quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CAI DISCRIMINAÇÃO A CRIANÇAS NEGRAS POR PAIS NA ADOÇÃO

Retirado do site Afropress.

Por: Redação - Fonte: Afropress - 13/8/2010

S. Paulo - Dados do Cadastro Nacional de Adoção revelam que a exigência por crianças brancas feita por pais interessados, caiu de 70%, em 2008, para 38% este ano. Segundo os dados entre os 28 mil pais que estão na fila, 38%, porém, ainda exige que a criança seja branca, para 29,6% a cor é indiferente e 1,93% aceitam apenas crianças negras. No Brasil, estudos do IBGE apontam que 51,3% da população é auto-declarada preta e parda.

O Cadastro foi criado em 29 de abril de 2.008 e possui 37 mil famílias habilitadas e cinco mil e apenas cinco mil crianças e adolescentes disponíveis para serem adotadas. Segundo Elizabeth Cézar Nunes, bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), “pesquisas continuam revelando que ainda a discriminação e o preconceito impedem que crianças e adolescentes negras tenham uma família no Brasil.

“As restrições de raça, idade e condições de saúde são as principais razões para que ainda seja longo o tempo de espera na fila de pais e mães que optam pela adoção”, afirma ela.

De acordo com os dados do Conselho Nacional de Justiça, responsável pelo Cadastro, 65% das crianças para adoção são negras, pardas, indígenas ou asiáticas.

Maior conscientização
O juiz Nicolau Neto, que é responsável pelo Cadastro, em entrevista a repórter Luíza Bandeira, da Folha de S. Paulo, que “houve uma maior conscientização do instituto da adoção”. “Se você vai adotar está exercendo um ato sublime de amor. Então porque adotar só uma criança branca?”, pergunta.

Segundo o juiz, com menos exigências, o tempo de espera por uma criança diminui. O juiz também afirma que houve uma mudança no perfil de quem adota: há mais pardos e negros.

Para a antropóloga Mirian Goldenberg, da UFRJ, a mudança num curto espaço de tempo é explicada pela imitação que as pessoas fazem, mesmo inconscientemente, do comportamento daquelas com prestígio na sociedade. "Quem os famosos estão adotando? Crianças brancas ou negras?", afirma, citando Angelina Jolie e Madonna.

Ela também cita a maior discussão sobre racismo e a mudança no conceito de adoção.

PROGRAMA DOS EUA OFERECE BOLSAS PARA JORNALISTAS PESQUISAREM DEMOCRACIA

Retirado do site Jornalismo nas Américas.

Blog de Notícias

Jornalistas de todo o mundo podem participar do programa de bolsas de estudo Reagan-Fascell, dos Estados Unidos, e passar cinco meses na cidade de Washington pesquisando temas relacionados à democracia, informou o IJNet.

O prazo para as inscrições é 1 de novembro. O estágio, organizado pelo Fundo Nacional para a Democracia (NED, na sigla em inglês), é voltado para pessoas de países de democracias "emergentes ou aspirantes".

Para mais informações, consulte o site do NED em inglês e espanhol (arquivo PDF).

USP: PRESSÃO POR MAIS INCLUSÃO DEVE CRESCER SOBRE A UNIVERSIDADE

Retirado do site Gelédes.

Qua, 11 de Agosto de 2010
Educacao - Notícas de Educação
Por: ANTÔNIO GOIS

Quando bem torturados, números confessam qualquer coisa. O clichê pode ser dos mais batidos, mas se aplica perfeitamente à análise dos resultados do programa de inclusão da USP.

Quem quiser enxergar nos dados divulgados pela universidade um sucesso incontestável da política de bônus dirá que, de 2006 a 2010, o percentual de alunos da rede pública que passaram no vestibular da universidade mais que dobrou, saltando de 3,6% para 8,2%.

Ou seja, oito em cada cem estudantes dessas escolas que se inscreveram no concurso foram aprovados.

Os mesmos números, no entanto, contam outra história. Eles mostram que, com exceção do pico registrado em 2009, a proporção de oriundos da rede pública em relação ao total de aprovados -incluindo aqui também os alunos da rede privada- está praticamente congelada em torno de 25% desde 2001.

A política de inclusão da USP, por esse critério, foi incapaz de alterar o perfil do ingressante em seus cursos.

Para entender a discrepância entre as duas leituras, é preciso considerar que houve uma queda brutal (de 69 mil para 33 mil) no total de inscritos de escolas públicas entre 2006 e 2010.

Talvez esses estudantes estejam optando por vestibulares com acesso mais facilitado à rede pública, casos de Unifesp, UFSCar e UFABC, que trabalham com cotas, em vez de apenas dar bônus na pontuação.

Outros alunos podem estar migrando para instituições privadas com vagas gratuitas no ProUni (programa federal para facilitar o acesso ao ensino superior).

Diante desse quadro, tende a crescer a pressão para que a USP faça mais do que tem feito para tornar seu vestibular novamente atrativo aos alunos da rede pública.

