do material didático a ser utilizado;
e) Orientação para encaminhamento de alunos ao mercado de trabalho, empreendimentos comunitários, atividades voluntárias e outros;
f) Emissão de certificação para a referida formação.
Além disso, as propostas devem observar os seguintes critérios:

Cada instituição deve definir: carga horária, conteúdos e metodologia de ensino.
O processo seletivo deverá ser estruturado com critérios claros e democráticos, e que atinjam diretamente o público do projeto.
O sistema de ensino pode ser presencial ou semipresencial.
Como toda a infra-estrutura para a realização do projeto é de responsabilidade do proponente, as propostas já devem apontar as disponibilidades e os diferenciais físicos para abrigar o Núcleo.
Caso a instituição já possua programas nesse contexto, é interessante articular as iniciativas para ampliar os resultados.
INSCRIÇÕES
O Edital foi publicado no Diário Oficial da União no dia 27/10/2010 e poderá ser encontrado nos sites da Fundação Palmares (www.palmares.gov.br) e do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br).
Inscrições de propostas devem ser feitas até 11 de dezembro de 2010 pelo sistema SALIC, do MinC (http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/)
As dúvidas poderão ser respondidas pelo endereço eletrônico editalnufoc@palmares.gov.br, ou pelo telefone (61) 3424-0185.


JUVENTUDE NEGRA

NUFOC - Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra

Reconhecer e valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País, por meio da formação técnico-cultural de jovens negros. Este é o objetivo do projeto Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares, que está com inscrições abertas a instituições de ensino superior e entidades culturais, historicamente comprometidas com a cultura afro-brasileira.

Sob a coordenação do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Palmares, o projeto Juventude Negra está sendo viabilizado por meio do I Edital Procultura - Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra. O Edital selecionará 10 projetos, visando a implantação de 10 Núcleos de Formação Cultural - NUFOC, em 10 Estados brasileiros. Serão selecionadas duas instituições em cada região (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).

QUEM PODE PARTICIPAR

As instituições e entidades interessadas em participar do Edital e implantar um NUFOC devem ser ligadas diretamente a Universidades e Faculdades, públicas ou privadas, de todas as cinco regiões do País - ou manter parcerias sistêmicas com as mesmas.

Vale frisar que a formação técnico-cultural prevista trata não apenas de capacitar tecnicamente os alunos, mas, também, apresentar a eles, por meio de um módulo comum, temas relativos à História da África e à cultura afro-brasileira. Com isso, o principal diferencial deste projeto será a proposta pedagógica apresentada, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada, e os resultados pretendidos.

A expectativa é a de que o envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras estimule os alunos, de forma geral, a refletir sobre seu papel na sociedade, particularmente no que diz respeito à forte influência da cultura africana na formação das bases culturais brasileiras, desenvolvendo uma consciência crítica. De forma particular, que esses jovens se identifiquem com novas posturas, criando novas oportunidades para experimentarem novos "olhares" sobre as ferramentas e os mecanismos de trabalho nas diferentes áreas da cultura e sobre os seus resultados.

O QUE SERÁ O NUFOC

Os Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra deverão oferecer capacitação técnico-cultural a jovens negros entre 16 e 25 anos de idade, viabilizando a sua formação como produtores culturais, aptos a atuar no mercado de trabalho e em suas comunidades, desenvolvendo e consolidando experiências na área.

Cada NUFOC terá como meta atuar diretamente com 600 jovens negros, todos provenientes das classes C, D e E, e escolhidos por processo de seleção. Estes alunos serão divididos em duas turmas: a primeira será composta por 300 universitários, que receberão um programa de formação e uma bolsa de apoio. A outra turma, com 300 alunos que tenham concluído o ensino médio, não receberá bolsa de apoio, mas, sim, um programa especial de formação e auxílio-transporte.

No total, serão capacitados 6 mil jovens negros em todo o Brasil.

Vamos assinar o manifesto favorável ao anti-racismo na educação!!!

