quinta-feira, 17 de março de 2011

Concurso de Cartazes e Vídeo contra drogas

Estudantes concorrem a prêmios para trabalhos contra as drogas

Terça-feira, 15 de março de 2011 - 15:51
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) lançou cinco concursos relacionados à prevenção ao uso do crack e outras drogas. Os concursos incentivam a participação de estudantes de diferentes níveis de ensino, abordando diversas mídias e passam a fazem parte do plano integrado de enfrentamento ao crack e outras drogas. A iniciativa pretende levar à escola e à sociedade a discussão sobre a prevenção e combate, por meio da participação de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Arte e cultura na prevenção do uso do crack e outras drogas é o tema a ser abordado no 12º Concurso Nacional de Cartazes, para alunos do segundo ao quinto ano do ensino fundamental, e no 1º Concurso Nacional de Vídeo, abrangendo estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental e aos alunos do ensino médio. O mesmo tema orienta o 9º Concurso Nacional de Fotografia e o 9º Concurso Nacional de Jingle, ambos dirigidos à população em geral.

Haverá prêmios em dinheiro para todas as categorias, para os vencedores em cada região do país. O concurso de monografia dará prêmios de R$ 6 mil, R$ 4 mil e R$ 3 mil, aos três primeiros colocados. Nos demais concursos, o primeiro levará R$ 3 mil, com exceção do concurso de cartazes, que oferecerá R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1 mil, para os três primeiros em quatro subcategorias.

Quem está cursando o ensino superior pode participar do 10º Concurso de Monografia para Estudantes Universitários sobre a intersetorialidade como estratégia de enfrentamento ao crack.

Os trabalhos devem ser enviados até 25 de abril e os editais podem ser acessados na página do Senad.

segunda-feira, 14 de março de 2011

PROJETO FORÇA NA SAÚDE

É com grande alegria que divulgamos mais um vídeo:

A partir deste texto você, blogueiro, amigo e leitores poderão entender como funciona a nossa Política de Parcerias e quais os procedimentos necessários para se tornar um parceiro.
Uma das estratégias mais eficientes e comuns usadas pelos blogs para se obter um considerável aumento de audiência é por meio de parcerias. Vale sempre lembrar que Blogs não são concorrentes, entre eles é útil e vantajoso para todos.
você apoiá esta iniciativa ligue para 061 9987 8015

É com grande alegria que divulgamos vídeos da Leysa e do Mestre Pena Clara.

Acesse: http://www.youtube.com/user/farahanderson100#p/u/12/Rp83W3psVQs

Acesse: http://www.youtube.com/user/farahanderson100#p/u/15/4oCvGpHaYJ4

sexta-feira, 11 de março de 2011

Revista dos Annales - Link para todos os números

Segue link para a página da Editions Armand Colin, com todos os números da Revista dos Annales (Annales Histoire, Sciences sociales) digitalizados (desde 1929). É só buscar a edição desejada.
Link: http://www.armand-colin.com/revues_num_info.php?idr=27&idnum=360706

Frente parlamentar para aprofundar a democracia

Frente parlamentar suprapartidária quer consolidar a democracia brasileira
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) protagonizam a criação de uma frente parlamentar suprapartidária no Congresso Nacional. A frente deverá envolver deputados e senadores de partidos dos mais diversos matizes ideológicos, focados em três eixos fundamentais: a independência do Legislativo; a atuação parlamentar ética e o fortalecimento da democracia.
Na quarta-feira de cinzas os senadores Randolfe e Pedro Taques jantaram em Brasília, definindo os eixos de atuação. “Vamos levantar todos os projetos de Lei que tramitam no Congresso sobre o aprofundamento da democracia e a autonomia das instituições fiscalizadoras”, explica Randolfe Rodrigues.
Entre esses projetos está o que prevê o fim da nomeação dos procuradores gerais de justiça, tanto federais como estaduais, através de lista tríplice submetida ao Poder Executivo. Outro projeto prevê que parlamentares sejam impedidos de ocupar cargos no Poder Executivo. “Isso evita que, uma e vez eleito, o parlamentar negocie cargos para si nos governos, como ministérios e secretarias de estado”, justifica Randolfe.
Além do senador amapaense e do mato-grossense Taques, outros nomes estão sendo cogitados para participar da frente parlamentar. Entre eles os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Itamar Franco (PPS-MG) e Demóstenes Torres (DEM-GO), além dos deputados federais Antônio Reguffe (PDT-DF), Ivan Valente (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
A causa central da frente será o fortalecimento das instituições democráticas e o aumento do controle social. O senador Pedro Taques defende que a frente parlamentar tenha uma atuação qualificada e não panfletária, para que as propostas sejam consistentes e ganhem apoio dos mais diversos partidos. “Há causas que são comuns a todos os que trabalham por uma democracia consolidada no Brasil”, finalizou o senador Randolfe.

Márcia Corrêa

Assessora de imprensa

Sem. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Racismo nos supermercados

Extra, Walmart e Carrefour
Racismo nos supermercados
A reportagem de capa do Brasil de Fato desta semana traz denúncias de racismo e tortura cometidos contra consumidores negros nas três maiores redes de supermercado do país, Extra, Walmart e Carrefour. Os casos expõem heranças das quais o Brasil ainda não se livrou: a escravidão e a ditadura civil-militar. Confira trecho a seguir.
Jorge Américo e Eduardo Sales de Lima

NACIONAL

Jornada pela Moradia Digna
Comunidades se articulam contra despejos em São Paulo
1,5 mil pessoas participaram dos debates sobre os enfrentamentos do direito à moradia diante de megaprojetos como a Copa 2014
Patrícia Benvenuti

São Paulo
Ato celebra Dia Internacional de Luta das Mulheres
da Redação

Violência contra os povos indígenas
Não foi desta vez que um “branco” foi condenado por matar um indígena no MS
Cristiano Navarro

Pará
Juiz revoga decisão de proibir jornalista de divulgar denúncias
Michelle Amaral

Porto Alegre
Protesto contra atropelamento de ciclistas reúne 2 mil
Igor Natusch

Entrevista
Conquistar territórios: a prioridade corporativa
Spensy Pimentel e Joana Moncau

INTERNACIONAL

Egito
A revolução continua
Embora respeitados pela população, militares podem frear mudanças profundas
Eduardo Sales de Lima

-> Forças políticas tomam sua forma
-> Forças armadas do Egito ou dos EUA?

Chile
Recursos saqueados à luz do dia
Pedro Carrano

Argentina
Crescimento alto, dinheiro curto
Dafne Melo

CULTURA

Unidos da Lona Preta
“Plantar o pão, colher a vida: para o mundo se alimentar sem veneno”
Samba enredo da Unidos da Lona Preta para o carnaval de 2011
da Redação

-> Unidos da Lona Preta: batucada do povo brasileiro

ANÁLISE

Desembaraçar o novelo
É fundamental, além da identificação do inimigo principal a ser combatido, a capacidade de estabelecermos prioridades, objetivos e metas claras
Editorial Brasil de Fato (ed. 418)

O pão e o divertimento
Leandro Konder

Quando o Carnaval chegar
Marcelo Barros

Fatos em foco
Hamilton Octavio de Souza

As vacas pastam na Transposição
Roberto Malvezzi

Mídia esconde enterro da CPMI do MST
Altamiro Borges

Os “paladinos” da democracia
Luiz Ricardo Leitão

Uma palavrinha sobre as lutas no mundo árabe
Elaine Tavares

EDIÇÃO 418
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Brasil é o único entre os emergentes sem universidades 'top'

VAGUINALDO MARINHEIRO - DE LONDRES

O Brasil avança na economia, mas tem um longo caminho a percorrer na educação. O país é o único dos BRICs a não ter nenhuma instituição de ensino superior entre as cem mais bem avaliadas por acadêmicos no mundo todo.