A dúvida é até onde a universidade estaria disposta a ir sem recorrer a medidas pelas quais nunca demonstrou simpatia, como o estabelecimento de cotas.
Fonte: Folha.com

CAI NÚMERO DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA DA USP

Retirado do site Gelédes.

Qua, 11 de Agosto de 2010
Educacao - Notícas de Educação
Por: FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
ANDRESSA TAFFAREL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar dos bônus concedidos, proporção desses estudantes passou de 30,01% em 2009 para 25,64% neste ano

Para pró-reitora de graduação, motivo está no maior número de vagas em universidades federais e no Prouni

A proporção de estudantes de colégios públicos caiu entre os aprovados na USP neste ano. A participação recuou ao nível de 2006, período anterior ao programa que concede bônus a esses estudantes na nota do vestibular.

Considerada elitista, a instituição adotou o bônus em resposta à demanda de alunos pobres por cotas (reserva de vagas). Apesar de 85% dos alunos do ensino médio do país estudarem no sistema público, esses estudantes são apenas 26% dos aprovados na Fuvest em 2010. Em 2009, eram 30,1%.

A universidade começou concedendo 3% de bônus e elevou a até 12% a partir do exame do ano passado.

O incentivo, porém, não foi suficiente para manter o crescimento da participação do sistema público entre os aprovados. Não conseguiu nem atrair mais alunos ao vestibular -desde 2007 cai o número de inscritos da rede.

A pró-reitora de graduação, Telma Zorn, afirma que a USP trabalha "para que venham mais alunos de escola pública, mas não vamos nos prender a números. Foi satisfatório". Segundo ela, que apresentou os dados ontem, "o que nos anima é que são alunos de qualidade".

Para Zorn, a queda de inscritos, que impacta nas aprovações, ocorre porque atualmente há mais opções para os alunos de escola pública -como mais vagas nas universidades federais em SP e o ProUni (bolsas federais em universidade privada).

CRÍTICAS
Pesquisador da área de ensino superior, Oscar Hipólito afirma que o programa de inclusão social da USP (Inclusp) "aparenta esgotamento, pois nem consegue atrair os alunos para o vestibular".

Para ele, com a concessão de bônus nos últimos anos, tem diminuído o número de alunos bem preparados que estavam prestes a entrar, mas que ficavam fora devido a poucos pontos. Hipólito defende que a USP rediscuta seu projeto, mas critica as cotas. "É preciso que haja mérito", diz ele, do Instituto Lobo e ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos.

Coordenador da ONG Educafro (que sustenta cursinhos populares), frei Davi Santos cobra da USP a implementação de cotas. Santos afirma que recomenda aos seu cerca de 6.500 alunos que não prestem USP. "Eles só ficam humilhados, numa prova feita sob medida a cursinhos caros e que não considera o aprender no viver diário."

Marilá Barbosa, 21, aluna de escola pública, tentará vaga em duas estaduais, mas não na USP. "É um padrão muito alto para mim", diz.

Colaborou FABIANA REWALD
Fonte: Folha de S.Paulo

EU NUNCA TIVE UM AMIGO NEGRO

Retirado do site O Globo.
Não costumo postar opiniões de leitores de jornais, mas essa é uma declaração assustadoramente (para os racistas anti-cotas) sincera.

Debate sobre raças
Publicada em 24/08/2010
Artigo do leitor Cláudio César Dutra de Souza

Nunca se discutiu tanto a questão racial no Brasil como na época da aprovação da lei das cotas para negros em nossas universidades públicas. Também foi esclarecedora a percepção de nossas limitações nesse assunto. Subitamente, fomos brindados com as mais sofisticadas teorias sobre a inexistência do conceito de "raça", que seriam muito bem vindas caso não estivesse totalmente deturpadas pelo nosso "racismo cordial". Branqueamos os nossos negros, paradoxalmente, para mantê-los afastados de nós e de qualquer compensação reparatória, mesmo que mínima.

Ao pensar em um suposto "conflito racial", algumas pessoas foram a público denunciar a inconstitucionalidade, a aberração e a inutilidade de uma política de cotas para negros, visto que não existe racismo no Brasil. Daiane dos Santos, Neguinho da Beija-Flor e tantos outros foram "branqueados" e alçados a sua genética condição europeia que lhes excluiria de uma vaga especial pelo sistema de cotas. Ao lermos o livro de ficção científica de Monteiro Lobato, "O presidente negro", somos capazes de entender o que pode significar tais asserções e os aspectos políticos nelas envolvidos. Branqueamos os nossos negros, paradoxalmente, para mantê-los afastados de nós e de qualquer compensação reparatória, mesmo que mínima.

O fato é que somos racistas até a medula nesse país. Isso não significa que, em nossa história, queimamos negros vivos como muitas vezes aconteceu nos Estados Unidos na época da Klu-Klux-Klan ou que nossos negros fossem impedidos de sentar ao lado de brancos nos ônibus. Isso é tecnicamente incompatível com o nosso caráter cordial-lusitano, até mesmo porque é desnecessário quando os negros "sabem o seu lugar". E onde é esse lugar a qual designamos historicamente os nossos negros?