Tod@s devem estar acompanhando a polêmica gerada em torno do Parecer sobre o livro de Monteiro Lobato que a militante, educadora e intelectual negra comprometida com a luta contra o racismo na educação, Nilma Lino Gomes, atual Conselheira Nacional de Educação redigiu. Nilma é a relatora e mobilizadora do processo de elaboração das Diretrizes Nacionais da Educação Quilombola e está muito próxima à nós, pois interessada em fortalecer e aprender com o processo da Bahia de elaboração das Diretrizes Estaduais da Educação Quilombola, iniciativa pioneira na Brasil.

Nilma e a luta contra o racismo na educação está precisando do nosso apoio nesse momento. É importante fortalecer o Conselho Nacional de Educação nesse caso, pois assim estaremos fortalecendo o anti-racismo na educação.

Em anexo, segue o parecer e algumas reportagens e manifestos favoráveis que nos permite perceber que não existe "veto" ou "censura" ao autor e à obra, mas, sim recomendações inspiradas na legislação antirracista, as quais nós lutamos para conquistar.
As manifestações contrárias estão na grande imprensa: Marisa Lajolo, Academia Brasileira de Letras, manifesto contrário, etc.

Precisamos de assinaturas ao manifesto favorável ao parecer. Assinemos já! Mandemos e-mail para nossos grupos para mobilizar mais assinaturas.

Para uma educação sem racismo, veja o link.

entrem e assinem em
http://www.euconcordo.com/com-o-parecer-152010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Intercâmbio Cultural: Escola de Diamantino recebe visita de índios Paresi

Índios Paresi visitaram alunos da Escola Lucinda Facchini em Diamantino e mostraram a força de suas culturasNum intercâmbio cultural, os alunos da Escola Lucinda Facchini de Diamantino encenaram a história do Mato Grosso e protagonizaram seus próprios enredos, que buscam resumir num único evento as culturas existentes no Estado. Por ocasião do evento, a presença dos índios da etnia Paresi procedentes de Tangará da Serra entreteve os estudantes e pagou uma visita feita pelo corpo discente diamantinense à aldeia Formoso.
A 2ª Oficina de Gêneros Textuais - 2ª Fase, que ocorreu no dia 13, foi assistida pelo Diretor do Cefapro, Prof. Cezar Spíndola, que mostrou-se satisfeito com a qualidade da apresentação: "A Escola Lucinda Facchini está de parabéns, porque através dos gêneros textuais que estão trabalhando, mostraram a diversidade cultural, mostraram os limites e possibilidades da escola fazer uma aula diferente acima de tudo. Vejo com muita alegria o excelente trabalho dessa escola".
"É um trabalho que consegue articular o currículo escolar com toda uma vivência, com temas contemporâneos, como o tema da diversidade, enfim, são superações que temos que trabalhar na escola. A Escola Lucinda Facchini me surpreendeu e reflete um pouco o que os professores estudam, porque nós professores continuamos estudando. Somos eternos aprendizes, fazemos a "Sala de Professor", que é um projeto que as 41 escolas do nosso pólo regional desenvolvem e isso é um reflexo desse trabalho", sublinhou o Diretor do Cefapro.
O Diretor da Lucinda Facchini, Leonir Zardo, descreveu o evento como uma oportunidade de resgate cultural e frisou que disseminar a História faz parte dos interesses da escola. "Queremos, através dessas apresentações resgatar a cultura local, que está muito dispersa. Então, esse é um caminho para resgatar essa história que está abandonada. Outro objetivo é promover a interação do turno matutino com o turno vespertino e trabalhar sobre o meio ambiente e a História do Mato Grosso. Fizemos uma visita aos índios na aldeia Formoso e hoje eles estão nos retribuindo a visita. Estamos com mais de 30 índios Parecis, é uma integração entre nós os índios e todo o povo diamantinense", frisou Leonir.
Várias danças regionais, declamações de poemas, apresentações de judô da Academia Sandokan e por fim apresentação dos índios Paresi fizeram com que os alunos aprendessem na prática a ter disciplina e organização. "É uma troca de experiência onde os dois lados saem ganhando. Esse contato é muito bom para nós também. Aprendemos e ensinamos muito", finalizou o professor de informática da aldeia Formoso, Ronan Kezona Zokemae.

Fonte: Laércio Guidio - O Divisor