Brasil fica no 88º lugar em ranking da Unesco

É o que mostra o novo ranking divulgado nesta quinta-feira pela THE (Times Higher Education), principal referência no campo das avaliações de universidades no mundo, que é baseada em Londres.A Rússia aparece com a Universidade Lomonosov, de Moscou, na 33ª posição. A China tem cinco universidades no ranking (duas em Hong Kong e uma em Taiwan). A melhor é a Tsinghua, de Pequim, no 35º lugar. O Instituto Indiano de Ciência está na 91ª colocação.

Foram ouvidos 13.388 acadêmicos de 131 países para chegar à lista das universidades com melhor reputação. São estudiosos com, em média, mais de 16 anos de trabalho em instituições de ensino superior e 50 trabalhos científicos publicados.Na liderança, mais uma vez, aparece a americana Harvard, que também lidera o ranking geral da THE divulgado em setembro de 2010 e que a Folha publicou com exclusividade no Brasil.

A diferença entre os rankings é que o geral leva em conta 13 critérios --relação estudante/professor, quantidades de alunos e professores estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, ênfase em pesquisa etc.O índice de reputação, divulgado pela primeira vez pela THE, considera apenas a imagem que as instituições têm entre os acadêmicos.Foi pedido que apontassem, entre mais de 6.000, até dez universidades como as melhores do mundo em seus campos específicos.

HARVARD

Os Estados Unidos são o grande destaque, com sete universidades entre as dez primeiras e 45 entre as cem. Em seguida vem o Reino Unido, com duas entre as dez primeiras (Oxford e Cambridge) e 12 no total. A surpresa é a Universidade de Tóquio, que aparece na oitava posição. No ranking geral, ela está no 26º lugar.

A Rússia também se destaca. A Lomonosov, em Moscou, é a 33ª com melhor reputação, apesar de nem constar do ranking geral da THE. Com mais de 50 mil alunos, tem 11 ganhadores do Nobel e investe dinheiro público e privado em pesquisas.

Segundos especialistas, é justamente a falta de investimento em pesquisa que deixa as universidades brasileiras fora desses rankings.Phil Baty, um dos responsáveis pelo estudo, diz que os rankings baseados em critérios objetivos são muito importantes, mas defende também os de reputação."Neste momento em que há uma grande disputa global pelo mercado de alunos e professores, uma boa reputação no meio acadêmico é crucial", afirma Baty.

Fora o Reino Unido, a Europa não aparece bem no ranking. A universidade suíça mais bem colocada está em 24º lugar. A alemã, em 48º. Nenhuma francesa está entre as 50 primeiras.Itália, Espanha e Portugal não figuram no ranking.

VEJA O RANKING COMPLETO
Ranking Instituição País
1 Universidade Harvard EUA
2 Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) EUA
3 Universidade de Cambridge Reino Unido
4 Universidade da Califórnia, Berkeley EUA
5 Universidade Stanford EUA
6 Universidade de Oxford Reino Unido
7 Universidade Princeton EUA
8 Universidade de Tóquio Japão
9 Universidade Yale EUA
10 Instituto de Tecnologia da Califórnia EUA
11 Imperial College de Londres Reino Unido
12 Universidade da Califórnia, Los Angeles EUA
13 Universidade de Michigan EUA
14 Universidade Johns Hopkins EUA
15 Universidade de Chicago EUA
16 Universidade Cornell EUA
17 Universidade de Toronto Canadá
18 Universidade de Kyoto Japão
19 Universidade College London Reino Unido
19 Universidade de Massachusetts EUA
21 Universidade de Illinois em Urbana-Champaign EUA
22 Universidade da Pensilvânia EUA
23 Universidade Colúmbia EUA
24 Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique Suíça
25 Universidade de Wisconsin EUA
26 Universidade de Washington EUA
27 Universidade Nacional de Cingapura Cingapura
28 Universidade Carnegie Mellon EUA
29 Universidade McGill Canadá
30 Universidade da Califórnia, em San Diego EUA
31 Universidade da Colúmbia Britânica Canadá
31 Universidade do Texas, em Austin EUA
33 Universidade Lomonosov, em Moscou Rússia
34 Universidade da Califórnia, em San Francisco EUA
35 Universidade Tsinghua China
36 Universidade Duke EUA
37 London School of Economics and Political Science Reino Unido
38 Universidade da Califórnia, em Davis EUA
39 Instituto de Tecnologia da Geórgia EUA
40 Universidade Northwestern EUA
41 Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill EUA
42 Universidade de Hong Kong Hong Kong**
43 Universidade de Pequim China
43 Universidade de Minnesota EUA
45 Universidade de Edinburgo Reino Unido
45 Universidade de Melbourne Austrália
47 Universidade Purdue EUA
48 Universidade de Munique Alemanha
49 Universidade de Tecnologia de Delft Holanda
50 Universidade Osaka Japão
51-60* Universidade Nacional Australiana Austrália

Instituto Karolinska Suécia

Universidade de Nova York EUA

Universidade Estadual de Ohio EUA

Universidade Nacional de Seul Coreia do Sul

Universidade Tohoku Japão

Instituto Tecnológico de Tóquio Japão

Universidade da Califórnia, Santa Bárbara EUA

Universidade de Pittsburgh EUA

Universidade de Sydney Austrália
61-70 Universidade Boston EUA

Escola Politécnica França

King's College de Londres Reino Unido

Universidade Estadual da Pensilvânia EUA

Universidade Técnica de Munique Alemanha

Universidade da Flórida EUA

Universidade de Manchester Reino Unido

Universidade de Maryland, College Park EUA

Universidade de Zurique Suíça

Universidade Uppsala Suécia
71-80 Escola Politécnica Federal de Lausanne Suíça

Universidade Humboldt de Berlim Alemanha

Universidade Lund Suécia

Universidade Estadual de Michigan EUA

Universidade Estadual de Nova Jersey, Rutgers EUA

Universidade do Arizona EUA

Universidade do Colorado EUA

Universidade do Sul da Califórnia EUA

Universidade Utrecht Holanda

Universidade Washington, Saint Louis EUA
81-90 Universidade Católica de Leuven Bélgica

Universidade Indiana EUA

Universidade Leiden Holanda

Universidade National de Taiwan Taiwan*

Universidade Ruprecht Karl de Heidelberg Alemanha

Universidade Texas A&M EUA

Universidade de Amsterdã Holanda

Universidade de Bristol Reino Unido

Universidade de Leeds Reino Unido

Universidade de Queensland Austrália
91-100 Universidade Hong Kong de Ciência e Tecnologia Hong Kong**

Instituto Indiano de Ciência Índia

Instituto de Ciência e Tecnologia Avançada da Coreia Coreia do Sul

London School de Higiene e Medicina Tropical Reino Unido

Universidade Tecnológica de Nanyang Cingapura

Universidade de Helsinque Finlândia

Universidade de Paris, Pantheon-Sorbonne França

Universidade de Sheffield Reino Unido

Universidade de Viena Áustria

Universidade de Waterloo Canadá
Fonte: Times Higher Education

* A partir da 51ª posição, como as diferenças são pequenas, os autores do ranking decidiram agrupar as universidades em grupos de 10, listados em ordem alfabética
** Hong Kong é uma região administrativa especial da China
* Taiwan é, oficialmente, uma província da China embora funcione de fato como entidade política autônoma

Extraído: http://www1.folha.uol.com.br/saber/886508-brasil-e-o-unico-entre-os-emergentes-sem-universidades-top.shtml

quarta-feira, 9 de março de 2011

Notícias Carta Capital

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ecos-da-escravidao


http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/a-maior-desgraca

Balanço Festival Mundial das Artes Negras, Dakar, Senegal

Expressões artísticas das comunidades africanas devem ser apreciadas

A dança é para o historiador Simão Souindoula uma das expressões artísticas de relevo no seio das comunidades africanas

A Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou 2011 como o “Ano Internacional dos Afro descendentes”. Em entrevista concedida, ontem, ao Jornal de Angola, o perito do Fundo das Nações para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Simão Souindoula, afirmou que essa decisão da ONU é posta em prática através de um programa específico da UNESCO, sendo esse organismo encarregue das questões educacional, científica e cultural. Afirmou, ainda, que a execução desta decisão surgiu da necessidade, urgente, de se dar mais atenção às populações afro descendentes, à semelhança do que tem sido a realização do Festival Mundial de Artes Negras (FESMAN), cuja terceira edição aconteceu em Dezembro último. Por essa razão, o historiador fez um balanço do FESMAN, realizado em Dakar, no Senegal.