Basta pensar em qualquer garoto (a) de classe média branco (a) no Brasil em relação ao seu círculo próximo de amigos para se ter uma resposta muito rápida e precisa. Quase ninguém tem ou teve qualquer amigo negro. Quando falo em amigo não estou me referindo a conhecidos, mas sim, aqueles a quem dividimos nossos sucessos, alegrias, fracassos ou angústias. Aqueles que são convidados para dormir ou almoçar em nossas casas, bem como aqueles que podem se tornar objeto de nosso interesse amoroso. Eu jamais tive um amigo negro e tampouco alguma negra pela qual pudesse me apaixonar, pelo simples motivo que não convivi com eles na minha infância e adolescência como estudante em uma escola privada de Porto Alegre. Eles simplesmente não existiam.

Quando veio ao Brasil em agosto de 1960, o filósofo Jean Paul Sartre percebeu com perplexidade a ausência de negros em suas concorridas palestras. "Onde estão os negros?", perguntou ele a certa altura para o constrangimento dos universitários ali presentes. Alguém responderia a Sartre que não havia negros no recinto tão somente por causa da falta de mérito dos mesmos em conquistar um lugar no espaço universitário? Nesse período, o dramaturgo Nelson Rodrigues também se perguntava: "Onde estão os negros do Itamaraty? Procurei em vão um negro de casaca ou uma negra de vestido de baile. O Itamaraty é uma paisagem sem negros."

Alguém responderia a Sartre que não havia negros no recinto tão somente por causa da falta de mérito dos mesmos em conquistar um lugar no espaço universitário?

Nelson publicou em uma de suas "confissões" no jornal Última Hora em 26 de agosto de 1957 a seguinte observação acerca do teatrólogo e futuro senador da República Abdias do Nascimento: "O que eu admiro em Abdias do Nascimento é a sua irredutível consciência racial. Por outras palavras: trata-se um negro que se apresenta como tal, que não se envergonha de sê-lo e que esfrega a cor na cara de todo o mundo. (...) Eu já imagino o que vão dizer três ou quatro críticos da nova geração: que o problema não existe no Brasil. Mas existe. E só a obtusidade pétrea ou a má fé cínica poderão negá-lo. Não caçamos pretos, no meio da rua, a pauladas, como nos Estados Unidos. Mas fazemos o que talvez seja pior. A vida do preto brasileiro é toda tecida de humilhações. Nós o tratamos com uma cordialidade que é o disfarce pusilânime de um desprezo que fermenta em nós, dia e noite. Acho o branco brasileiro um dos mais racistas do mundo".

A exata localização de nossos negros me intriga. Essa inquietação já me levou a dirigir o meu olhar na esperança de encontrá-los, por exemplo, nas universidades em Porto Alegre. Munido desse olhar específico, passei dias no campus do Valle da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em busca de negros nas áreas comuns do campus e não os encontrei, salvo como funcionários da cantina. Em entidades particulares a experiência se repetiu exatamente da mesma forma. Tudo era uma branca e vasta paisagem, com poucas gradações de cor.

Intrigado com tudo isso, estendi a minha observação aos lugares na noite a quais frequento bares, restaurantes, cinemas e casas noturnas em geral. Eles não estavam lá. Não existem negros ou grupos de negros se divertindo junto com brancos ou estudando junto com brancos, salvo raras e honrosas exceções. Essa situação se repete nas principais cidades do Brasil, não sendo apenas um fenômeno típico de Porto Alegre.

Os negros estão nas periferias, nas favelas, nas escolas públicas mais suburbanas, nos presídios e em subempregos pelo país afora. É hipocrisia nossa imaginarmo-nos, por um instante que for, que vivemos em uma sociedade multicultural, inter-racial, ou qualquer coisa desse tipo. É urgente que nossos negros comecem a desenvolver certa consciência racial e a problematizar o lugar que ocupam dentro de uma sociedade racista como a nossa. Que exijam serem reconhecidos para além dos estereótipos e que ocupem os lugares reservados à elite branca. Que exijam a compensação por séculos de escravidão e exclusão a que foram obrigados pelo escravocrata branco. Se bem que, se a reação causada por um reles ensaio de ação afirmativa se deu em um nível histriônico, poderíamos esperar coisas piores de nossos alvos cidadãos em face de ações mais contundentes.

Este artigo foi escrito por um leitor do Globo. Quer participar também e enviar o seu?Clique aqui.

OS MITOS DA NOVA TECNOLOGIA

Retirado do site Observatório da Imprensa.

Terça-feira, 24 de agosto de 2010
Ano 15 - nº 603 - 17/8/2010
E-Notícias
REDES SOCIAIS

Os mitos da nova tecnologia
Por Gustavo Schor em 17/8/2010
Reproduzido do Correio Braziliense, 13/8/2010

Redes sociais não existem. Ou, melhor, existem desde sempre. Pelo menos desde que os primeiros australopitecos estabeleceram relações afetivas e conseguiram demonstrar isso de maneira objetiva, segundo códigos que puderam ser apreendidos pelo grupo e reproduzidos sistematicamente.

O que não há é o advento da rede social enquanto decorrência do avanço tecnológico, das plataformas de troca de dados por meio dos sistemas digitais online. Essa definição, que internacionalmente consagrou o fenômeno dos espaços virtuais agregadores de pessoas (ou perfis) e que proporcionam a interação remota entre elas, é nada mais do que o exercício da capacidade humana do relacionamento, só que agora em um novo terreno midiático.

Claro que o Twitter, o Facebook, o Orkut e similares só foram possíveis por conta do amadurecimento tecnológico dos meios de comunicação. Mas o fato é que esse avanço configurado no aumento do espectro de possibilidades gerado pela internet não é um acontecimento social – no sentido de exprimir o significado sociológico de relacionamento –, mas simplesmente um amplificador de uma característica inerente aos seres humanos: comunicar e estabelecer relações de reciprocidade entre si e com as coisas do mundo.

Mecanismos de interação predeterminados
Chamar essas plataformas de comunicação de redes sociais é, portanto, um pouco de exagero. Sem dúvida elas se prestam ao que trazem na nomenclatura, proporcionar o relacionamento entre pessoas. Mas não são, definitivamente, redes sociais: são, sim, espaços virtuais para a interação daqueles que utilizam tais meios como forma de encontrar outros membros do mesmo serviço. Ou seja, são mais um ambiente para colocar em prática o desenrolar, a evolução e a constante modificação dos embates psicossociais dos integrantes dessas redes – que não são tecnológicas, mas humanas.

E essa interação acontece nesses espaços, assim como acontece na rua, em supermercados, nas escolas, no trabalho. A internet criou apenas mais um palco para que pessoas encontrem outras. Certamente esse novo campo tem suas especificidades e regras que permitem a ordenação semântica das mensagens trocadas e do relacionamento ali travado. Mas o mesmo acontece com todos os outros espaços da prática social.

No trânsito, por exemplo, precisamos interpretar um farol vermelho como o comando para parar; na internet, em algumas das plataformas mencionadas, se eu não clicar em "adicionar contato", não será possível dizer "oi" para a pessoa com quem quero me comunicar. Se não parar ao sinal vermelho, posso causar um acidente ou então receber uma multa; se enviar uma mensagem a um membro do Orkut sem adicioná-lo como contato e sem ter a certeza de que "tenho esse direito", posso ser ignorado ou até bloqueado por aquele a quem endereço a mensagem.

Existem milhares de possibilidades em um e outro sistema. O ponto é que cada um deles tem seus mecanismos de interação predeterminados. E todos que compartilham daqueles modelos devem seguir as respectivas estruturas de significação, a fim de que seja possível a interação entre os membros.

O relacionamento em perspectiva multimídia
O nome do meio, todavia, pouco importa. Chamar o Twitter de rede social não interfere na finalidade ou nas consequências de seu uso. Esse exercício retórico, no entanto, se presta a uma análise mais cautelosa dos mitos que permeiam o estabelecimento das plataformas de comunicação e seu estudo.

A primeira conclusão a que se pode chegar é que as tais redes sociais não são em si um índice de evolução tecnológica (embora dependam dela, assim como dependeram todos os outros artefatos que suportam a comunicação, como o telégrafo e o telefone). São, em verdade, um item importante que denota a evolução dos mecanismos de comunicação.

O avanço da tecnologia proporciona a criação de novos braços, de novos tentáculos para a interação humana e amplificam imensamente a capacidade de profusão e absorção de informação. E seu o impacto não é sobre a tecnologia, mas sobre as estruturas de comunicação, que não se suplantam, mas sim se somam e convergem para um ambiente multimídia, como explica Henry Jenkins no livro Cultura da convergência.

As redes sociais, na verdade, são os alicerces que estão por trás desse novo modelo de comunicação. É aí que está a beleza dessas novas plataformas: ser o espaço que proporciona o relacionamento humano em perspectiva multimídia, com a possibilidade de criação e reconfiguração dos discursos e da própria cultura num plano mediado em constante transformação.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dicionário Pós-Colonial

Olá, o dicionário é uma iniciativa portuguesa, ainda em construção, mas já oferecendo material interessante.

Dicionário Pós-Colonial

AMAZON TIRA GAME DE 'CAÇA PALAVRAS' DO KINDLE POR USO DE TERMO RACISTA

Retirado do site G1.


12/08/2010
Uma das fases de 'Every word' usava a expressão 'niggas'.
Empresa disse que criará nova versão do título.
Do G1, em São Paulo


Game do Kindle 'Every word' foi retirado do ar por conta de palavras impróprias. (Foto: Divulgação)Uma palavra de cunho racista que pode ser utilizada em uma das fases do game de “caça-palavras” “Every word”, do leitor digital Kindle, fez com que a Amazon tirasse o produto do ar.