Jornal de Angola - A UNESCO realiza de 27 deste mês até ao dia 3 de Março, a sua reunião bienal, em Bogotá, na Colômbia. Quais são as principais acções deste encontro de que fará parte?
Simão Souindoula - O balanço das acções realizadas pelo projecto “A Rota do Escravo”, que coordeno aqui em Angola, durante o biénio 2009-2010, no qual sobressaem diversas celebrações do bicentenário da abolição da escravidão e as ligadas à proclamação das independências dos Estados americanos e caribenhos, é um dos objectivos. Vamos fazer, também, a apreciação do dossier sobre a construção, na sede das Nações Unidas, de um monumento dedicado à memória das centenas de milhares de vítimas do “Captive Passage”. Os peritos vão analisar os principais eixos do programa operacional 2011-2013, que serão fixados numa
dinâmica dominada pela implementação de acções próprias da “Place Fontenoy” e o apoio a centenas de projectos provenientes de horizontes diversos, surgidos após a Declaração pelas Nações Unidas do Ano 2011 como a consagrada, prioritariamente, às populações afro descendentes.

JA - Este encontro analisa também a atenção que a ONU pretende dar às comunidades afro descendentes?

SS - Evidentemente. A Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou 2011como o “Ano Internacional dos Afro descendentes”. Sendo a UNESCO o braço desse organismo encarregue pela questões educacional, científica e cultural, existe um programa específico cuja aplicação, a partir deste ano, vai incidir fortemente sobre a diáspora afro descendente nas Américas e Caraíbas, na Ásia e na Europa.
Praticamente vamos reflectir em torno dos objectivos gerais em que se norteou a realização do Festival Mundial de Artes Negras (FESMAN), cuja terceira edição aconteceu em Dezembro em Dakar, no Senegal.

JA - E que balanço-resumo nos pode fazer acerca do III Festival Mundial das Artes Negras?

SS - Em duas noites de trabalho e em várias vertentes, o passado e o futuro de África e da sua diáspora estiveram em evidência. Para mim, este sumário foi consubstanciado nas actuações, emocionantes, da mítica Orquestra Aragon e da estrela norte-americana, de origem haitiana, Wycelf Jean.
Deve-se salientar, no domínio da perpetuação memorial, a abertura ao público do significativo Museu da Recordação, edificado na marginal de Dakar, frente a ilha esclavagista de Gorée. Uma das exposições com originais e móveis montados, foi a “Inventores Negros”, demonstrando que os melanodermes não só brilharam nas artes (música e dança), mas igualmente na ciência e tecnologia. A destacar, igualmente, as dezenas de actos artísticos e culturais organizados perto do altaneiro Monumento da Renascença Africana. Outro momento crucial do Festival dos Níger foi a organização do Foro sobre a Renascença Africana.

JA - Quais são outros aspectos que mais sobressaíram no decorrer do III FESMAN?

SS - Um dos factos fundamentais que sobressaiu dos trabalhos de alto nível deste encontro foi a aceitação, definitiva, ao nível científico mundial, dos estudos do saudoso professor Cheikh Anta Diop sobre a influência, determinante, da antiga civilização egípcia, que era, predominantemente Níger, no Médio e Próximo Oriente e na bacia do Mediterrâneo. Os participantes a reunião ficaram
impressionados pelo vigor científico da nova geração de egiptólogos, conduzido pelo conceituado historiador congolês Theophile Obenga. Esses peritos são africanos, afro-americanos e antilhanos, que gravitam à volta da incomparável revista “Ankh “ (negro, no egípcio antigo). Esta publicação é coordenada pelo filho de Cheikh, Mbacke, engenheiro das tecnologias digitais, que conseguiu
informatizar os hieróglifos egípcios. Por essas razões, os participantes recomendaram a urgente revisão de vários capítulos dos manuais de história do continente, sobre o período antigo, a fim de se conformar com os extraordinários avanços da egiptologia.
Outro facto marcante foram as intervenções do historiador afro-americano Kunoko Rashidi, especialista da presença africana na Índia, Austrália, nas Ilhas Fiji, na Turquia e Jordânia. Instantes absolutamente comovedores foram os das comunicações da afro-americana Delois Blakely, a Presidente da Câmara Municipal de Harlem, de uma jovem historiadora afro-turca e do activista político de
Papuásia Ocidental, Nova Guiné, Benny Wenda. Enfim, deve-se notar a contribuição, inesperada, do investigador beninense Dieudonne Gnammankou sobre a ascendência africana, provavelmente, camaronesa, de Alexandre Pouchkine, o pai
da literatura russa.

JA - Fale-nos acerca da conferência “A Rainha NZinga e a profetiza Kimpa Vita”.

SS - Abordei a importância dessas duas figuras históricas na minha intervenção, que foi a primeira comunicação apresentada no fórum. Desenvolvi a temática “Sítios e Instituições de Memória do Mundo Negro e Direitos Humanos”. Essas duas personalidades surgem, respectivamente, no século XVI e inicio do século XVII, períodos da consolidação da esclavagista Colónia de Angola e da forte
desarticulação do Reino do Kongo, consequência da desenfreada acção dos traficantes de peças de Índias. A política e a profetiza, que apareceram nesses contextos históricos, difíceis, foram, naturalmente, retidas como figuras dignificantes da história de África e da sua diáspora. As duas figuras integraram o Museu da Recordação, as exposições móveis sobre “As Resistências” e “As Heroínas”.

JA - Como podemos compreender a expressão que usou na sua comunicação, afirmando que o FESMAN é o “reagrupamento dos “Danados da Terra”?

SS - Trata-se de uma enunciação que gosto de usar que pertence ao destacado militante panafricanista, de origem antilhana, o saudoso Frantz Fanon. Somos, ainda, os lesionados da Terra. E não é por casualidade que a Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou o presente ano que acabamos de iniciar como “Ano Internacional dos Afro descendentes”.

JA - Que motivação esteve na origem do lema do festival, “Renascimento Africano”?

SS - Um decénio após a total libertação política do continente africano, o nosso grande desafio é de coagular o atraso histórico que nos foi imposto. África deve, realmente, ressuscitar após as fecundas formações sociais do Nilo ter oferecido à humanidade decisivas dádivas civilizacionais. Hoje, o objectivo primordial da Afrikiya consiste na urgente emergência económica, científica e tecnológica, num bloco geopolítico e geoestratégico, a exemplo dos actuais países emergentes tais como a China, a Índia, a Rússia e o Brasil. Nota-se, no continente, um crescimento económico e social reconfortante. Uma dezena de países africanos regista taxas de crescimento dentre as mais fortes do mundo, o que é um bom sinal! Logo, o Festival pretendia encorajar esta dinâmica fortificante, através de uma conexão semiótica entre África e as diásporas, para que o continente se recuse a continuar a sobreviver nos barracões de tipo esclavagista. Tudo isto, podemos enquadrar num conceito de renascença africana, a exemplo do “Quattrocento italiano”, como a nova ideologia de desenvolvimento de África.

JA - Como receberam os estrangeiros e a diáspora essa mensagem?

SS - Muito bem! Prova disto, a impressionante delegação brasileira, que atingiu cumulativamente quase um milhar de participantes. A cantora brasileira Margareth Menezes pediu, com toda razão, uma periodicidade menos longa na organização das edições do Festival. Um outro facto que se traduziu positivamente foi a imponente delegação norte-americana, que era constituída por mais de 200
personalidades de diversos quadrantes, entre parlamentares, vereadores, especialistas das indústrias criativas, jornalistas, atletas e professores universitários. Vimos, ainda, especialistas negros em diferentes ramos do saber como astrofísicos e matemáticos de alto nível, prontos a ajudar a expansão das ciências exactas em África. Outro indício foi a presença de intelectuais afro-canadianos e afro-turcos de raiz esclavagista. Enfim, idêntico sinal foi a vinda a Dakar do filho do mítico pan-americanista de origem jamaicana, Marcus Garvey, um médico com cerca de 70 anos, radicado nos Estados Unidos da América.

JA - O ideólogo do FESMAN, Léopold Sédar Senghor, defendia um festival que reafirmasse a nobreza das culturas africanas, à luz da visão política dos povos de África. De que forma a organização tem assegurado esse espírito de afirmação da cultura negra no mundo?

SS - Penso que o comissariado do Festival, no qual foi envolvida a Sindiely, filha do Presidente Wade, atingiu este objectivo, reunindo o que há de melhor no mundo negro, no domínio das artes visuais (cinema, fotografia, artes plásticas, design, moda e arquitectura), no das artes de espectáculo (teatro, dança e música) e no da literatura. Acho que os africanos devem apreciar as maravilhas das expressões artísticas em vez de serem encurralados por conflitos repetitivos, perfeitamente evitáveis. Um exemplo perfeito desta consciência foi a organização de um concerto do famoso violencista afro-francês, do século XVIII, o Cavaleiro de São Jorge, cujo génio de criatividade musical pode ser comparado ao de Mozart.

JA - A maioria dos países africanos continua mergulhado em pobreza acentuada, discrepâncias socias e políticas. Tendo em conta esse prisma, acha possível os africanos vincarem positivamente o espírito de defesa das culturas negras?

SS - Penso que a fase difícil para o continente ficou para atrás. Repito que os indicadores económicos são, hoje, na maioria dos países africanos, bastante encorajantes. A revalorização da nossa expressão linguística e antropológica deve ser encarada como parte do nosso desenvolvimento. Sendo o Senegal um país com recursos modestos, beneficiou, pela organização do Festival, da
solidariedade de vários países do mundo. Esse país alberga o Museu das Civilizações Negras, onde estiveram reunidos vários chefes de Estados africanos, tais como os Presidentes Sirleaf Johnson, Muamar Kaddhafi, Teodoro Obiang Nguema, Pedro Pires e Goodluck Jonathan. Para se defender as culturas negras deve haver interesse geral dos próprios Governos, apesar das urgências de carácter económico ou social. A salvaguarda e a promoção da herança histórica e do património cultural é primordial.

JA - Angola foi um dos parceiros oficiais institucionais, além de ter participado com uma delegação composta por vários artistas. Quais as vantagens para a diplomacia cultural?

SS - As trocas culturais dão um sentido mais humano e mais nobre às relações de tipo político e comercial que, geralmente, são frias. Penso que as notáveis actuações de Bonga, em Saint-Louis e em Dakar, assim como a minha participação no Comité Científico do Festival, demonstraram que Angola não está limitada às fabulosas receitas angariadas na venda do petróleo. Essa presença comprovou que a terra de Ngola Kiluanji e de Mandume é um país de forte identidade cultural.

JA - Além da realização do FESMAN, que caminhos aponta para que a afirmação da arte e da cultura africana tenha cada vez mais interesse de outros povos?

SS - As vias a utilizar para este desenvolvimento são as das novas tecnologias de informação e da comunicação com a abertura de mais canais de televisão, o estabelecimento de mais ligações por fibras ópticas, a construção de mais info-estradas, o desenvolvimento de mais iniciativas de tipo wikiafrica, a organização de mais ciberespaços, entre outros serviços.

JA - A divulgação do FESMAN pela imprensa africana e estrangeira foi satisfatória?

SS - Penso que o país organizador dispendeu grandes esforços neste sentido. Uma centena de jornalistas foram acreditados. Fiquei, agradavelmente, surpreendido com a presenca, na capital senegalesa, de uma equipa especial da revista Austral, publicação da nossa companhia de bandeira, a TAAG.

in " Jornal de Angola", 20 / 2 / 2011
Renovo-lhe as minhas cordiais saudacoes.

Simao SOUINDOULA
Vice-Presidente Comite Cientifico Internacional
Projecto da UNESCO " A Rota do Escravo "
C.P. 2313
Luanda - (Angola)
Tel.: + 244 929 79 32 77

Projeto Força na Saúde, Dengue‏

PROJETO FORÇA NA SAÚDE,

É com grande alegria que divulgamos vídeos do Ministro ele fala sobre a Campanha Curta o Carnaval, mas sexo só se

for com camisinha,


Acesse: http://www.youtube.com/user/farahanderson100#p/c/F6787FE623C687BC/9/ks7Nzw25w6Q

Campanha Contra a Dengue Parceiro do Projeto Força na Saúde Mestre Pena Clara etc...


Acesse: http://www.youtube.com/user/farahanderson100

Força na Saúde
( 061 ) 9987 8015

Manifesto aos Órgãos de Ciência e Tecnologia

Prezados,
Por favor, leiam o manifesto abaixo e se estiverem de acordo, assinem o abaixo-assinado, e repassem aos colegas.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/segundo-manifesto-nacional-aos-orgaos-de-ciencia-e-tecnologia
Abraço,
Raquel
Profa. Dra. Raquel Meister Ko. Freitag
Departamento de Letras - Universidade Federal de Sergipe/Campus Prof. Alberto Carvalho
Grupo de Estudos em Linguagem, Interação e Sociedade - GELINS
http://lattes.cnpq.br/2582841591375626

Goreé – a marca da luta contra 300 anos de escravidão‏

Sugiro a leitura da entrevista com o Professor Roberto Zwetsch sobre o Fórum Mundial Teologia e Libertação, ocorrido junto com o Fórum Social Mundial (FSM), em Dakar, Senegal.


www.centroburnier.com.br/2011/01fev/28_entrevista_gorre.html

Monteiro Lobato sem fantasia

Criador do Sítio do Picapau Amarelo é acusado novamente de racismo, após aparecer em desenho de Ziraldo ao lado de mulata
Ronaldo Pelli

“Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. (...) Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problemas terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!” (publicado em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133)

Assim Monteiro Lobato se dirigiu em carta ao amigo Godofredo Rangel, em 1908, após ter avistado na antiga Rua Larga, atual Marechal Floriano no Centro do Rio, diversos trabalhadores a caminho do trem para voltar às suas casas. É esse Lobato racista, eugenista e bastante polêmico – até para a própria época – que a escritora Ana Maria Gonçalves enxergou ao fazer uma extensa crítica a Ziraldo por ter retratado o escritor ao lado de uma mulata na camisa de um bloco de carnaval carioca de sugestivo nome: “Que merda é essa?”.

O tema do desfile do bloco, “Proibido proibir”, faz referência a um episódio anterior – que também mereceu bastante repercussão – envolvendo o criador do Sítio do Pica-pau Amarelo. No fim do ano passado, o Conselho Nacional de Educação emitiu um parecer em que sugeria que o livro “Caçadas de Pedrinho” fosse distribuído para as escolas públicas do país com uma advertência que contextualizasse historicamente algumas passagens interpretadas como racistas. A recomendação, que nem chegou a se concretizar, já que o Ministério da Educação não homologou o parecer, foi interpretada por muita gente como uma espécie de censura a obra de Lobato.

Na carta aberta a Ziraldo, a autora de “Um defeito de cor” - que narra a história de uma velha africana em viagem ao Brasil, dentro do contexto da formação do povo brasileiro - colhe trechos de cartas de Lobato que mostram como o criador de Narizinho, Visconde de Sabugosa e Emília se portava com bastante racismo. Como quando elogia organizações americanas que pregam a discriminação desejando que tivesse algo parecido no Brasil: “País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan é país perdido para altos destinos”, escreve ao amigo Arthur Neiva, em 1928, de Nova York.

A carta de Ana Maria Gonçalves deu repercussão: saiu nos jornais de grande circulação, recebeu diversas críticas, incentivou um pequeno protesto ao ensaio do bloco, foi comentada por outros escritores em outros blogs. A escritora se mostrou surpresa com o tamanho do barulho, mas não com o teor das posições.

“Os contrários aos argumentos da carta estão apenas reagindo, não estão trazendo nenhum argumento novo para a discussão”, escreve ela por e-mail. “A informação de que Monteiro Lobato era eugenista e racista, e que em carta para o amigo Godofredo Rangel confessou fazer uso da própria literatura para propagar essas ideias, precisa ser parte da discussão.”