O game permite que o jogador forme uma série de palavras baseado em seis letras aleatórias que aparecem na tela. Quanto mais palavras forem criadas no menor tempo, mais pontos o usuário consegue alcançar.

Em uma das fases de “Every word”, o termo "niggas", forma em inglês considerada ofensiva para se referir a negros, pode ser utilizada e o game reconhece como termo válido.

De acordo com o site Crunchgear, a palavra foi descoberta pelo usuário do Kindle Erik Deckers. Ele estava jogando o game e não conseguiu descobrir as últimas palavras para passar de fase. Consultando um gerador de anagramas, ele descobriu as tais três palavras, mas uma delas não era aceita pelo jogo. Ao selecionar a opção do game que resolve o problema automaticamente, Deckers encontrou o termo racista.

A Amazon informou que tirou o game do ar porque seu dicionário não bloqueia algumas palavras impróprias. A empresa disse em comunicado que criará uma nova versão do jogo e que lançará uma atualização para que os usuários que já possuem o título não tenham acesso ao conteúdo ofensivo.

UM MUNDO SEM NEGROS

Recebido por email da grande militante Fabi.
Valeu pela reflexão.

Um grupo brancos que decidiram mudar se para um mundo sem negro.

Entraram por um túnel escuro para sair num novo lugar nas Américas, onde qualquer traço do passado tinha desaparecido.

Respiraram profundamente de alivio e exclamaram: EM FIM, nenhum negro!

Mas logo, perceberam que esta nova América era somente uma terra arida e fértil.

A boa agricultura sumiu, pois ate então, o continente comia frutas, grãos e legumes, frutos do trabalho dos escravos negros nos campos.

Não tinha cidades com arranha-céus, pois Alexandre Mills, um negro, inventou o elemento que garante a segurança dos elevadores. Sem tal invenção, não poderia-se subir de um andar para um outro.

Quase não tinha carros, pois Richard Spikes, um negro, inventou a transmissão automática. Joseph Gammel, um outro negro, inventou o sistema de alimentação para motores combustíveis internos, e um outro negro Garret A. Morgan inventou o semáforo que regula o trânsito.

Não se encontrava os trens expressos urbanos, tramway, pois seu inventor foi o negro Elbert R. Robinson.

As ruas estavam sujas de lixo acumulado, pois Charles Brooks, um negro, inventou o varredor elétrico.
Tinha poucas revistas e livros, pois o negro John Love inventou o apontador de lápis, o negro William Purvis inventou canetas esferográficas recarregáveis; e o negro Lee Burridge inventou a máquina de escrever, sem contar com o negro W. A. Lovette. E e sua nova impressora.

William Barry inventou o carimbo manual e Phillip Downing, o caixa de cooreios.

O grama era pálido e seco, pois Joseph Smith inventou o regador mecânico, e John Burr, o cortador de grama.

Quando entraram em suas casas, as acharam escuras, sem surpresa para nos, pois o negro Lewis Latimer inventou a lâmpada elétrica, o negro Michael Harvey, a lanterna, o negro Grantville T. Woods, o interruptor regulador automático. As casas estavam sujas, pois o negro Thomas W Seteward inventou o varredor, o negro Lloyds P. Ray, a lixeira.

As suas crianças estavam descalços, com roupas amassados e cabelos bagunçados, era de se esperar, pois o negro Jan E. Matzelinger inventou a máquina que da forma a sapatos, o negro Walter Sammons, o penteado, a negra Sarah Boone inventou a tabua de repassar e o negro Georges T Samon o secador de roupas.

Ficaram com fome e queriam comer, sem chance pois a comidou esctragou por faltar uma geladeira da invenção do negro John Standard.

Não estranho, um mundo moderno sem as contribuições dos negros?

Como dizia o Martin Luther King. Jr., “”saibam que ao se prepara para sair ate chegar ao trabalho, mais da metade das coisas que encontram e de aparelhos que usam, foram inventados por negros.

Caros, tudo isso para somente ilustrar que a historia dos negros não se resume ao escravidão.

domingo, 22 de agosto de 2010

APRESENTAÇÃO: EMBAIXADA AFRICANA

Recebido por email. Para ampliar clique na imagem.

GALERIA SOSO EM SÃO PAULO APRESENTA ARTE CONTEMPORÂNEA DA BAHIA E DE ANGOLA

Retirado do site África 21.

19/08/2010
Artes
Duas exposições, duas mostras de arte, de Angola e de artistas da Bahia, estão patentes ao público de São Paulo na Galeria SOSO. A inauguração é nesta quinta-feira.
Da Redação

Fotografia de Kiluanji

São Paulo - A identidade e diversidade na arte contemporânea da Bahia e Angola é o tema que une duas exposições patentes ao público, a partir desta quinta-feira (19), na Galeria SOSO, em São Paulo. Uma mostra individual e uma exposição coletiva. Angola e Bahia de braços dados na capital paulista.

A mostra individual do angolano Kiluanji Kia Henda, selecionado para a 29ª Bienal de SP, é aberta junto com coletiva de importantes artistas contemporâneos da Bahia, como Marepe e Caetano Dias, Adriana Araújo, Glauber Rocha, Ieda Oliveira, Maxim Malhado, Sarah Hallelujah e Virgínia de Medeiros.

A força e a criatividade da arte contemporânea produzida em Angola e na Bahia são pela segunda vez apresentadas juntas em São Paulo. A iniciativa busca atualizar o imaginário nacional sobre estas duas produções, rompendo com estereótipos e apresentando a diversidade presente nos trabalhos de seus artistas, lê-se na apresentação.

O angolano Kiluanji Kia Henda abre sua primeira exposição individual, Trans It, na galeria SOSO, especializada em arte contemporânea africana, criada pelo empreendedor angolano Mário António de Almeida.

"Considerado um dos fotógrafos africanos mais importantes de sua geração, Kiluanji é um dos três artistas representantes de Angola na 29ª Bienal de São Paulo. Ele expõe na galeria, ao mesmo tempo em que, no espaço SOSO, artistas da Bahia participam da coletiva Segunda Ponte.

Trabalhos de Adriana Araújo, Caetano Dias, Glauber Rocha, Ieda Oliveira, Maxim Malhado, Marepe, Sarah Hallelujah e Virgínia de Medeiros reforçam e valorizam uma identidade que é genuinamente baiana, justamente porque mestiça, miscigenada, resultante da mistura entre as culturas indígenas e européia, mas sobretudo africana.

A exposição inédita Trans It, de Kiluanji é a segunda de uma série de individuais que a SOSO vai montar com os três artistas angolanos que participam da Bienal de São Paulo.

Antes, em julho, foi a vez de Yonamine e, em setembro, será o momento da participação de Nástio Mosquito.

Segunda Ponte
Já a Segunda Ponte dá continuidade ao projeto 3Pontes_SP, que através da parceria entre a SOSO arte contemporânea africana e a Fundação Sindika Dokolo, de Angola, vai apresentar na capital paulista uma mostra dos trabalhos dos artistas baianos que participarão da II Trienal de Luanda, realizada pela Fundação Sindika entre setembro e dezembro deste ano.

A inauguração das mostras Trans It e Segunda Ponte é aberta ao público e a visitação das duas exposições acontece até o dia 18 de setembro, de segunda a sexta, das 11 às 19h, e aos sábados das 11 às 17h na galeria SOSO e no espaço SOSO+, respectivamente.

SERVIÇO
O quê: exposições Trans It [Kiluanji Kia Henda] e Segunda Ponte [com Adriana Araújo, Caetano Dias, Glauber Rocha, Ieda Oliveira, Maxim Malhado, Marepe, Sarah Hallelujah, Virgínia de Medeiros]

Quando: abertura dia 19 de agosto 2010 [quinta], das 18 às 22h. Visitação até o dia 18 de setembro, de segunda a sexta, das 11 às 19h, e aos sábados das 11 às 17h.

Onde: galeria SOSO arte contemporânea africana (Av. São João, 313, 2º andar, Centro, SP - Brasil) e espaço SOSO+ (Av. São João, 284, Centro, SP - Brasil).

IPEA LANÇA SOFTWARE GRATUITO DE ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Retirado do site do IPEA.

11/08/2010
Ferramenta IpeaGEO permite visualizar dados em seu contexto geográfico e está disponível para download

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta quarta-feira, 18 de agosto, o software IpeaGEO, ferramenta de análises estatísticas com foco na análise espacial. O programa permite ao usuário ordenar e visualizar dados em seu contexto geográfico, seja por região, estado, município, ou área do mapa. O lançamento ocorreu às 14h e teve transmissão ao vivo pelo sítío do Ipea.

O programa, gratuito, foi criado pela Assessoria de Métodos Quantitativos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur). A ideia é fornecer uma alternativa a softwares já existentes no mercado. Além de ser livre (o programa está disponível para download no sítio do Ipea, pelo www.ipea.gov.br/ipeageo ), o IpeaGEO apresenta como diferenciais a inclusão de técnicas espaciais inéditas e o foco no território nacional.

Assim como ocorre em outros programas que possuem a mesma finalidade, no IpeaGEO o usuário seleciona uma malha e a combina com os dados de seu interesse. Uma das malhas disponíveis é a de municípios do Brasil, que pode ser combinada com uma base de dados que incorpora mais de mil variáveis.

Entre as variáveis trazidas pelo IpeaGEO estão estimativa populacional, área da unidade territorial, população e domicílios, censo agropecuário, Produto Interno Bruto, informações de saúde e educação, estatísticas do registro civil, representação política, estatísticas do cadastro central de empresas, instituições financeiras, finanças públicas, frota, pobreza e desigualdade.

O lançamento ocorreu no auditório do Ipea em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES/Ipea, subsolo). A apresentação foi feita pelo presidente do Instituto, Marcio Pochmann; pela diretora da Dirur, Liana Carleial; pelo coordenador da Assessoria de Métodos Quantitativos, Waldery Rodrigues Junior; e pelo bolsista Pedro Albuquerque. O mediador foi o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Alexandre Ywata.