Voltando à origem de toda polêmica, ela diz ser grave a entrega de livros de Lobato a crianças pequenas, dizendo que tais obras estariam “contaminadas” com o racismo.

“Quem não quer colocar tudo isso em questão, sejam quais forem seus interesses, está contribuindo para a propagação e manutenção do racismo na sociedade brasileira.”

O também escritor Alex Castro, que está terminando um doutorado em literatura com ênfase em história, abordando a escravidão na literatura brasileira do século XIX, ecoa a carta de Ana Maria. Ele concorda que a questão da eugenia está dentro da proposta literária de Lobato. Todavia, propõe que a discussão não se atenha à pessoa física do escritor, mas que pensemos a sociedade e como ela se comporta frente ao problema da discriminação.

“O racismo não é um problema individual, mas sistêmico e estrutural da nossa sociedade”, postou em seu blog, “Liberal, Libertário, Libertino”. “Entrar na discussão caça-às-bruxas de apontar quem é ou não racista é fazer o jogo de quem quer esvaziar esse debate. Afinal, se o racismo for culpa de um ou outro racista que pode ser encontrado, apontado, morto, censurado, reeducado, então o problema não é estrutural da nossa sociedade, mas individual dessas pessoas.”

Já Ziraldo se defendeu explicando que, com o seu desenho, apenas quis terminar com a controvérsia.

"Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista", afirmou.

A carta-aberta de Ana Maria Gonçalves recebeu críticas ainda por ter se referido a um elemento do carnaval, no caso, os blocos. Alguns comentários sugerem que em época de folia, os limites são mais flexíveis.

“Carnaval é festa do inusitado, momento da liberação. Não cabe ter conotação política nem ser censurado desta forma”, disse ao jornal “O Globo” Hiram Araújo, pesquisador e autor do livro "Carnaval: seis milênios de história".

O jornalista Arnaldo Bloch, que também mostrou trechos dessas mesmas cartas de Lobato no mesmo periódico, afirma no texto introdutório que “desautorizar os foliões (...) é uma estupidez”.

A autora combate a ideia, porém, de uma liberalidade excessiva durante o período. Para ela, as críticas veiculadas “continuam insistindo na censura, na defesa de Lobato, no deboche ao ‘politicamente correto’ e na ideia de que no carnaval pode tudo, inclusive ignorar a dor de alguns e a longa luta de combate ao racismo nesse país”.

Não é a primeira vez que Lobato é alvo de pesadas críticas. “Há tons autoritários e preconceituosos nas narrativas que criaram os personagens Jeca Tatu e Zé Brasil”, escreve o professor Antonio Luigi Negro, em artigo publicado em outubro de 2009 na “Revista de História da Biblioteca Nacional”. Para ele, os personagens de Monteiro Lobato são salvos da preguiça e da ignorância pela doutorice do autor.

“Os estrangeiros eram, na opinião de Lobato, de ‘raça mais apta’ para progredir e enriquecer. Enquanto isso, o negro, o ‘fator secular da movimentação agrícola’, depois que se viu sem o providencial ‘chicote espevitador dos seus brios’, era um peso morto, uma ‘quantidade negativa’. O resultado disso tudo era: quem fosse brasileiro e não pudesse ser doutor, que se assumisse como indolente.”

Aparentemente, Lobato ainda será tema de muito debate pela frente.

Extraído: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3678

SER NEGRO, TER CONSCIÊNCIA NEGRA... SER APN NO BRASIL

*Helcias Pereira
Para poder refletir e entender a atuação do movimento negro na conjuntura atual, tanto no Brasil quanto fora dele, faz-se necessário recordar o mais longínquo possível, um passado/presente que se perpetua permanentemente nas lutas e resistências dos povos afro-ameríndios.

Ao lembrar Roselis Von Sass em seu livro ?Revelações inéditas da história do Brasil? (1973), nos reportamos para a transformação geográfica deste país/continente, obviamente considerando desde os primórdios a realidade de seus habitantes, os ?tupanos? também chamados ?filhos de Tupã? ou ?filhos do sol e da terra?, os quais viviam na floresta em perfeita harmonia, fato que não davam um grito sequer na selva para ?não agredir nem desrespeitar? os outros seres, por isso, era natural a comunicação ?imitando os animais?, eram homens e mulheres que falavam cantando como parte que o eram da mãe natureza, até então harmônica e indestrutível. Leia-se: Os filhos de Tupã haveriam de chegar neste paraíso advindos de terras distantes atravessando oceanos com suas pequenas embarcações, encontrando ilhas quase sempre submersas, explorando grandes geadas e, sobretudo, como nômades que o eram, realizando grandes aventuras, povoando e transformando o mundo até então desconhecido.

Então surpreendentemente nos anos contemporâneos descobriu-se ?LUZIA?, um fóssil encontrado no Nordeste brasileiro por entre as cavernas do Piauí, comprovando que há milhares de anos os seres humanos advindos da África conseguiram chegar ao Continente Sul Americano. O fóssil encontrado seria naturalmente bem mais antigo que as esculturas feitas no México datadas 1000 anos antes de Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral. Indubitavelmente, tratava-se de inteligência humana extremamente avançada à época, caso que nos faz refletir criticamente o quanto foram no mínimo tendenciosos os argumentos dos colonizadores portugueses ao dizerem que o povo africano não tinha cultura, civilização e nem mesmo ALMA. Torna-se então mais que necessário refletir sobre a Mãe África enquanto berço da humanidade!

Na verdade, o que devemos aprofundar é algo muito lógico: Como poderíamos acreditar que não havia civilização na África, se milhares de anos antes mesmo da Europa existir, os africanos já dominavam agriculturas e tecelagens, Técnicas medicinais, conhecimentos matemáticos e geométricos, várias escritas, metalurgias e fundições, embarcações com navegações marítimas e comércio por todo continente? Como então chegaram à Mongólia, Austrália, nas Américas e sobretudo, América do Sul? E ainda: como explicar tamanha engenharia e arquitetura em cidades urbanizadas, nas muralhas do Zimbábue, nos obeliscos da Etiópia, nas pirâmides do Egito, nos grandes palácios no Império de Mali e em outros grandes reinos e impérios? Como negar então nossa descendência diante de uma série de obviedades no sentido de que o povo negro povoou o mundo, naturalmente adequando-se geneticamente às climatizações locais, ora reduzindo, ora aumentando o teor da melanina causando necessária resistência epidérmica. Essa é a verdadeira defesa de que ser NEGRO é ser universal, e ser descendente da Mãe África.

O que seria então TER CONSCIÊNCIA DE SER NEGRO (A)?

Considerando que a ÁFRICA é o berço da humanidade, defendo que SER NEGRO é ser antes de tudo, filho da África, homens e mulheres descendentes geneticamente de diferenciados grupos étnicos e culturas como os Yorubás, Gêges, Bantos e tantos outros, cuja ancestralidade está presente no nosso jeito de falar, andar, dançar, vestir, cozinhar, etc. Está na força da nossa oralidade, intrínseco na nossa epiderme, nos traços faciais, no encarapinhado de nossos cabelos, na consciência sócio-histórico-cultural e religiosa, sobretudo, correlacionados às raízes de matizes africanas. Mas também, está na consciência cidadã de dizer não ao racismo e combatê-lo junto a outras formas de preconceito, independente da quantidade de melanina.

Ser negro é ter CONSCIÊNCIA NEGRA = consciência ÉTNICORRACIAL, que por sua vez implica em alto-identificação, sentimento de pertencimento, de ser afro-brasileiro e sentir na grande contextualidade a importância de se assumir afro-ameríndio.

Ter consciência negra é não aceitar comportamentos e ações racistas, discriminatórias e muito menos segregacionistas, é não acirrar e ainda se opor a qualquer tipo de sentimento de superioridade diante do outro por causa das diversidades, é dizer não ao ETNOCENTRISMO que oprime e segrega da mesma forma.

Ter consciência negra é não aceitar a intolerância religiosa que humilha e agride individual e institucionalmente as comunidades de fé de matriz africana; É não aceitar discriminações correlatas a exemplo dos diversos casos de homofobias e xenofobias, principalmente no tocante a prática do eurocentrismo.

Ter consciência negra é defender permanentemente a causa do povo negro, cuja comunidade ainda vivencia os infortúnios do colonialismo e da exploração de mão-de-obra barata e semi-escrava.

Ter consciência negra é lutar por políticas de promoção da igualdade racial. Defender as mulheres e crianças negras dos estereótipos e abusos etnocêntricos, capazes de esmorecer sua alto-estima, fruto de todas as inoportunidades causadoras de extremas desigualdades sócio-culturais e econômicas.

Ter consciência negra é lutar igual e simultaneamente por direito à terra, educação com qualidade, segurança alimentar permanente, cultura, esporte e lazer, inclusive resgatando e avivando os cantos e as brincadeiras circulares ancestrais, garantia de direitos a moradia com dignidade e ainda um olhar com ações direcionadas as comunidades tradicionais remanescentes de quilombos e de matriz africana. Enfim, garantir políticas públicas reais de ações afirmativas que promovam a igualdade racial e, sobretudo, estabeleça o compromisso de combater as injustiças sociais causadas pelo RACISMO AMBIENTAL que promove sistematicamente a excludência, a vulnerabilidade e a negação de direitos daqueles que se condicionam em formar favelas e sobreviver nas lamúrias das serras, vales, grotões e ao lado dos lixões das grandes cidades. A LUTA E A RESISTÊNCIA DO POVO NEGRO

Era preciso acreditar na luta, dinamizar e revitalizar a história. Era preciso resgatar fatos e experiências para continuar o legado de transformação e libertação do povo oprimido, antes pela exploração colonial e depois pela ideologia do branqueamento, as quais conseguiram a duras penas segregar e marginalizar o povo negro por séculos seguidos no Brasil.

É preciso identificar e resgatar a luta vitoriosa dos guerreiros do Quilombo dos Palmares, sendo este o de maior envergadura e independência de todos os tempos. Memorizar seus grandes comandantes Ganga-Zumba e Zumbi, que juntos reinaram por um século resistindo às ofensivas do opressor é algo imprescindível. Palmares resistiu organizando seu próprio Estado, sobrepondo-se as investidas inimigas com guerrilha avançada, com serviços de inteligência, organizando conselhos sócio-administrativo, judicial e militar; criando forjas e arando as férteis terras de forma que se mantiveram permanentemente ampliando a agricultura; comercializando produtos, libertando escravos e fazendo seu povo viver o apogeu da liberdade. Gamba-Zumba e Zumbi foram tratados com pompas de Rei e hoje temos Zumbi (último comandante-em-chefe do Quilombo dos Palmares) tornado herói nacional brasileiro desde 21 de março de 1998. Entretanto, não poderemos esquecer as poucas e valiosíssimas mulheres palmarinas reverenciadas pelo Movimento Negro contemporâneo, a exemplo das comandantes Acotirene, Aqualtune e Dandara.

O movimento negro lutou em todos os momentos de sua existência por liberdade e dignidade, desde o final do século XVI, quando resistiu contra a escravidão nos engenhos, senzalas, minas e canaviais, quando constituiu ?mukambus? erguendo cafuas em terras inóspitas e de igual estratégia de segurança; quando atuou coletivamente na revolta do povo Malê, na revolta das chibatas, da balaiada, em Canudos e outros mais.

O movimento negro pós-abolição foi extremamente importante quando se organizou sócio-culturalmente junto às sesmarias e irmandades, lutando contra o não acesso aos clubes de lazer e outros espaços sociais, bem com, pela liderança no movimento operário até então monopolizado pelos imigrantes europeus e ainda por patentes militares visto que era negado ao negro o direito de se tornar oficial militar.

A luta não foi menor quando surgiram as primeiras tipografias nas grandes cidades e a forma de comunicação pela imprensa negra a exemplo dos jornais: ?o alfinete?, ?clarim da alvorada?, ?a sentinela? e tantos outros entre as décadas de 1920 a 1950.


Da mesma forma o Teatro Experimental e a Frente Negra Brasileira foram organizações fundamentais para expressar e dimensionar a força da comunidade negra, visto que a Frente Negra conseguiu associar milhares de Negros, rompendo as fronteiras do Sudeste e estendendo-se até o Nordeste e Centro Oeste. Essa acabou sendo caçada politicamente durante o Estado novo de Getúlio Vargas.

A LUTA PÓS-DITADURA MILITAR

Inúmeros militantes intelectuais ou simples operários idealistas crentes na mudança da sociedade foram perseguidos, torturados e mortos pelos algozes do poder político-militar. Religiosos que apoiavam o movimento também foram perseguidos, centenas de mulheres nunca mais viram seus maridos; muitos filhos nunca entenderam direito o desaparecimento de seus pais.


Então veio a luta por liberdade política com o advento da campanha por anistia geral na década de 1970 - 1980, o militarismo já era enfrentado por políticos dos partidos considerados de esquerda, alguns deles absorvendo ou sendo absorvidos pela comunidade negra. Surgiram vários partidos com denominações comunistas e socialistas, além dos trabalhistas. Algumas lideranças políticas se destacaram durante vários anos. Aqui exemplifico o Deputado Caó que protagonizou a Lei contra o racismo e o primeiro Senador Negro do Brasil Abdias Nascimento baluarte na luta por igualdade racial no Brasil, dentre outros valiosos ativistas. Naturalmente como fruto dessa jornada de luta de tantos companheiros, inclusive de forma anônima, ascendeu-se então o nome de Luiz Inácio Lula da Silva que posteriormente superou todas as expectativas tornando-se o primeiro operário presidente do Brasil por dois mandatos consecutivos.

Não diferente, mostraram-se também destemidos os segmentos sócio-religiosos a exemplo dos grupos que seguiam a Teologia da Libertação que após conferências em Medelin e Puebla no México suscitou uma série de transformações na forma de refletir a realidade do povo, cujos pilares foram: cristianismo e socialismo; a prática libertadora de Jesus Cristo, Cristologia libertadora, Fé e Luta como instrumentos de libertação; Fé e ação; a bíblia e a negritude; além dos documentos valiosos pós-conferências.

A exemplo do vanguardista Movimento: JAC, JEC, JOC, JUC que reunia jovens intelectuais do movimento estudantil universitário além dos operários e agricultores, foi importante também a articulação da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e ainda as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), dentre outros como o Movimento de Educação de Base (MEB), bem como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT). No entanto já ameaçados por um ?tal projeto LUMEN 2000? que apostou e investiu na organização e no fortalecimento de setores, digamos assim, mais conservadores da Igreja.

O SURGIMENTO DOS APNs
Com o advento da Campanha da Fraternidade em todo Brasil ?Ouvir o clamor do povo? ou ainda de forma divergente no Rio de Janeiro que defendeu o tema ?negro um clamor de justiça? acontecendo em pleno centenário da abolição da escravatura em 1988, houve articulações de teólogos e demais intelectuais negros e não-negros ao perceberem o momento como de suma importância para chamar a atenção da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) no sentido de refletir e tomar atitudes frente à realidade gritante de miserabilidade da comunidade negra, inclusive nas instâncias da Igreja.
Era preciso enegrecer as paróquias, suas celebrações e liturgias. Era preciso chamar a atenção de toda Igreja para refletir a realidade do povo negro, segregado por séculos, esquecido pelo Estado e pela própria instituição religiosa, que assumira compromissos importantes durante as conferências de Medelim e Puebla. O compromisso de luta pela transformação da sociedade favorecendo prioritariamente os pobres e oprimidos passou a ser um desafio para segmentos progressistas da Igreja e nesse contexto, após várias articulações de teólogos, homens e mulheres negras inseridas nessas comunidades de fé, foram feitas intervenções diretas na forma de enxergar a cultura e a religiosidade dos afro-brasileiros como algo que merece respeito, dado a sua diversidade e dimensão ancestral. Bem como, a realidade gritante em que passava a comunidade negra nas favelas e tantos bairros de periferia, chamando a atenção para uma ação mais direcionada, a ser assumida na campanha da fraternidade de 1988 pela CNBB.