Veja os gráficos apresentados por Pedro Albuquerque
Veja os gráficos apresentados por Waldery Rodrigues Júnior
Veja os gráficos apresentados por Alexandre Ywata

VIDEO DEBATE DA VIA CAMPESINA SOBRE RACISMO

Retirado do site Vodpod.


Maria Inês Barbosa, do UNIFEM, foi aplaudida de pé por cerca de três mil lideranças de diversos movimentos rurais e urbanos que participaram do Assentamento Nacional pela Reforma Agrária da Via Campesina, realizado nos dias 10 a 20 de agosto de 2009, em Brasília. Maria Inês, coordenadora do programa raça, gênero, etnia e combate a pobreza, participou Mesa sobre racismo (15/08/2009), como convidada do GCAP - Chamado Global à Ação contra a Pobreza..



Via Campesina debate Racismo
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TSE CONFIRMA DANO MORAL DE R$ 5 MI EM CASO DE ESCRAVIDÃO

Retirado do site Repórter Brasil.

18/08/2010
Decisão mantém julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) que condenou a Lima Araújo por reduzir 180 pessoas à condição análoga à escravidão, entre os quais nove adolescentes e uma criança
Por Rodrigo Rocha*

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou, por unanimidade, recurso apresentado pela Construtora Lima Araújo que pedia a revisão do julgamento no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) que condenara a empresa a pagar R$ 5 milhões pela exploração reiterada de trabalho escravo.

Integrantes do grupo móvel de fiscalização flagraram, ao todo, 180 pessoas (entre os quais nove adolescentes e uma criança) em condições análogas à escravidão nas quatro vezes - a primeira ainda em 1998 - em que estiveram nas Fazendas Estrela das Alagoas e Estrela de Maceió, em Piçarras (PA). As áreas, com extensão estimada de 90 mil hectares, pertencem à Lima Araújo Agropecuária, parte do conglomerado empresarial de Fernando Lyra de Carvalho e Jefferson de Lima Araújo Filho, com sede em Alagoas - formado também pela Construtora Lima Araújo e pela PH Engenharia.

A rejeição do pedido, nesta quarta-feira (18), referendou a maior indenização confirmada pelo TST para casos de submissão de trabalhadores a condições análogas à escravidão. Os ministros ratificaram, portanto, sentença expedida pelo TRT-8 em fevereiro de 2006 que elevara o montante da indenização a ser cobrada da empresa por danos morais coletivos de R$ 3 milhões (estabelecidos inicialmente pelo juiz Jorge Vieira, ainda em primeira instância, na 2ª Vara do Trabalho de Marabá) para R$ 5 milhões.

Relator do processo no TST, o ministro Vieira de Mello Filho sublinhou o fato de que os empregadores eram reincidentes e já tinham inclusive sido condenadas previamente ao pagamento por indenização de dano moral coletivo de R$ 30 mil. A conduta da Lima Araújo, de acordo com classificação expressa pelo ministro relator, é "absolutamente reprovável, atingindo e afrontando diretamente a dignidade e a honra objetiva e subjetiva dos empregados sujeitos a tais condições degradantes de trabalho".

Para o ministro Lelio Bentes Corrêa, que presidiu a sessão em que o recurso os réus foi negado, o trabalho escravo pode ser caracterizado inclusive como crime contra a humanidade, "equivalente a tortura e o genocídio".

De acordo com a ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) que resultou na decisão inédita de R$ 5 milhões - que, se mantida, deverá destinar recursos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) -, os empregadores cometeram infrações como: manter empregados em condições subumanas e precárias de alojamento, em barracos de lona e sem instalações sanitárias; limitação da liberdade para dispor de salários; ausência de normas básicas de segurança e higiene; deixar de conceder o descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas; e venda de equipamentos de proteção individual.

A Lima Araújo Agropecuária Ltda. fez parte da primeira “lista suja” do trabalho escravo, divulgada pelo governo federal no final de 2003 com 52 propriedades flagradas com trabalho escravo. Há na lista apenas cinco nomes que se repetem duas vezes: a Lima Araújo e o das famílias Bannach, Mutran e Quagliato – que possuem fazendas de criação de bovinos no Sul do Pará.

Repercussões
A ação civil pública que propiciou a indenização partiu de Loris Rocha Pereira Júnior, da Procuradoria Regional do Trabalho da 8ª Região (PRT-8). O valor a ser cobrado dos responsáveis, no processo inicial formulado ainda em fevereiro de 2004, era de R$ 85 milhões. O pedido foi feito com base no valor estimado de R$ 212,6 milhões - soma do preço das fazendas e das cerca de 40 mil cabeças de boi criadas nos imóveis rurais.

"Diante da magnitude das fazendas e do patrimônio [dos empregadores], eu acho que [o valor da indenização] ainda é pouco, mas já é uma esperança", declarou Loris, em entrevista por telefone à Repórter Brasil. Ele definiu a confirmação desta quarta-feira (18) no TST como "um alento". "É uma decisão emblemática, um sinal de que ainda há esperança de melhoria nas relações entre o capital e o trabalhador", acrescentou.