Neste contexto, é necessário dizer que desde os meados de 1970 essa articulação era algo real e irreversível. Aconteceram encontros significativos com a presença de bispos, padres, religiosos (as), diversos teólogos leigos e intelectuais, além de vários jovens inseridos nas organizações paroquianas. A PJMP e as CEB´s foram extremamente importantes no diálogo interreligioso e macro-ecumênico, fazer movimento negro nessas instâncias era avivar a história africana e principalmente fomentar e conscientizar para uma identidade étnica, de pertencimento e da busca por justiça e dignidade, iniciando assim um envolvimento considerável junto aos segmentos do Movimento Negro Brasileiro. Foi então que surgiu em São Paulo, no dia 14 de março de 1983 o nascimento dos AGENTES DE PASTORAL NEGROS que a principio se limitou no sudeste, porém expandindo-se na mesma década para o Sul, Norte-Nordeste e Centro Oeste do Brasil.
Como num prelúdio, os APNS perceberam que aquele subsídio preparado em 1979 apontou uma situação periclitante em relação ao povo negro brasileiro, era preciso uma nova estratégia de participação e ação, fomentar nas comunidades de fé uma maior reflexão e debates sobre a realidade do povo negro, era extremamente necessário, precisava-se tomar um novo rumo para a transformação da história. Criar os APNs foi uma forma real e vital para fortalecer a luta do Movimento Negro desde aquela época, no sentido de incluir, respeitar e conviver com responsabilidade junto às comunidades de fé de matrizes africanas e outras tradicionais, valorizando suas ancestralidades e oralidades contemporâneas. Obviamente, cantar toadas e cânticos temáticos em relação à negritude e sua africanidade dentro dos espaços litúrgicos passou a ser um grande e real desafio. Não obstante, tocar atabaque, chacoalhar ganzás, repenicar pandeiro era uma atitude revolucionária capaz de provocar antagonismos e aflorar posturas preconceituosas, arraigada de etnocêntrismo e racismo nos âmbitos individual, institucional e ambiental.

O dado da fé era algo de suma importância para manter firme a luta dos novos agentes, sendo necessário no decorrer da caminhada aprofundar e rever de forma natural algumas ?situações dogmáticas? cujo cristianismo ocidental limitava importantes passos no sentido de ampliar o diálogo interreligioso. Neste tocante, aprofundar a importância da união e respeitar a diversidade tornou-se uma questão de testemunho de fé libertadora.
OS APNs E SUAS FACES
Como fogueirinhas os APNs se organizavam em inúmeros mocambos espalhados pelo Brasil, antes, sua maioria católica fazia ecoar ao som de tambores nos inúmeros encontros de formação, celebrações afros e mushakás, os cânticos:: ?dança aí negro nagô?, ?eu sou negro sim?, ?ei meu pai quilombo? e outros. Ouvimos bispos como Dom Helder Câmara e Dom José Maria Pires (Dom Zumbi) clamando por ?Mariama? para olhar e cuidar do seu povo, além de dizerem que não bastava a Igreja pedir perdão pelos males causados aos negros escravizados. Vimos padres e várias lideranças de congregações religiosas portando ?filás? e ?abadas? brancos e/ou coloridos; cantando e dançando circularmente ao som de tambores; abraçando com alegria e respeito o seu semelhante ao som do refrão ?um abraço negro, um sorriso negro, trás felicidade...?. Posteriormente, era possível ver negros e não negros envolvidos nesse novo jeito de celebrar a vida, sobretudo, pessoas das Igrejas Batista, Metodista, Anglicana e principalmente das religiões de matriz africana.

Ser APN era vivenciar essa experiência macro-ecumênica que nos animava a assumir nossa negritude e a respeitar as diferenças étnicas, sociais e religiosas do povo negro. Mas, o mais interessante e de igual importância foi termos em nosso meio a presença de Ialorixás participando dos mocambos, coordenando quilombos estaduais e marcando presença nas programações mais importantes de nossa entidade, a exemplo do 1º Congresso Nacional tanto na cerimônia inicial quanto na abertura para a marcha dos APNs pelo Centro de Goiânia (GO). No entanto, cantar, dançar, abraçar, celebrar, era e continua sendo o nosso jeito de fazer movimento negro tendo como elemento vital o dado da fé e a busca constante por conscientização e organização.

Entretanto, os APNs se organizaram para marcar presença em diversos espaços possíveis, ao ponto de interagir com projetos internacionais, articular políticas juntos aos gestores, apoiar candidaturas populares comprometidas com a nossa causa, assessorar parlamentares alem de pleitear mandatos nas esferas: municipal, estadual e federal, dialogar e compor com segmentos do Movimento Negro dentro de uma linha de parceria, bem como, ocupar vagas em conselhos municipais, estaduais e federais a exemplo do CONE no governo de São Paulo, CONSEA e CNPIR no governo federal sem esquecer a ?cadeira? que antes ocupava na CNBB.

Os APNs apoiaram efetivamente a articulação de grandes eventos a exemplo da Marcha Zumbi dos Palmares ? 300 anos (1995) que reuniu cerca de trinta mil militantes das mais diversas entidades negras, contribuindo inclusive com a criação da Coordenação Nacional de Entidades Negras ? CONEN. Neste mesmo ano durante o mês de julho cerca de 350 malungos (as) de todo Brasil participaram com alegria do XIV Encontro Nacional em Alagoas, cujo marco principal foi uma grande vigília na Serra da Barriga durante a madrugada.

Na atual conjuntura, realizamos em 2010 nosso primeiro Congresso Nacional com cerca de quatrocentos APNs advindos de onze delegações estaduais, contamos com presenças da maior importância em temos de personalidades, a exemplo de deputados federais, ex-ministros, gestores do Estado de Goiás e do Município de Goiânia, vereadores APNs inscritos do Congresso e para nossa alegria, mensagens filmadas e escritas, respectivamente pelo presidente de honra do Congresso dos APNs ? Senador Paulo Paim (RS) e do então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Na nova Coordenação Nacional biênio (2010-2012), assumimos efetivamente a condição de organização do Movimento Negro do Brasil, que tem como tema: Organização, Fé e Luta, e que continuaremos atentos e comprometidos no combate a toda forma de preconceito e discriminação. No manteremos macro-organizados e em constante diálogo com as comunidades de fé, com a sociedade e com os governos. Continuamos representados no Conselho Nacional de Segurança Alimentar ? CONSEA e no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial ? CNPIR, temos vereadores, deputados e senadores com mandatos apoiados por nós. Assumimos com veemência a aprovação do Estatuto do Negro sem duvidas de que este será um instrumento fundamental de formação do nosso povo.

O ano de 2011 está sendo dedicado para a formação geral em busca de uma melhor articulação política junto aos núcleos de base; foi instituído como o ANO DA JUVENTUDE APN que deverá se organizar e descobrir alavancas de participação e de contribuição na caminhada de nossa entidade, além é claro de nos empenhamos em relação às questões de gênero e o diálogo com as Comunidades de Fé de Matriz Africana, ou seja: Indubitavelmente, haveremos de reunir nosso povo cada vez mais para juntos celebrar importantes vitórias com o mesmo axé que tínhamos nos primórdios.

Esta é a maior razão de nos orgulharmos de pertencer aos AGENTES DE PASTORAL NEGROS DO BRASIL!

Concluo então re-afirmando que:

?Ser APNs é ser ativista do Movimento Negro Brasileiro, é ser cidadão consciente, cristão ou não-cristão, negro ou branco, índio ou cigano, rico ou pobre, do Norte ou do Sul, não importa! Mas que esteja disposto (a) a lutar contra o racismo e toda forma de discriminação, sobretudo o intolerantismo religioso; que esteja comprometido com a luta de superação da marginalização sócio-cultural da população afro-descendente; Que incentive as atividades e ações em favor da conscientização e o avivamento da identidade do povo negro e a preservação dos seus valores e sua memória histórica; que entenda a importância da organização do povo e se comprometa em acompanhar e contribuir com a luta das Comunidades Remanescentes de Quilombo, enfim, que tenha uma consciência macro-social capaz de transcender meras ideologias, afirmando e ampliando seu comprometimento em favor do povo afro-brasileiro?.Ser APN é lutar e contribuir por um Brasil justo e mais igual.