A Justiça que confirmou o valor recorde de indenização dos escravagistas, salientou o procurador, também é a mesma que emite sentenças que vão no sentido oposto - como num caso em que o transporte de trabalhadores rurais em carros de bois repletos de fezes foi permitido.

O simbolismo da decisão unânime do TST foi igualmente realçado pela auditora fiscal do trabalho Marinalva Cardoso Dantas, hoje na Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte (SRTE/RN) que coordenou a operação do grupo móvel de fiscalização que libertou 49 trabalhadores da Fazenda Estrela de Alagoas, em Piçarra (PA), em outubro de 2001.

"O que deixou todos indignados foi a reincidência: um desrespeito a todas as autoridades, pois outras decisões nesse sentido já tinham sido tomadas antes", comentou Marinalva. O posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho também poderá ter reflexos no andamento do processo criminal que tramita na Vara Federal de Marabá (PA), adicionou Marinalva.

Não são poucos os elementos do trabalho escravo contemporâneo fornecidos pela auditora fiscal no relatório de fiscalização da fazenda. "Havia barracos (...) localizados após uma espécie de fossa aberta, onde foi represada água. Nesse local, havia muitas fezes. Os trabalhadores passavam por esse charco equilibrando-se sobre dois caules de árvore. A fedentina era insuportável. Os utensílios eram lavados em água represada e imunda, no mesmo local onde se tomava banho e se lavava roupas".

"Determinamos que os trabalhadores fossem devidamente alimentados e alojados próximos à sede, em local higiênico, até o dia seguinte, quando se daria o transporte para o Tocantins, Estado no qual foram aliciados. Qual não foi nossa surpresa ao chegarmos no dia seguinte e constatarmos que os trabalhadores foram alojados no curral para gado próximo ao escritório da sede", conta Marinalva. "Havia redes armadas nas cercas do curral, cujo chão estava repleto de fezes do gado. Os trabalhadores já haviam improvisado uma pequena cozinha num dos compartimentos do curral, onde tinha sido feito o jantar do dia anterior e o desjejum".

*Com informações da assessoria de comunicação do TST

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ACESSO 2011 DA UFRJ: UM QUINTO DAS VAGAS PARA REDE PÚBLICA

Retirado do site da UFRJ. É as forças anti-cotas raciais venceram essa batalha, pois as cotas são de origem escolar.
Aproveitando para testar o sistema de inserir vídeo do blogspot.

Consuni
BRUNO FRANCO - JORNAL DA UFRJ
dmvi@reitoria.ufrj.br


Assista ao vídeo na WebTV


Após ter aprovado na semana passada a política de acesso diferenciado aos cursos de graduação, já para 2011, o Conselho Universitário (Consuni) aprovou nesta quinta-feira, 19 de agosto, a proposta da Reitoria de destinar uma em cada cinco vagas do próximo concurso de acesso para estudantes de colégios vinculados à secretaria estadual e às secretarias municipais de educação, além da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), vinculada à secretaria estadual de ciência e tecnologia.

As vagas para cotistas (20%) serão preenchidas de acordo com as notas aferidas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Além dessas, 40% das vagas também serão alocadas de acordo com o Enem, porém sem cota de qualquer espécie. Os 40% restantes serão destinados a um concurso de acesso próprio da UFRJ, discursivo como de costume.

O percentual de vagas destinadas às cotas foi objeto de intenso debate. Diversas propostas foram feitas, além da original preparada pela Reitoria. O professor Marcelo Paixão (representante dos professores adjuntos do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas), apoiado pelos conselheiros discentes, defendeu que o montante de cotas chegasse a 50% do total de vagas da universidade, e Agnaldo Fernandes, representante dos servidores técnico-administrativos, propôs 30%.

Ambos abriram mão das formulações, na hora da votação, em favor do professor Gabriel Pereira da Silva (representante dos Professores Adjuntos do Centro de Ciências da Matemática e da Natureza) que propôs 35%. Mas, por 20 votos contra 18, foi aprovada a proposta da Reitoria, destinando aos cotistas um quinto do total das vagas, com a proporcional e consequente assistência estudantil, que possibilite a permanência dos estudantes na universidade. As cotas não se estendem a escolas que tradicionalmente apresentam ótimo desempenho nos concursos de acesso e, portanto, não necessitariam do benefício, como o Colégio de Aplicação (tanto da UFRJ como da Uerj), o Colégio Militar e o Colégio Pedro II.

A política aprovada é provisória, válida apenas para o concurso de 2011, e o debate acerca da melhor política de acesso e do uso de ações afirmativas não se esgotou e prosseguirá sendo realizado na universidade. O reitor Aloisio Teixeira destacou que a UFRJ não pretende fazer uma revolução. “Não depende de nossas decisões acabar com o racismo ou com a desigualdade. Temos de ser responsáveis. Temos de saber como a universidade reagirá à medida.”

Publicado em: 19/08/2010