Estamos rumo aos 30 Anos de ORGANIZAÇÃO, FÉ E LUTA. Fato que se consolidará em março de 2013, subiremos juntos no solo sagrado da Serra da Barriga, berço do Quilombo dos Palmares no Estado de Alagoas e beberemos da coragem e sabedoria dos nossos ancestrais quilombolas palmarinos, hoje homenageados com a construção do Parque Memorial Quilombo dos Palmares no platô da Serra, que homenageia simultaneamente todos os homens e mulheres que contribuíram e contribuem com a luta do povo negro no passado e na contemporaneidade.

Olorùm Kolofé Axé (Deus, Senhor do Firmamento nos abençoe e nos dê força)

Kò mà berujá = Que seja cada vez mais prazeroso.

Helcias Roberto Paulino Pereira

Membro-Diretor do Centro de Cultura e Estudos Étnicos ? ANAJÔ / APNs-AL

Coordenador Nacional de Formação dos APNs do Brasil

Conselheiro Nacional de Promoção da Igualdade Racial ? CNPIR/SEPPIR representando os APNs

A extinçao das Especies e.....das naçoes !!!!

On Qui 03/03/11 13:35 , Geraldo Silva Jardim geraldosilvajardim@gmail.com sent:
Divulgação Científica

Sexta extinção em massa

3 mar. 2011

http://www.agencia.fapesp.br/materia/13539/sexta-extincao-em-massa.htm

Agência FAPESP – Estima-se que cerca de 4 bilhões de espécies tenham vivido na Terra. Desse total que evoluiu no planeta nos últimos 3,5 bilhões de anos, nada menos do que 99% deixaram de existir.
O número pode impressionar, mas não envolve nada anormal e demonstra como a extinção de espécies é algo comum e equilibrado pela própria especiação, o processo evolutivo pelo qual as espécies se formam.
Eventualmente, esse balanço deixa de existir quando as taxas de extinção se elevam. Em alguns momentos, cinco para ser exato, as taxas são tão altas que o episódio se caracteriza como uma extinção em massa.

Após as extinções em massa nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico e Cretáceo – quando os dinossauros, entre outros, foram extintos –, cientistas apontam que a Terra pode estar se aproximando de um novo episódio do tipo.
Em artigo publicado na edição desta quinta-feira (3/3) da revista Nature, um grupo de cientistas de instituições dos Estados Unidos levanta a questão de uma eventual sexta extinção em massa.

O artigo tem entre seus autores o brasileiro Tiago Quental, que durante a produção do estudo estava no Museu de Paleontologia da Universidade da Califórnia e desde fevereiro é professor doutor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.

“Paleontólogos caracterizam como extinções em massa os episódios em que a Terra perde mais de três quartos de suas espécies em um intervalo geológico curto, como ocorreu apenas cinco vezes nos últimos 540 milhões de anos. Biólogos agora sugerem que uma sexta extinção em massa possa estar ocorrendo, por conta das perdas de espécies conhecidas nos últimos séculos e milênios”, disseram os autores.

O estudo analisou como as diferenças entre dados modernos e obtidos a partir de fósseis e a influência de novas informações paleontológicas influenciam o conhecimento a respeito da crise de extinção atual.
“Os resultados confirmam que as taxas de extinção atuais são mais elevadas do que se esperaria a partir [da análise] dos registros fósseis, destacando a importância de medidas efetivas de conservação”, afirmaram.

Como exemplo, citam que, nos últimos 500 anos, das 5,5 mil espécies de mamíferos conhecidas pelo menos 80 deixaram de existir.
“Se olharmos para os animais em perigo crítico de extinção – aqueles em que o risco de extinção é de pelo menos 50% em três gerações ou menos – e assumirmos que seu tempo acabará e que eles sumirão em mil anos, por exemplo, isso nos coloca claramente fora do que poderíamos considerar como normal e nos alerta que estamos nos movendo para o domínio da extinção em massa”, disse Anthony Barnosky, curador do Museu de Paleontologia e professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, principal autor do estudo.

“Se as espécies atualmente ameaçadas – aquelas classificadas oficialmente como em risco crítico, em risco ou vulneráveis – realmente se extinguirem, e se essa taxa de extinção continuar, a sexta extinção em massa poderá chegar tão cedo quanto de três a 22 séculos”, disse.
Entretanto, segundo os autores do estudo, não é tarde demais para salvar muitas das espécies em risco de modo a que o mundo não ultrapasse o ponto em retorno rumo à nova extinção em massa.

“Ainda temos muita biota da Terra para salvar. É muito importante que direcionemos recursos e legislação para a conservação de espécies se não quisermos nos tornar a espécie cuja atividade causou uma extinção em massa”, afirmou.

O artigo "Has the Earth’s sixth mass extinction already arrived?" (doi:10.1038/nature09678), de Anthony Barnosky e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

A Rota colombiana da Escravatura

in " Jornal de Angola " , 04 / 3 / 2011 - Francisco Pedro | - Hoje
Projecto histórico levado à UNESCO
Fotografia: Jornal de Angola

Perito angolano defendeu na Colômbia a necessidade do turismo de memória

Uma proposta de parceria entre o Projecto da “Place Fontenoy” e a iniciativa Triângulo Kanawa, assente na península do Mussulo, foi apresentada pelo historiador Simão Souindoula, durante a reunião bienal do Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que terminou ontem, em Bogotá, na Colômbia.
Simão Souindoula, que é perito da UNESCO, disse ao Jornal de Angola que a proposta visa formalizar a parceria “já funcional” que engloba a zona do Mussulo, na capital angolana, “como o maior projecto de turismo de memória esclavagista, actualmente em África”.
Actualmente vice-presidente do Projecto da UNESCO “A Rota do Escravo”, o historiador referiu que a proposta é fruto de um acordo assinado em Setembro de 2008, nos trabalhos da “Agenda Afro descendente nas Américas e Caraíbas” na qual esteve, realizada neste mesmo país.
A reunião, que decorreu de 27 de Fevereiro até ontem, foi presidida pela directora-geral da UNESCO Irina Bokova. O também vice-presidente do Comité Científico Internacional da UNESCO, Simão Souindoula, foi um dos orientadores do encontro que teve lugar na capital da Colômbia.
No decurso do balanço, os membros do Comité da UNESCO tiveram uma sessão de trabalho com os líderes da comunidade e das associações “níger”, em Cartagena das Índias, uma conferência na Universidade Nacional e uma visita aos vestígios esclavagistas deste significativo porto do mar das Caraíbas.
O historiador informou que o encontro reagrupou 20 membros, originários de África do Sul, Angola, Austrália, Barbados, Brasil, Canadá, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos da América, França, Haiti, Madagáscar, Marrocos, México, Nigéria, Noruega, Sri Lanka, Tanzânia e Uruguai.
Os peritos debateram, também, as centenas de acções inovadoras e estruturantes de conservação e de exploração documental, de investigação histórica, antropológica e linguística, e acções ligadas às produções culturais e relativas à contribuição das “peças de Índias” na mineralurgia, epidemiologia e fisioterapia.
Além do balanço das acções realizadas pelo Comité Científico da UNESCO, durante o biénio 2009-2010, entre as quais sobressaiu a avaliação do apoio acordado às diversas celebrações dos Bicentenários da abolição da escravatura e à proclamação das independências dos Estados americanos e das Caraíbas, o encontro focou-se na decisão, em 2010, da Assembleia-Geral das Nações Unidas que declarou 2011 como o “Ano Internacional dos Afro descendentes”.

Um forte abraco desde Santa Fe de Bogota.

Simao SOUINDOULA
Comite Cientifico Internacional -Projecto UNESCO ¨ A Rota do Escravo "
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